JUSTIÇA INJUSTA

Paulo Henrique Coimbra de Oliveira – Economista – RJ

Vi 2 entrevistas de “autoridades” do Judiciário defendendo a PEC do quinquênio. Em comum nas defesas seria a motivação para trabalharem. Só pode ser piada. Tempos atrás vi editais de concursos, um para juiz e outro para médico. Atrativos: salário inicial de juiz – 35 mil. Médico 3,5 mil. Realmente o juiz não deve ter motivação mesmo. O máximo que vai ganhar em final de carreira é 40 mil. Daí para frente é só politicagem. Porém a imprensa tem divulgado à exaustão que é comum juízes e desembargadores estarem faturando em média até 100 mil por mês devido aos penduricalhos imorais e isentos de IR. Total absurdo. Duvido alguém pedir demissão para ganhar mais na iniciativa privada. Falta competência e coragem. Em que é melhor um juiz do que um oficial das forças armadas recém formado por exemplo? E ganham um inicial de 11 mil reais e para ganharem o que ganha um juiz em início de carreira tem que trabalhar 40 anos para chegarem a general. Penso que um juiz para iniciar sua carreira deveria ter o mesmo salário de um tenente. Fica a idéia.

A função social da riqueza

*Cesar Vanucci

“Eu resolvi financiar alunos da Einstein para sempre.”
(Professora Ruth Gottesman)

Na semana retrasada, todos os alunos da faculdade de Medicina Albert Einstein, localizada na região socialmente mais carente de Nova Yorque, o bairro de Bronx, Estados Unidos, foram surpreendidos por convocação da Reitoria, para uma reunião de emergência, sem pauta previamente anunciada. A chamada provocou alvoroço, dando origem a toda sorte de especulações. Na hora aprazada, diante de auditório lotado, mudo e quedo que nem penedo exprimindo algum receio quanto ao que iria ser dito, o Reitor da Instituição comunicou, em tom solene e pausado, que os estudantes da Albert Einstein ficariam desobrigados para sempre do pagamento das anuidades. Nos segundos seguintes o silêncio registrado foi ensurdecedor. Mais ensurdecedor ainda foi quando o público tomou consciência do lance extraordinário que deu origem ao auspicioso anuncio, explodindo em aplausos e gritos de incontida euforia. A explicação a respeito da gratuidade foi dada quando a multidão aquiesceu à ideia de uma pequena trégua para que o Reitor pudesse concluir sua bonançosa fala. Aconteceu o seguinte: uma antiga professora da escola, herdeira de fortuna deixada pelo marido super milionário, resolveu destinar um 1 bilhão de dólares, ou seja algo equivalente a 5 bilhões de reais, como quitação completa dos custos de graduação. O nome da benemérita, educadora é Ruth Gottesman, de 92 anos. Sua doação é tida como a maior já registrada na história de universidades americanas.
Ruth é membro do Conselho da universidade, com mais de meio século de atuação em atividades pronunciadamente sociais. É doutora em Educação pela Universidade de Columbia. Era casada com um dos homens mais ricos do mundo, David “Sandy” Gottesman, recentemente falecido. Esta não foi sua primeira doação com fins filantrópicos. Em 2010, o casal destinou, para a mesma instituição agora contemplada, 25 milhões de dólares (125 milhões de reais). Os recursos foram aplicados na implantação de um instituto de Pesquisa com Células-Tronco e Medicina Regenerativa.
Essa magnífica história de solidariedade, projetando figura humana admirável, com percepção bastante nítida da função social da riqueza, remeteu este desajeitado escriba a um episódio guardado entre suas reminiscências mais ternas e sugestivas. Em meados dos anos 40, o grande educador Mário Palmério, que ainda não se tornara o romancista famoso que todos hoje aplaudimos, implantou em Uberaba, Minas Gerais, o Liceu do Triangulo Mineiro, pouco depois Colégio Triangulo Mineiro. O educandário foi a célula embrionária da conceituada Universidade de Uberaba.
Alunos do curso ginasial – um bom contingente deles -, pertencentes a famílias de condição financeira inferior, foram contempladas inesperadamente sem delongas burocráticas, com bolsas de estudo integrais. Os recursos carreados para essa nobre finalidade procederam de doação de um cidadão nascido em Uberaba e radicado em Uberlândia. Empresário dinâmico, que fez riqueza na atividade agropecuária e setor de serviços, Afrânio Azevedo firmou parceria com o nascente conglomerado educacional, beneficiando muita gente. Um registro que faço com emoção. Entre as centenas de estudantes favorecidos com a providencial ajuda figurávamos eu e Augusto Cesar, meu saudoso irmão, primeiro brasileiro a conquistar um Emmy e um Ondas, os mais importantes lauréis da televisão mundial.
Ao longo dos anos tomei conhecimento de outros gestos de solidariedade social praticados, sempre de forma silenciosa, por Afrânio Azevedo. Guardei dele sem ter podido desfrutar da honra de conhecê-lo pessoalmente, a lembrança de um cidadão dotado sensibilidade social, pertencente ao invejável mundo dos corações fervorosos, receptivos à ideia de que a riqueza possui indeclinável função social. Tal qual a generosa educadora estadunidense.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

MADONA É DA ESQUERDA

Iria Dodde – Proferrora – SP

O show de Madonna foi sensacional para os adeptos de esquerda. A impressão que tive é que ela ficou apta a se inscrever no PT ou Psol. Terá como madrinha Marcia Tiburi , aquela do coito anal. Lula , se for esperto, deve contratar Madonna a peso de ouro para voltar a ter quórum em seus comícios. Se bem que esquerda gosta mais de Funk e sambas de baixo nível.

O TRIÂNGULO JÁ FOI PAULISTA E GOIANO

Antônio Pereira – Jornalista, escrotpr e historiador

Depois de ter sido meio espanhol e um tanto capixaba, o Triângulo passou por mais duas situações administrativas antes de ser mineiro: foi paulista e foi goiano.
Nos finais do século XVI, os reinos de Portugal e Espanha foram fundidos num só sob o comando do rei Fernando II, espanhol. Com isso, não havia mais razões de existir a linha demarcatória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, os limites marcados anteriormente pelo reino de Portugal para as Capitanias Hereditárias tiveram seus interiores totalmente desrespeitados, mesmo porque os capitães governadores estavam preocupados apenas com o litoral. Como diziam os jesuítas, eles arranhavam a praia como os caranguejos.
A capitania de São Vicente, depois capitania de São Paulo, terra dos mais autênticos mamelucos, vivia momentos angustiantes de pobreza, mas valentes e dispostos a permanecer no lugar, os paulistas organizaram bandeiras que saiam a aprisionar índios para escravizá-los e vendê-los. Foi o meio de vida dos primeiros bandeirantes.
Dessa forma, eles alargaram suas fronteiras interiores. A tal ponto que o Sul do país passou a ser paulista mais o Triângulo, Goiás e Mato Grosso. Tudo paulista.
Curiosa a situação das terras de Minas Gerais (que ainda não existia como Capitania) nessa época. O gado nordestino veio subindo pelas margens do São Francisco à cata de vegetação mais fresca e foi arrastando a peonada e as divisas interiores das capitanias da Bahia e de Pernambuco. Então, o Leste mineiro ficou pertencendo à Bahia e o Oeste a Pernambuco. O Sul e o Triângulo ficaram para São Paulo.
Foi o período do Triângulo paulista. Que durou até que a exploração do ouro e seu controle exigiram a criação das capitanias das Minas e de Goiás.
Primeiro se criou a das Minas e se estabeleceram os limites com São Paulo. Ao Sul foi muito problemático, mas não nos interessa; no Triângulo foi muito fácil porque não havia riqueza nenhuma e pouco preocupou sua demarcação. Mas houve. Ela pegava da foz do rio São Marcos, no Paranaíba, e vinha em linha reta até o rio Grande, no ponto em que ele faz um ângulo quase reto ao tomar o rumo do Sul, ali pelas proximidades do Desemboque.
Com a descoberta de ouro em Goiás, com o mesmo objetivo fiscalizador, criou-se a capitania goiana. Como área saída de São Paulo, o Triângulo incorporou as terras que formaram Goiás por ficar no meio do caminho, mantendo a mesma divisa com a capitania mineira.
A passagem do Triângulo, de Goiás para Minas, é que foi curiosa. Os aventureiros do Desemboque procurando safar-se de uma derrama que se planejava para a capitania das Minas convenceram as autoridades goianas de que o Desemboque ficava dentro da área do Triângulo, o Triângulo era goiano, quando, não ficava. Goiás mandou forças para a região, tomou posse do Desemboque e nomeou suas autoridades. Não satisfeitos com o avanço sobre parte do território mineiro os goianos invadiram Araxá e nomearam suas autoridades. Aqui, entretanto, o carro pegou porque os araxaenses não aceitaram a invasão e peticionaram ao príncipe d. João para que fosse respeitado o limite entre as duas capitanias. A essa altura, Goiás já tinha elevado o Desemboque a sede de Julgado com jurisdição sobre toda a mesopotâmia formada pelos rios Grande e Paranaíba.
A situação era a seguinte: todo o Triângulo, até proximidades do Desemboque era, desde o início, goiano, passado que foi de São Paulo para Goiás. O Desemboque e Araxá eram mineiros desde a criação da capitania, porém estavam aposseados pela capitania goiana.
Os principais de Araxá requereram e foram atendidos. D. João ao determinar que as terras do Araxá e do Desemboque retornassem a Minas referiu-se não às vilas do Desemboque e do Araxá, mas à comarca (ou Julgado) do Desemboque e, nessas condições, ia o Triângulo a reboque para Minas. A ganância goiana deu com os burros n’água e fez a capitania perder a enorme área do Triângulo.
Essa, pois, em linhas rápidas, a história do Triângulo paulista, goiano e, finalmente, mineiro.

OBS IMPORTANTE: O Julgado do Desemboque, criado em 1766, atingia todo o Triângulo Mineiro mais o Sul de Goiás. Dez anos mais tarde, foi criado o Julgado de Santa Cruz, no Sul de Goiás que passou a ter jurisdição sobre esta área. Ficou com o Desemboque apenas o Triângulo. (Freitas, José Ferreira, Sertão da Farinha Podre, ed. Do A., 2002)

MÃE

Ana Maria Coelho Carvalho – Bióloga- Uberlândia – MG

O texto abaixo não é meu, encontrei-o na internet, de autoria desconhecida. Gostei tanto dele que resolvi compartilhá-lo com os leitores, como um presente para o dia das mães.
“Mãe é aquele ser estranho, louco, capaz de heroísmos, dramas e breguices com a mesma fúria; escreve carta para o Papai Noel, se faz passar por fadinha do dente, coelho da páscoa, cuca, pede autógrafo para artistas deploráveis, assiste a programas, peças, shows horríveis, revê milhares de vezes os mesmos desenhos animados, conta as mesmas histórias centenas de vezes, vai pra Disney e adora!
Mãe faz escândalo, tira satisfação com professor, berra em público, dá vexame, deixa a gente sem graça, compra briga; é espaçosa, barulhenta, tendenciosa, leoa, tiete, dona da gente. Mãe desperta extremos, ganas, irrita, enlouquece, mas… É mãe.
Mãe faz promessa, prestação, hora extra, pra que a gente tenha o que é preciso e o que sonha. Mãe surta, passa dos limites, às vezes até bate, diz coisas duras; mãe pede desculpas, mortificada… Mãe é um bicho doido, louco pela cria. Mãe é visceral!
Mãe chora em apresentação de balé, em competição de natação, quando a filha menstrua pela primeira vez, quando dá o primeiro beijo. Xinga todo e cada desgraçado que faz a filha sofrer, enlouquece esperando ela chegar da balada, arranca os cabelos diante da morte…
Mãe é uma espécie esquisita que se alterna entre fada e bruxa com uma naturalidade espantosa. É competente no item culpa e insuperável no item ternura, mas pode ser virulenta, tem um lado B às vezes C, D, E… Mãe é melosa, excessiva, obsessiva, repulsiva, comovente, histérica, mas não se é feliz sem uma. Mãe é contrato:irrevogável,vitalício,intransferível.
Mãe lê pensamento, tem premonição, sonhos estranhos. Conhece cara de choro, de gripe, de medo; implica com amigos, namorados, escolhas. Mãe dá a roupa do corpo, tempo, dinheiro, conselho, cuidado, proteção.
Mãe dá um jeito, dá nó, dá bronca, dá força. Mãe cura cólica, porre, tristeza, pânico noturno, medos. Espanta monstros, pesadelos, bactérias, mosquitos, perigos. Mãe tem intuição e é messiânica: mãe salva. Mãe guarda tesouros, conta histórias e tece lembranças. Mãe é arquivo!
Mãe exagera, exaure, extrapola. Mãe transborda, inunda, transcende. Ama, desmama, desarma, denota, manda, desmanda, desanda, demanda. Rumina o passado, remói dores, dá o troco, adora uma cobrança e um perdão lacrimoso.
Mãe abriga, afaga, alisa, lambe, conhece as batidas do nosso coração, o toque dos nossos dedos, as cores do nosso olhar e ouve música quando a gente ri. Mãe tem coração de mãe!
Mãe é pedra no caminho, é rumo; é pedra no sapato, é rocha; é drama mexicano, tragédia grega e comédia italiana; é o maior dos clássicos; é colo, cadeira de balanço e divã de terapeuta… Mãe é madona-mia! É deus-me-acuda; é graças-a-deus; é mãezinha-do-céu, é a-mãe-é-minha-e-eu-mato-quando-quiser; é a que padece no paraíso enquanto nos inferniza…
‘ Mãe é absurda e inexoravelmente para sempre e é uma só: não há mistério maior! Só cabe uma mãe na vida de um filho e olhe lá! Às vezes, nem cabe inteira. Mãe é imensurável!
Mãe é saudade instalada desde o instante em que descobrimos a morte. Mãe é eterna, não morre jamais. Bicho estranho, entranha, milagre, façanha, matriz, alma, carne viva, laço de sangue, flor da pele. Mãe é mãe, e faz cada coisa…”
Parabéns a todas as mães pelo seu dia!!! (Publicado no jornal Correio em 12/05/2013).

20 anos no Poder

Tania Tavares – Professora – SP – taniatma@hotmail.com

*Dirceu vem cantando a bola há tempos: no 1º e 2º mandatos dizia que o PT precisava ficar 20 anos no poder. (interrompido pelo impeachment da Dilma). Nesta nova volta 2024 ao círculo político, ele disse o PT precisa ficar 4 anos, e depois corrigiu para 10 anos. Eu entendi: teriam a maioria do Judiciário nomeados por eles em todas os cargos do STF é o que mais conhecemos. E os outros?