Exportações do agro de Minas Gerais atingem melhor resultado da série histórica

Números representaram 39,6% das exportações totais do estado; dados apurados para o período de janeiro a agosto deste ano são os melhores desde 1997

Diego Vargas / Seapa

As exportações do agronegócio mineiro mais uma vez alcançaram números recordes, conforme dados de janeiro a agosto deste ano. O setor registrou crescimento de 15% na receita e 14% no volume exportado, em comparação ao mesmo intervalo do ano anterior. É o melhor resultado desde o início da série histórica, em 1997.

Foram US$ 11,1 bilhões em receita e 12,4 milhões de toneladas embarcadas para 165 destinos globais. De acordo com a Superintendência de Inovação e Economia Agropecuária da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), se o cenário atual persistir, a projeção é que a receita anual atinja cerca de US$ 17 bilhões.

Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, o desempenho recorde reflete a excelência do agro mineiro.

“Nosso agronegócio produz com responsabilidade, qualidade, segurança e muita atenção a cada etapa. Cada item que embarcamos é fruto da união entre trabalho bem feito, conhecimento, aplicação de tecnologias e competência de cada elo da cadeia”, disse.

Em agosto deste ano, a receita das exportações do agro foi de US$ 1,3 bilhão, decorrentes de 1,4 milhão de toneladas embarcadas. Os números representam decréscimo de 4,2% na receita e 18% no volume ante agosto de 2023. Ainda assim, a expectativa é de manutenção da ordem de US$1 bilhão mensal até o fim do ano.

Café e derivados

As exportações de café atingiram níveis expressivos, totalizando US$ 4,5 bilhões, com o embarque de 19 milhões de sacas para 85 países. Houve acréscimo de 33% na receita e 28,4% no volume.

O café solúvel teve um acréscimo de 625% no valor e 619% no volume embarcado, devido ao aumento das aquisições por países como Rússia e Países Baixos.

Soja, álcool e açúcares

Juntos, soja em grãos, farelo de soja e óleo de soja atingiram a marca de US$ 2,9 bilhões e 6,5 milhões de toneladas. Houve uma leve retração já esperada na receita, pois a safra reduzida diminuiu a oferta do grão. Ainda assim, o volume exportado aumentou em 18%.

Composto por vendas de açúcar de cana, álcool e demais açúcares, o complexo sucroalcooleiro apurou uma receita de US$ 1,4 bilhão, com o embarque de 2,9 milhões de toneladas. O açúcar, principal componente, registrou aumento de 32% no valor e 23% no volume.

Carnes e silvicultura

Carnes e produtos florestais também tiveram desempenho positivo. As vendas do setor de carnes apresentaram crescimento de 12% no volume embarcado, com 315 mil toneladas. A receita somou US$ 993 milhões, com aumento de 10%. A carne bovina foi o destaque do segmento, com US$ 706 milhões e 601 mil toneladas.

As exportações de celulose, madeira, papel e borracha totalizaram US$ 793 milhões e 1,2 milhão de toneladas. O destaque ficou com a celulose, que voltou a apresentar crescimento nas vendas, registrando o total de US$ 773 milhões, com 1,1 milhão de toneladas comercializadas.

Novos mercados

A China segue sendo o principal comprador dos produtos agropecuários de Minas Gerais, com US$ 3,4 bilhões. Em seguida vem Estados Unidos (US$ 1,1 bilhão), Alemanha (US$ 779 milhões), Itália (US$ 450 milhões) e Bélgica (US$ 438 milhões).

No período analisado, Minas Gerais também ganhou novos parceiros comerciais. Países como Sérvia, Barbados, Turcomenistão e São Vicente e Granadinas passaram a figurar como compradores de produtos m

Minas apresenta ações do Programa de Regularização Ambiental durante evento em São Paulo

Encontro da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente reuniu especialistas de todo o país para discutir iniciativas na área

O Programa de Regularização Ambiental (PRA), estratégia do Instituto Estadual de Florestas (IEF) para promover a implementação da regularização ambiental de propriedades rurais em Minas Gerais, foi o tema da palestra da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Melo, em São Paulo.

Crédito: Abema / Divulgação

Ela participou do Encontro de Boas Práticas Estaduais, promovido pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), onde ministrou a palestra “PRA Produzir Sustentável: Tirando o Código Florestal do Papel em Minas Gerais”. O evento reúne especialistas, gestores e representantes de diversas entidades estaduais para compartilhar experiências e discutir iniciativas inovadoras na área ambiental.

O PRA é decorrente do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que tem mais de um milhão de propriedades inscritas em Minas Gerais. A finalidade é integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, formando uma base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento.

Após a análise e homologação do CAR os proprietários/possuidores rurais com passivo ambiental são convocados para a regularização ambiental. A recuperação do passivo é responsabilidade do proprietário possuidor, mas o IEF busca parcerias e recursos para apoiar os pequenos produtores e trabalhadores rurais.

Segundo Marília Melo, Minas tem atualmente 15% do passivo para regularizar. “Temos o potencial de regularizar um total de áreas de reserva legal de cerca de 2,5 milhões de hectares”, afirmou. “Já as Áreas de Preservação Permanente, com potencial de restauração, somam 975 mil hectares”, completou.

Durante a palestra, realizada na quinta-feira (29/8), a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável também observou que a pauta da restauração florestal é aderente às mudanças do clima. “Minas aderiu ao compromisso Race to Zero, assim como vários estados, cujas metas de restauração florestal são das principais”, destacou Marília.

A secretária explicou ainda que Minas tem investido em tecnologias como o CAR 2.0 e o Selo Verde. “O CAR 2.0 foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é um instrumento de trabalho para os órgãos ambientais e para auxílio aos proprietários”, afirmou. “Já o Selo Verde tem foco nas cadeias produtivas agropecuárias e é uma parceria com órgãos de Estado e diversas entidades do setor”, completou.

Marília Melo dividiu a mesa com representantes do Pará e do Paraná. O evento teve as palestras magnas de Alexandre Sion, presidente da Associação Brasileiro de Direito de Energia e Meio Ambiente, com o tema “Os Desafios e Limites da Competência Legislativa Ambiental”; e do sócio da Pinheiros Neto Advogados, Werner Grau Neto, que abordou “Os Limites da Intervenção do Judiciário na Atividade Administrativa”.

PRA

O Programa de Regularização Ambiental compreende o conjunto de ações ou iniciativas a serem desenvolvidas por proprietários e possuidores rurais, no sentido de adequar e promover a regularização ambiental. Para adesão ao PRA e, consequentemente, a regularização do imóvel, é necessário inscrever o imóvel rural no CAR.

Assim, proprietários ou possuidores que dispuserem de passivo ambiental, em áreas rurais consolidadas ou não, relativo à supressão irregular de remanescentes da vegetação nativa, em Área de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal e de uso restrito, e que tiverem inscrição no CAR, poderão solicitar adesão ao PRA junto ao Governo de Minas, para que seja continuada a regularização ambiental do seu imóvel.

O PRA traz benefícios para proprietários e posseiros rurais, que se comprometem a recuperar as áreas degradadas ou alteradas. A suspensão das sanções decorrentes das infrações relativas à supressão irregular de vegetação ocorrida antes de 2008, condicionada à recuperação ambiental das áreas em questão, é um dos benefícios.

Campos Neto-BC!

Tania Tavares – Professora – SP – taniatma@hotmail.com

Os petistas Gleise,Tatto, Pochmann, etc… além dos seus seguidores atacam o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, pois ele foi indicado por outro PR é independente e contém a inflação, coisa que os políticos petistas alojados em ótimos cargos desconhecem em seus bolsos. Eles atacam Campos Neto, que não foi indicado por eles, pois querem os seus “domesticados” indicados na Petrobras, Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal e Correio, que só dirigem -já vimos este filme- de acordo com os desejos do chefe Lula, e não o que precisa por exemplo:Não explorar petróleo próximo a Foz do Rio Amazonas. Nos poupe!

O TRIÂNGULO JÁ FOI PAULISTA E GOIANO

Antônio Pereira – Jornalista, escrotpr e historiador

Depois de ter sido meio espanhol e um tanto capixaba, o Triângulo passou por mais duas situações administrativas antes de ser mineiro: foi paulista e foi goiano.
Nos finais do século XVI, os reinos de Portugal e Espanha foram fundidos num só sob o comando do rei Fernando II, espanhol. Com isso, não havia mais razões de existir a linha demarcatória estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas. Por outro lado, os limites marcados anteriormente pelo reino de Portugal para as Capitanias Hereditárias tiveram seus interiores totalmente desrespeitados, mesmo porque os capitães governadores estavam preocupados apenas com o litoral. Como diziam os jesuítas, eles arranhavam a praia como os caranguejos.
A capitania de São Vicente, depois capitania de São Paulo, terra dos mais autênticos mamelucos, vivia momentos angustiantes de pobreza, mas valentes e dispostos a permanecer no lugar, os paulistas organizaram bandeiras que saiam a aprisionar índios para escravizá-los e vendê-los. Foi o meio de vida dos primeiros bandeirantes.
Dessa forma, eles alargaram suas fronteiras interiores. A tal ponto que o Sul do país passou a ser paulista mais o Triângulo, Goiás e Mato Grosso. Tudo paulista.
Curiosa a situação das terras de Minas Gerais (que ainda não existia como Capitania) nessa época. O gado nordestino veio subindo pelas margens do São Francisco à cata de vegetação mais fresca e foi arrastando a peonada e as divisas interiores das capitanias da Bahia e de Pernambuco. Então, o Leste mineiro ficou pertencendo à Bahia e o Oeste a Pernambuco. O Sul e o Triângulo ficaram para São Paulo.
Foi o período do Triângulo paulista. Que durou até que a exploração do ouro e seu controle exigiram a criação das capitanias das Minas e de Goiás.
Primeiro se criou a das Minas e se estabeleceram os limites com São Paulo. Ao Sul foi muito problemático, mas não nos interessa; no Triângulo foi muito fácil porque não havia riqueza nenhuma e pouco preocupou sua demarcação. Mas houve. Ela pegava da foz do rio São Marcos, no Paranaíba, e vinha em linha reta até o rio Grande, no ponto em que ele faz um ângulo quase reto ao tomar o rumo do Sul, ali pelas proximidades do Desemboque.
Com a descoberta de ouro em Goiás, com o mesmo objetivo fiscalizador, criou-se a capitania goiana. Como área saída de São Paulo, o Triângulo incorporou as terras que formaram Goiás por ficar no meio do caminho, mantendo a mesma divisa com a capitania mineira.
A passagem do Triângulo, de Goiás para Minas, é que foi curiosa. Os aventureiros do Desemboque procurando safar-se de uma derrama que se planejava para a capitania das Minas convenceram as autoridades goianas de que o Desemboque ficava dentro da área do Triângulo, o Triângulo era goiano, quando, não ficava. Goiás mandou forças para a região, tomou posse do Desemboque e nomeou suas autoridades. Não satisfeitos com o avanço sobre parte do território mineiro os goianos invadiram Araxá e nomearam suas autoridades. Aqui, entretanto, o carro pegou porque os araxaenses não aceitaram a invasão e peticionaram ao príncipe d. João para que fosse respeitado o limite entre as duas capitanias. A essa altura, Goiás já tinha elevado o Desemboque a sede de Julgado com jurisdição sobre toda a mesopotâmia formada pelos rios Grande e Paranaíba.
A situação era a seguinte: todo o Triângulo, até proximidades do Desemboque era, desde o início, goiano, passado que foi de São Paulo para Goiás. O Desemboque e Araxá eram mineiros desde a criação da capitania, porém estavam aposseados pela capitania goiana.
Os principais de Araxá requereram e foram atendidos. D. João ao determinar que as terras do Araxá e do Desemboque retornassem a Minas referiu-se não às vilas do Desemboque e do Araxá, mas à comarca (ou Julgado) do Desemboque e, nessas condições, ia o Triângulo a reboque para Minas. A ganância goiana deu com os burros n’água e fez a capitania perder a enorme área do Triângulo.
Essa, pois, em linhas rápidas, a história do Triângulo paulista, goiano e, finalmente, mineiro.

OBS IMPORTANTE: O Julgado do Desemboque, criado em 1766, atingia todo o Triângulo Mineiro mais o Sul de Goiás. Dez anos mais tarde, foi criado o Julgado de Santa Cruz, no Sul de Goiás que passou a ter jurisdição sobre esta área. Ficou com o Desemboque apenas o Triângulo. (Freitas, José Ferreira, Sertão da Farinha Podre, ed. Do A., 2002)