Marília Alves Cunha – Educadora e escritora – Uberlândia – MG

Não é mais presidente, é inelegível, mantem sua popularidade porque é carismático e comunga, com o povo que o segue, valores e princípios. Errou como presidente? É claro, algumas vezes. Mas não deixou manchas de corrupção e sim, traços fortes da disposição em levar o Brasil a um caminho de prosperidade. Erros são naturais, acontecem são próprios do ser humano. Corrupção não! Corrupção é crime, traição, sabotagem, antidemocracia, contra Brasil!

Mas o nome do ex-presidente é assolado, ainda, com exagero de frequência pela grande imprensa. Furtam-se a falar da situação problemática do país, abstem-se de um presente cheio de erros, insegurança e incompetência para repetir acaloradamente narrativas puramente politiqueiras. Vamos falar em realidades?

Estamos em crise na saúde pública, temos dengue, faltam hospitais ou os que temos estão em situação crítica, pessoas despreparadas comandam assunto tão delicado, sério e importante para os brasileiros. Não vemos perspectivas de melhora no quadro, não são apresentados planos ou projetos que assegurem pelo menos a minimização do grave problema. Vamos levando…

A segurança pública também é motivo de preocupação. O Brasil é um país que, sinceramente falando, eu não escolheria caso turista “alienígena” fosse. Nossos presídios de segurança máxima não têm segurança, imaginem os outros. Bandidos dão ordens da cadeia, por celular. O que mais se reproduz nas cadeias são celulares, nada ou ninguém impede esta prática que surte efeitos desastrosos. Mas, pessoas de bem são proibidas de falar ao celular com quem bem entenderem, pessoas que nem condenadas são. A segurança pública no Brasil é um espetáculo de pura insegurança… Paradoxal, não acham?

A floresta Amazônica e o Cerrado continuam desaparecendo. Batem recordes de desmatamento. Os índios continuam morrendo por desnutrição e outros males. Mas não se fala mais nisso, a Fernanda Montenegro não mais se submete a arder-se na fogueira, desapareceram as vozes ardorosas, amantes do verde que clamaram com cara de desespero pela Amazônia e pelos índios. O objetivo se perdeu? Atualmente é melhor não enxergar e ouvir, apenas usufruir no que puderem o que lhes for concedido? E o governo, o que tem feito para minorar o problema ou resolvê-lo? Ninguém vai cobrar, com musiquinhas e falas lacrimosas?

O Brasil é considerado hoje um dos piores países para se investir. Teve o pior desempenho nos mercados globais no primeiro trimestre em 2024. Saiu de um superávit primário de 54 bilhões em 2022 para um déficit primário de 134 bilhões em 2023, sem computar gastos com pagamento de precatórios. A história dos precatórios é ardilosa, para não dizer escandalosa…

Diferentemente dos países que optam pela modernidade e desburocratização, o governo atual optou pela expansão da máquina pública e da estrutura burocrática. Temos hoje 35 ministérios, 15 a mais do que no governo anterior. Expansão sem qualquer ganho de eficiência, muito antes pelo contrário.

A proibição de loteamento político das estatais foi uma coisa muito importante para o Brasil, principalmente depois da corrosão imposta a nossa economia com os escândalos do Petrolão e outros. Mas o governo Lula apressou-se a recorrer ao STF e conseguiu a suspensão de parte da lei das estatais. Temos hoje políticos dirigindo estatais. E para piorar ainda mais a situação, foram retomados investimentos em “grandes paquidermes albinos” como, por exemplo, a “Refinaria Abreu e Lima”. Alguns deste paquidermes oportunizaram grandes escândalos de corrupção, num passado não muito distante.

Temos também o retorno de políticos sacramentados do PT. Aliás, alguns nunca foram, sempre são. Um deles é Eduardo Suplicy. Reclamou, com muita razão, do furto de sua carteira numa reunião petista, em discurso choroso ao microfone, apesar da cara indignada da petista apresentadora. O petista mais petista que existe, com tantas prioridades a serem atendidas neste país de “meu Deus o que é isto” apregoou: “ É fundamental democratizar a maconha”. Saravá! Saravá também para Zé Dirceu que discursa no Senado e veio, como um anjo caído do céu, para salvar a democracia…

Para espanto meu, caros leitores, o Brasil, através de sua diplomacia, condenou-se a um registro histórico: absteve-se de votar na ONU sobre direitos das mulheres e violência cometidas contra as mulheres. Foi feio para um país e um governo que diz identificar-se com causas identitárias e lutar contra a misoginia. Foi feio. E os ministérios também estão destituindo as mulheres: algumas já o foram devidamente e mais nomes estão sendo fritados… O filho do presidente, de acordo com noticiários, também andou aprontando. O que é inaceitável é ver petistas de carteirinha, que falam tanto em misoginia, criticando a mulher do rapaz que, dizem, recebeu os sopapos, como se ela tivesse merecido… Que coisa, né?

Não há como dizer que o país vai bem. Além de tudo que citamos e muitas outras que não citamos, o brasileiro está sofrendo restrições ilegais e sem fundamentação, na sua liberdade de expressão, amplamente descrita na Constituição Federal. O uso de redes sociais está se transformando em uma guerra e o mundo inteiro toma conhecimento das supostas ilegalidades cometidas e que podem comprometer o nosso futuro. No Brasil a censura pode ser usada como forma de proteção à democracia, como forma de impedir a replicação do mal? Quem será responsável por ditar as regras sobre democracia e sobre o Bem e o Mal?

Escrevi demais! Tantas coisas acontecem neste país! Nunca é um dia comum, igual aos outros, o que nos deixa prolixos. Mas não se preocupem se a vida piorar, se a conta de tudo que se faz de errado vier parar nas costas dos cidadãos. Tudo será resolvido a contento. O problema do Brasil, para as grandes redes de comunicação é o Bolsonaro, não resta dúvida. Tirá-lo de cena, eis a questão, eis a solução!