Ivan Santos – Jornalista

A Câmara Federal tem várias comissões permanentes que são presididas, por um ano, por um deputado(a) indicado(a) pelos partidos que têm representação na Casa. O partido que tem o maior número de deputados tem maior poder para indicar o presidente. Neste ano o PL, partido do ex-presidente Bolsonaro, indicou a deputada Caroline Toni, eleita pelo Estado de Santa Catarina. Ela foi escolhida para presidir a Comissão de Constituição e Justiça.
A deputada é ativista de direita e, em vários pronunciamentos desde o ano passado, pediu em plenário a destituição do presidente Lula. Como alguns bolsonaristas, ela acredita que não se elegeu e que está no poder por uma manobra do TSE que teria fraudado as eleições.
Quem acompanha política sabe que a direita comandada por Bolsonaro critica severamente a posse de Lula na Presidência República para enfraquece-lo e desgastar o PT. O objetivo é recuperar o poder que perdeu na eleição passada. Nada de novo. É apenas uma mania da oposição que, fora do poder, vive de criticar e criar empecilhos para desgastar o governante perante a opinião pública.
Para os governistas irritados com a eleição da deputada para a importante Comissão de Constituição e Justiça por onde passam, obrigatoriamente, todos os projetos que tramitam na Câmara é melhor se acostumar com a realidade.
A deputado foi eleita por um processo aprovado pelo Regimento Interno da Câmara. Se ela é uma deputada radical de direita, nada anormal numa democracia. Se a deputada não tem experiência parlamentar, nenhum problema porque ela vai contar com a assessoria de servidores experientes. Se ela vai continuar a pedir a deposição do presidente Lula, nenhuma novidade. A oposição é uma forma democrática de representação popular. No ano que vem os inconformados poderão reunir forças e emplacar outro deputado ou deputada na Comissão de Constituição e Justiça. A democracia é um regime que respeita a sucessão em todos os órgãos do poder político.