Ivan Santos – Jornalista

No processo político nacional sempre houve mentiras ou manipulação da realidade. Um exemplo é a alteração feita na Internet de um relato de ocorrência feito pela historiadora Lúcia Hipólito sobre a criação do PT e que foi alterado na Wikipedia por alguém interessado em camuflar a realidade. A alteração foi feita para esconder que foi o general Golbery do Couto e Silva. o verdadeiro ideólogo que criou o Partido dos Trabalhadores.
Quando Lula foi preso, o general Golbery, que era o estrategista político da Revolução de 1964, acompanhou o dirigente sindical e decidiu usá-lo para impedir que Leonel Brizola assumisse o PTB de Getúlio Vargas e iniciasse a criação de uma República Sindicalista no Brasil. Na ocasião Golbey decidiu usar Lula na fundação do PT para dividir o movimento sindical e impedir o fortalecimento de Leonel Brizola – este, sim, o verdadeiro esquerdista – de assumir o PTB, partido da classe operária em 1965. Golbery que era amigo do cardeal Paulo Evaristo Arns, usou este astro da Igreja Católica para pedir às Comunidades Eclesiais de Base que ajudassem Lula a colher assinaturas para criar o PT. Os intelectuais foram recrutados pela Igreja Católica para fundar um partido puro, dos trabalhadores, e capaz de distribuir justiça social. Lula profanou o projeto de Golbery. A historiadora Lúcia Hipólito foi fiel na narrativa (ler atentamente o primeiro parágrafo do texto autêntico). Os petistas profanaram o escrito para esconder a verdade história; Caro leitor, confira o verdadeiro texto abaixo e veja como foi escrito:

AULA DE HISTÓRIA – “Nascimento” do PT: (Lúcia Hippólito)

O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.
Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.
Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT. Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista político que foi o general Golbery.
Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento de um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.

O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.
O PT lançava e elegia candidatos, mas não “dançava conforme a música”. Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.
O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.
Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.
Tudo muito chique, conforme o figurino.

E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos, camaradas.
Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT.
A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.
Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.
Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.
E depois foi a fez do senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.
Os ambientalistas, por sua vez, começaram a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.

Afinal, quem do grupo fundador ficou no PT? Os sindicalistas.
Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.
Controlado por pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República. Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.
O PT é o triunfo da pelegada.