Ivan Santos – Jornalista
No decorrer de várias dezenas de anos pudemos perceber que quando os partidos políticos chegam às ruas para medir a temperatura política do povo, é tempo de murici. Nesse tempo cada um cuide de si, recomendam os caboclos do grande sertão. Depois que a guerra começa, operações do comandante-em-chefe da administração pública restringem-se ao dia-a-dia da aplicação orçamentária quando há recursos disponíveis. Caso contrário será apagar incêndios de dia e de noite até o dia da decisão.
Se estas observações ainda forem válidas hoje, concluímos que o governo do Capitão está enredado nas quartas com a campanha eleitoral nas ruas. De um lado, o próprio capitão desfila de moto nos fins de semana talvez para manter-se popular. Em outro lado o principal candidato da posição ao governo, um ex-presidente, caminha como fez nesta semana pelo Nordeste em busca do apoio de caciques regionais para reconquistar o trono onde hoje está sentado o Capitão.
A disputa da eleição que será de hoje a pouco mais de um ano já está no campo de batalha com soldados e oficiais mobilizados de um lado e do outro e todos armados nas redes da internet. Não há mais clima para aprovar reformas estruturais nas duas Casas do Congresso. E a guerra poderá ficar mais complicada se uma Terceira Via encontrar um candidato viável para presidente. Se esta hipótese se concretizar a confusão vai aumentar e o governo vai se complicar mais ainda. Esta é apenas uma previsão que poderá ser alterada por força de um poder superior. É bom esperar pelo calor de verão que está perto.