Ivan Santos*

A reforma Ministerial apressada feita pelo Capitão-Presidente poderia ter sido melhor. Por exemplo: o Capitão demitiu o ministro do Exterior, mas nomeou para o substituir um diplomata considerado “boa-praça”, mas sem experiência em relações internacionais. O novo ministro precisa desfazer equívocos produzidos no começo do Governo que deixou aborrecidos o presidente da França, Emmanuel Macron, a chanceler da Alemanha, Ângela Merkel, o presidente da Argentina, Alberto Fernandez e o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Jogo muito sofisticado e difícil para um diplomata sem experiência internacional.
O capitão acertou com a nomeação do novo ministro da Saúde, Dr. Marcelo Quiroga. É um médico cardiologista conceituado, Presidente Nacional da Associação dos Cardiologistas, experiente e já demonstrou, em poucos dias, que trabalha com seriedade e competência para enfrentar a Pandemia do Coronavírus. É preciso que os viventes humanos do Brasil apoiam o ministro porque ele merece um voto de confiança.
O Mito não mudou muito na reforma ministerial apressada que promoveu. A Educação continua a ser um setor sem prioridade. A missão básica deste Ministério hoje é neutralizar “professores comunistas”. Não há projetos para a Educação. O ministro, um pastor evangélico, talvez espere pela orientação do Espírito Santo para começar a agir.
As outras mudanças ministeriais foram para acomodar interesses do Mito, da família dele no Governo e do Centrão (grupo de parlamentares oportunistas) que hoje apoiam o Governo.
Hoje o Mito tem um enorme abacaxi para descascar. É o Orçamento da União para este ano, aprovado no mês passado com um déficit superior a R$ 30 bilhões. O ministro da Economia já disse que o Orçamento é inexequível. A peça foi construída com apoio do Centrão. O Mito está entre a cruz e a espada. É preciso negociar uma saída política, prática que o Chefão não gosta de fazer. De acordo com a filosofia do Velho Guerreiro (Chacrinha), ou “negocia ou se estrumbica”.

*Jornalista