Marília Alves Cunha*

Cheguei àquele ponto da vida em que, pelo menos teoricamente, nada é obrigatório. Nada de trabalhar pesado, nada de ser bonzinho aos olhos de todo mundo, nada de ficar fazendo tudo que não se quer. A história já vivida credenciando ao afastamento de múltiplas obrigações e ao aconchego maior com a própria alma.
Mas de algumas coisas não abro mão, dentre elas o direito de votar. No dia 15 de novembro, domingo de luz e consciência (Deus queira) tenho um encontro marcado com as urnas. Opinião minha: votar não é um dever, votar é um direito da qual não podemos abrir mão, sob pena de abrirmos mão de escolher caminhos que afetarão e muito, a vida de cada um.
No momento em que votarmos em Prefeito e Vereadores, estaremos nos manifestando a respeito dos rumos que desejamos para nosso município. O lugar em que vivemos, a nossa cidade é de crucial importância para todos. Aqui criamos família, trabalhamos, nos divertimos, amamos, vivemos o nosso dia a dia com todas as belezas e as dificuldades que a vida apresenta. Aqui deixamos nossas impressões digitais como cidadãos, no cumprimento dos deveres e na fruição de direitos. No município torna-se muito maior a visão da atuação dos governantes e parlamentares e mais fácil se torna a cobrança intransigente de melhorias prometidas e fiscalização constante das políticas adotadas, que afetam o cotidiano de cada eleitor.
Almejamos muitas coisas importantes para nossas cidades: segurança, saúde pública que atenda as necessidades de todos, educação de qualidade, trânsito tranqüilo e ordeiro, ruas limpas e arborizadas, meio ambiente bem cuidado com políticas sérias de sustentabilidade, transporte público decente e moderno, que nos permita deixar carros na garagem e de lambuja prestar um serviço ao meio ambiente. Queremos dignidade para todas as pessoas, com trabalho, habitação e tudo que for necessário à qualidade de vida dos cidadãos. Desejamos com todas as forças que idosos, crianças, deficientes, recebam um tratamento condigno e que lhes oportunizem uma vida melhor. E que os animais não sejam esquecidos, pois também fazem parte da vida da comunidade e merecem respeito.
Queremos mais, muito mais, mas esperamos pelo menos que nossos governantes, nossos vereadores, tenham a competência e o bom senso para estabelecer prioridades, trazendo a primeiro plano o que é fundamental para o município.
Políticos que nada constroem de positivo, que oscilam entre a crítica infundada e a demagogia, fazem da política um meio de vida e defendem mais seus próprios interesses do que os da coletividade, certamente não constarão da minha agenda no domingo de luz e consciência (Deus queira) no qual escolheremos nossos governantes municipais.
Um jornalista carioca escreveu certa vez, com muita propriedade: ”O município é a Pátria em miniatura, é a escola primária da liberdade”. E nesta imagem reduzida da pátria devemos focar nossos pensamentos, para que nada ou ninguém nos impeça na construção de nosso futuro. Futuro que pode estar em nossas mãos, como seres políticos e instituídos de liberdade. Futuro que deve obedecer não a interesse de alguns, mas a interesse de todos que aqui vivem e labutam em busca de uma vida melhor. Para o bem de Uberlândia, esta cidade que cresce a olhos vistos e propicia a todos tantas oportunidades, escolham bem seus candidatos. A cidade merece!

*Educadora e escritora – mariliacunha16@hotmail.com