A bem da verdade, fica difícil não sentir um certo alívio por ter o Senado devolvido a cadeira de Aécio e o ter liberado do recolhimento noturno, com perda de passaporte. Não porque não tenha cometido delitos, mas porque parece que a penalidade imposta não foi aplicada conforme manda a Lei. Viu-se ministros defendendo o afastamento usando critérios subjetivos, de caráter moral, citando como exemplo os ministros Fux e Barroso, quando o julgamento deveria ser focado no aspecto meramente jurídico.
O grupo de ministros mais à esquerda, como são chamados, resolveu então, um tanto arbitrariamente e de forma previsível, confirmar a punição a Aécio, contrariando até mesmo a Constituição que é clara a este respeito, ou seja, só pode perder seu mandato, o parlamentar que cometeu crimes inafiançáveis e de gravidade excepcional. Afinal, Aécio sequer foi investigado, não teve direito à defesa. E se fosse o caso, tal decisão deveria ter partido do Senado. Assim, avançaram nas prerrogativas da Casa, que por óbvio, se sentiu invadida e ameaçada em sua autonomia. Desta forma, Aécio não foi absolvido. Vai responder a processo, como manda a Lei e como já estão respondendo alguns senadores, como a já ré Gleisi Hoffmann, Renan Calheiros e outros. Assim, fica restabelecida a regra do bom senso que diz “não pode haver dois pesos e duas medidas”.
*Psicóloga
Como Deus não vai matar todos estes corruptos de uma só vez, a esperança é um novo Governo Militar no Brasil, fechando o corrupto e inútil Congresso, prendendo todos que estão indiciados, (PRINCIPALMENTE LULA, DILMA, FERNANDO PIMENTEL, AÉCIO NEVES, RENAN CALHEIROS, ROMERO JUCÁ, SARNEY, TEMER E OUTRAS PORC….. MAIS) julgando-os e fazendo retornar os bilhões roubados do povo honesto do Brasil.
Por que Aécio ainda não apresentou o contrato de compra e venda do apartamento (devidamente registrado em cartório) que disse que ia vender a Joesley Batista, pois recebeu, através de seu primo e irmã, ao vivo e a cores (filmados) R$ 2.000.000,00 em espécie?
Por que ainda não apresentou sua última declaração de Imposto de Renda, comprovando estar sem recursos, já que alegou que este dinheirão era para pagar advogados em virtude de NOVE processos que estão em seu nome do Supremo Tribunal Federal?
Se tiver estes documentos comprobatórios, então estaria mesmo sendo acusado injustamente pelo corruptor autodeclarado oficialmente Joesley Batista.
Esta conversa de um político com nove processos nas costas é para “boi dormir”, e não serve aos honestos esclarecidos e informados que não aceitam falácias descabidas.
Se Aécio fosse Cunha, estaria na tranca (Josias de Souza – jornalista)
O Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional devem um pedido de desculpas a Eduardo Cunha.
Se Cunha tivesse recebido dos magistrados e dos parlamentares o mesmo tratamento dispensado ao senador tucano Aécio Neves, não estaria trancado numa cadeia de Curitiba/PR.
Continuaria desfrutando de sua imunidade parlamentar, e desfilando sua desfaçatez pelos corredores e gabinetes do Poder, como se coisa alguma fétida tivesse sido descoberta sobre ele.
Há um ano e meio, quando era o todo-poderoso Presidente da Câmara, Eduardo Cunha teve o mandato suspenso.
A providência, aprovada por unanimidade no plenário do Supremo, marcou o início da derrocada de Cunha.
Com Aécio, a unanimidade da Suprema Corte deu lugar a uma maioria de 6 a 5 a favor do entendimento de que sanções cautelares contra parlamentares têm de ser referendadas pelo Legislativo.
Com o auxílio voluntário de Michel Temer e involuntário do contribuinte, que teve seu dinheiro usado na compra de votos de senadores, o Senado devolveu a Aécio o mandato que o Supremo havia congelado.
A Câmara também teria restituído o mandato a Cunha se tivesse sido chamada a opinar.
A comparação ajuda a entender o tamanho do retrocesso que o caso Aécio representa.
Sem poder, Cunha foi empurrado para a cassação, o julgamento na Primeira Instância (Dr. Sérgio Moro) e a cadeia.
Com o poder restabelecido, Aécio continua desfrutando da imunidade que o livra da tranca.
É simples assim.
Aécio ataca, ataca, ataca… E quanto à defesa? (Josias de Souza – jornalista)
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De volta ao Senado, Aécio Neves reencontrou-se com o microfone do plenário.
Despejou sobre ele ataques vorazes aos seus delatores e ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.
Sem mencionar-lhes os nomes, disse que a turma de Joesley Batista o envolveu numa “trama ardilosa”, que teve a participação de Janot e sua equipe, “homens de Estado.”
Disse Aécio:
“Fui vítima de uma ardilosa armação, comandada por empresários que enriqueceram às custas do dinheiro público, e não respeitaram as pessoas de bem. Corroboraram para essa trama ardilosa homens de Estado, que até há pouco tempo tinham assento na Procuradoria-Geral da República.”
Aécio faria um bem extraordinário a si mesmo se substituísse a tonelada de críticas que dirige aos seus algozes por meio quilo de autodefesa.
Desnecessário realçar que tudo o que o senador declara pode se voltar contra ele.
Alguém pode indagar: por que Aécio mantinha relações tão azeitada$$$ com empresário$$$ criminosos?
O senador tucano costuma repetir que os R$ 2 milhões recebidos da JBS por baixo da mesa (dinheiro vivo) não decorrem de propina, mas de um empréstimo.
Não dispõe de documentos para demonstrar a operação.
Sustenta que não há dinheiro público no lance.
Alguém que disponha de dois neurônios pode indagar:
“Ora, se Joesley enriqueceu ‘às custas do dinheiro público’, como Aécio pode assegurar que a grana repassada a ele pelo cleptoempresário é limpinha?”
Abraçado ao gambá, PSDB foge do mau cheiro (Josias de Souza – jornalista)
Presidente interino do PSDB, o senador Tasso Jereissati passou a defender a saída de Aécio Neves do comando da legenda.
“Eu acho que ele não tem mais condições, dentro das circunstâncias, de ficar na presidência do partido”, disse Tasso nesta quarta-feira. “Precisamos ter uma solução definitiva, e não provisória. Não tem mais condições.”
Hein?
Na véspera, Tasso e todos os tucanos presentes à sessão do Senado posicionaram-se a favor de Aécio na votação que devolveu ao correligionário o mandato que o Supremo Tribunal Federal havia congelado.
Quer dizer: depois de impor aos brasileiros o retorno de Aécio à ribalta, o tucanato quer se livrar do companheiro tóxico, renunciando-o de uma presidência partidária da qual já está licenciado.
Submetido ao paradoxo, Tasso disse que a decisão do Senado foi “mal interpretada”.
Hã?
“No meu entender, é dar ao senador Aécio o que ele não teve até agora, que foi o direito de defesa.”
Conversa fiada.
Afastado do mandato, Aécio conservava intactos os direitos de investigado.
O que lhe falta não é direito de defesa, mas a própria defesa.
Os R$ 2 milhões recebidos da JBS em malas e mochilas transformaram o príncipe do tucanato num sapo indefeso.
“Agora, aqui, no próprio Senado, ele vai ter o Conselho de Ética. E, no Conselho de Ética, vai ter que se defender”, acrescentou Tasso.
Lorota.
Aécio já teve a chance de enfrentar de fronte alta um primeiro pedido de cassação do seu mandato.
Preferiu a fuga.
Aliou-se à fina flor do arcaísmo político para obter o arquivamento da representação no Conselho de Ética.
Acossado por uma segunda peça, nada faz supor que adotará comportamento distinto.
“Ao mesmo tempo, o julgamento no Supremo continua”, prosseguiu Tasso. “E, no Supremo também ele vai ter o direito de apresentar sua defesa.”
Lero-lero.
Se Tasso estivesse preocupado com os rumos do processo, teria votado NÃO a favor de Aécio, mas da manutenção da decisão da Primeira Turma da Suprema Corte.
O afastamento de Aécio não prejudicava a defesa.
Ao contrário, era um estímulo para que o investigado priorizasse a busca de explicações que ainda não foi capaz de apresentar.
Devolvido ao Senado como se nada tivesse sido descoberto sobre ele, Aécio ganha outra prioridade: conspirar contra qualquer iniciativa que se pareça com um esforço anticorrupção.
Vale a pena, a propósito, recordar um trecho do DIÁLOGO VADIO que o senador tucano manteve com o delator Joesley Batista, da JBS:
— Aécio: Esses vazamentos, essa porra toda, é uma ilegalidade.
— Joesley: Não vai parar com essa merda?
— Aécio: Cara, nós tamos vendo (…) Primeiro temos dois caras frágeis pra caralho nessa história é o Eunício [Oliveira, presidente do Senado] e o Rodrigo [Maia, presidente da Câmara], o Rodrigo especialmente também, tinha que dar uma apertada nele que nós tamos vendo o texto (…) na terça-feira.
— Joesley: Texto do quê?
— Aécio: Não… São duas coisas, primeiro cortar o pra trás (…) de quem doa e de quem recebeu.
— Joesley: E de quem recebeu.
— Aécio: Tudo. Acabar com tudo esses crimes de falsidade ideológica, papapá, que é que na, na, na mão [dupla], texto pronto nãnã. O Eunício afirmando que tá com colhão pra votar, nós tamo (sic). Porque o negócio agora não dá para ser mais na surdina, tem que ser o seguinte: todo mundo assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, tá montada. A ideia é votar na… Porque o Rodrigo devolveu aquela tal das Dez Medidas, a gente vai votar naquelas dez… Naquela merda das Dez Medidas toda essa porra. O que eu tô sentindo? Trabalhando nisso igual um louco.
— Joesley: Lógico.
— Aécio: O Rodrigo enquanto não chega nele essa merda direta, né?
— Joesley: Todo mundo fica com essa. Não…
— Aécio: E, meio de lado, não, meio de leve, meio de raspão, né, não vou morrer. O cara, cê tinha que mandar um, um, cê tem ajudado esses caras pra caralho, tinha que mandar um recado pro Rodrigo, alguém seu, tem que votar essa merda de qualquer maneira, assustar um pouco, eu tô assustando ele, entendeu? Se falar coisa sua aí… forte. Não que isso? Resolvido isso tem que entrar no abuso de autoridade… O que esse Congresso tem que fazer. Agora tá uma zona por quê? O Eunício não é o Renan.
— Joesley: Já andaram batendo no Eunício aí, né? Já andaram batendo nas coisas do Eunício, negócio da empresa dele, não sei o quê.
— Aécio: Ontem até… Eu voltei com o Michel ontem, só eu e o Michel, pra saber também se o cara vai bancar, entendeu? Diz que banca, porque tem que sancionar essa merda, imagina bota cara.
— Joesley: E aí ele chega lá e amarela.
— Aécio: Aí o povo vai pra rua e ele amarela. Apesar que a turma no torno dele, o Moreira [Franco], esse povo, o próprio [Eliseu] Padilha não vai deixar escapulir. Então chegando finalmente a porra do texto, tá na mão do Eunício.
(…)
— Joesley: Esse é bom?
— Aécio: Tá na cadeira (…). O ministro [da Justiça] é um bosta de um caralho, que não dá um alô, peba, está passando mal de saúde pede pra sair. Michel tá doido. Veio só eu e ele ontem de São Paulo, mandou um cara lá no Osmar Serraglio, porque ele errou de novo de nomear essa porra desse (…). Porque aí mexia na PF. O que vai acontecer agora? Vai vir um inquérito de uma porrada de gente, caralho, eles são tão bunda mole que eles não (têm) o cara que vai distribuir os inquéritos para o delegado. Você tem lá cem, sei lá, 2.000 delegados da Polícia Federal. Você tem que escolher dez caras, né?, do Moreira, que interessa a ele vai pro João.
— Joesley: Pro João.
— Aécio: É. O Aécio vai pro Zé (…)
(…)
— Aécio: Tem que tirar esse cara.
— Joesley: É, pô. Esse cara já era. Tá doido.
— Aécio: E o motivo igual a esse?
— Joesley: Claro. Criou o clima.
— Aécio: É ele próprio já estava até preparado para sair.
— Joesley: Claro. Criou o clima.
Difícil saber o que é maior, se a desfaçatez ou a insensatez.
Ao pregar a saída de Aécio da presidência do PSDB um dia depois de ter votado a favor do retorno dele ao Senado, Tasso Jereissati exagera no cinismo.
Parece supor que a plateia é feita de bobos.
Luta por um partido limpinho, ao mesmo tempo que tenta zelar pelo conforto do Aécio enlameado.
Tasso ainda não se deu conta, mas faz o papel do sujeito que tenta fugir do mau cheiro abraçado a um gambá.
Devassidão ética inviabiliza o esconde-esconde (Josias de Souza-jornalista)
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Em meio ao surto de devassidão ética que acometeu a política brasileira, os políticos passaram a cultivar o desejo de viver uma vida pública como se fosse privada.
O Senado se esforçou para votar o caso de Aécio Neve$$$ secretamente.
Michel Temer e seus aliados se irritaram com a divulgação do conteúdo da delação do doleiro Lúcio Funaro, que expôs detalhes da relação íntima do presidente com a banda devassa do PMDB.
Todos fogem dos olhares do eleitor.
A má notícia é que os políticos, sempre apaixonados pela sombra, continuam se esforçando para sonegar informações à opinião pública.
Não se deram conta de que a sujeira já vazou pelas bordas do tapete.
A boa notícia é que a tentativa frustrada de fuga expõe um certo sentimento de vergonha.
Não resolve o problema.
Mas pode ser um começo. Resta torcer para que o eleitor saiba usar a transparência a seu favor.
Se pudessem, os políticos apagariam as luzes eternamente, com medo de que houvesse eleitores escondidos no claro.
Por sorte, já não é possível brincar de esconde-esconde na Política.
As listas de votação estarão na vitrine de 2018.
No Senado, o caso de Aécio.
Na Câmara, o caso de Temer.
E todos os outros casos que ainda estão por vir.
Os políticos já não conseguem escapar nem mesmo do espelho, cujo reflexo é de uma franqueza brutal e irretocável.
Com nó no pescoço, Senado tira Aécio da forca (Josias de Souza – jornalista)
Se o Brasil fosse um país lógico, a precariedade da situação penal de Aécio Neve$$$ levaria o Senado a manter as sanções cautelares impostas ao tucano pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal.
Mas foi justamente a debilidade do seu prontuário que devolveu a Aécio o mandato e a liberdade noturna.
Num plenário repleto de encrencados, os senadores investigados, denunciados e réus tiraram Aécio da forca para se protegerem da corda.
Muitos alegaram em discursos que defendiam o respeito à Constituição, não os interesses de Aécio.
Lorota.
Movidos pelo instinto de sobrevivência, protegiam o próprio pescoço.
Para que o plenário do Senado retirasse Aécio do poste, pelo menos 41 senadores precisavam rasgar a decisão do Supremo.
Vitaminada pela banda do lodo, a bancada pró-impunidade cravou 44 votos no painel eletrônico, 17 dos quais enrolados na Lava Jato.
A esse ponto chegou Aécio.
Elegera-se senador com 7 milhões de votos.
Na disputa presidencial de 2014, amealhara 53 milhões de votos.
Agora, livrou-se do nó na garganta por uma diferença de três escassos votos.
Aécio foi salvo pela banda notória do Senado, capitaneada pelos processados caciques peemedebistas Renan Calheiros, Romero Jucá e Jader Barbalho.
É a essa trinca tóxica que o ex-presidencial limpinho do PSDB irá se juntar sempre que ouvir alguém gritar: “Vá procurar a sua turma!”
O eleitorado não se animará a devolver Aécio ao Senado em 2018.
Com alguma sorte, o ex-campeão de votos pode cavar na Câmara uma trincheira para retardar seu encontro com uma sentença judicial condenatória.
Por Aécio, Cármen Lúcia ignorou Cármen Lúcia (Josias de Souza – jornalista)
Os arquivos do Supremo Tribunal Federal guardam um voto antológico da ministra Cármen Lúcia.
Foi proferido em 22 de agosto de 2006.
Nela, a atual presidente da Suprema Corte indeferiu o pedido de liberdade de um deputado estadual de Rondônia acusado de corrupção.
Para manter o personagem atrás das grades, a ministra desconsiderou sua imunidade parlamentar.
Sustentou a seguinte tese:
“Imunidade é prerrogativa que advém da natureza do cargo exercido. Quando o cargo não é exercido segundo os fins constitucionalmente definidos, aplicar-se cegamente a regra que a consagra não é observância da prerrogativa, é criação de privilégio. E esse, sabe-se, é mais uma agressão aos princípios constitucionais, ênfase dada ao da igualdade de todos na lei.”
A posição da ministra prevaleceu na Primeira Turma do Supremo por 3 votos a 2.
E o então deputado José Carlos de Oliveira, acusado de comandar uma quadrilha que desviara R$ 50 milhões dos cofres estaduais, ficou preso.
Na última quarta-feira, decorridos 11 anos, surgiu no plenário da Suprema Corte uma outra Cármen Lúcia.
Irreconhecível, esta ‘Cármen do B’ rasgou, por assim dizer, o voto memorável de 2006.
Fez isso ao desempatar em 6 a 5 o julgamento que transferiu para o Legislativo a última palavra sobre sanções cautelares, que impeçam deputados ou senadores investigados criminalmente de exercer o mandato.
A nova Cármen Lúcia ignorou a antiga para beneficiar diretamente o tucano Aécio Neves, afastado do mandato de senador.
A Cármen Lúcia antiga servira de inspiração para o colega Teori Zavascki que, antes de morrer num acidente aéreo, deu à luz o voto que resultou, no ano passado, no afastamento do então deputado federal Eduardo Cunha do mandato e da presidência da Câmara.
Teori escorou parte do seu arrazoado nas posições da ex-Cármen.
Foi seguido pela unanimidade dos ministros do Supremo.
O julgamento da semana passada foi motivado justamente por uma ação movida por três legendas que integravam a milícia parlamentar de Eduardo Cunha: PSC, PP e Solidariedade.
Alegaram que o Supremo não poderia suspender o mandato de congressistas senão com o aval da respectiva Casa legislativa.
Sustentaram que, por analogia, deveria ser observado o artigo 53 da Constituição.
De acordo com este artigo, deputados e senadores só podem ser presos “em flagrante de crime inafiançável.”
Nessa hipótese, o processo tem de ser enviado ao Senado ou à Câmara em 24 horas.
Deputados e senadores têm a prerrogativa de confirmar ou revogar a prisão. Agora, graças ao voto de minerva da neo-Cármen e do recuo da banda mutante do Supremo, os parlamentares poderão revogar também sanções cautelares (alternativas à prisão) aplicadas contra eles.
A Constituição estadual de Rondônia reproduz o artigo 53 da Constituição federal.
Por isso, a defesa do então deputado José Carlos de Oliveira, preso por ordem do Superior Tribunal de Justiça, batera às portas do Supremo.
Pedira a revogação da prisão, sob o argumento de que não havia flagrante. Reclamava, de resto, que o encarceramento do deputado não fora submetido à apreciação da Assembleia Legislativa rondoniense.
Cármen Lúcia deu de ombros.
Realçou em seu voto que o caso de Rondônia era excepcional.
O esquema de corrupção envolvia 23 dos 24 deputados estaduais com assento na Assembleia.
Escreveu: “Como se cogitar, numa situação de absoluta anomalia institucional, jurídica e ética, que os membros daquela Casa poderiam decidir livremente sobre a prisão de um de seus membros…?”
Graças à decisão de Cármen Lúcia de virar a si mesma do avesso, as punições impostas a Aécio serão analisadas pelo Senado em sessão marcada para terça-feira.
O grão-tucano precisa dos votos de 41 dos 81 senadores para ter de volta o mandato e o direito de sair de casa à noite.
Há no Senado 35 políticos encalacrados na Lava Jato.
Mas a nova Cármen Lúcia não enxerga em Brasília a mesma “situação de absoluta anomalia institucional, jurídica e ética” que via em Rondônia.
No voto sobre Rondônia, Cármen Lúcia escreveu: “…Aceitar que a proibição constitucional de um representante eleito a ter de submeter-se ao processamento judicial e à prisão sem o respeito às suas prerrogativas seria um álibi permanente e intocável dado pelo sistema àquele que pode sequer não estar sendo mais titular daquela condição…”
Nada pode ser mais prejudicial à Justiça do que veredictos que variam conforme as circunstâncias e a importância do personagem envolvido.
Com o auxílio da sua presidente, o Supremo Tribunal Federal atentou contra a segurança jurídica ao tratar Aécio Neves com uma benevolência que sonegara ao ex-deputado estadual José Carlos de Oliveira, e ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Delcídio diz que foi “boi de piranha”
http://www.otempo.com.br
Cassado por unanimidade no ano passado, o ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) criticou a decisão na qual o Senado autorizou Aécio Neves (PSDB-MG) a retomar o mandato, e derrubou o recolhimento noturno que havia sido imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Delcídio, ele foi julgado de forma injusta, enquanto “há provas de que Aécio é culpado”.
“Infelizmente, acrobacias jurídicas livraram a cara do Aécio Neves. O caso dele é gravíssimo, envolvendo malas de dinheiro e pedido de empréstimo de R$ 2 milhões a um empresário. No meu caso, nem uma perícia dos áudios foi realizada”, disse o senador cassado à rádio Guaíba.
“Eles quiseram entregar um boi para as piranhas, pois o restante da boiada passaria. Agora, com Aécio, não tiveram o mesmo entendimento e acharam que sobraria para todo mundo. Por isso, o livraram”, afirmou.
Aécio Neves e Gilmar Mendes trocaram 46 ligações em dois meses (http://www.otempo.com.br)
Relatório da Polícia Federal (PF) apontou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ligou 46 vezes para o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do aplicativo WhatsApp entre 16 de março e 13 de maio deste ano.
Desse total, 22 chamadas foram completadas.
Gilmar é o relator de quatro inquéritos que investigam Aécio no Supremo.
A informação sobre a intensa frequência dos contatos foi divulgada nesta quinta-feira (19) pelo site Buzzfeed Brasil.
O delegado federal Josélio Azevedo de Sousa, que subscreve o relatório, destaca que uma das conversas foi em 25 de abril de 2017, data em que o ministro deferiu monocraticamente decisão favorável ao tucano para que ele não precisasse prestar depoimento à Polícia Federal em um dos inquéritos da operação Lava Jato.
O relatório da PF foi incluído em uma das ações que tramitam no STF.
O documento, datado de 15 de agosto de 2017, não está sob sigilo na Corte.
No período em que foram feitas as ligações, as investigações sobre Aécio já estavam sob a responsabilidade de Gilmar Mendes.
As ligações não foram interceptadas pela PF, mas identificadas a partir da análise de celulares apreendidos com Aécio na operação Patmos, fase da Lava Jato deflagrada em 18 de maio.
Não é possível saber o conteúdo das conversas.
Na data em que Gilmar acatou o pedido da defesa de Aécio, o senador tentou ligar três vezes para o ministro, e somente na quarta tentativa conseguiu contato.
Os registros indicam que conversa teve duração de 24 segundos, e foi realizada às 13h01.
Na mesma data, o tucano voltou a ligar para Gilmar, às 20h59, mas não conseguiu contato.
Na data seguinte, 26 de abril, quando a decisão do ministro do Supremo foi tornada pública, Aécio voltou a ligar para Gilmar.
Ao todo, foram cinco ligações pelo WhatsApp, e em quatro delas o senador conseguiu falar com o ministro.
Segundo o relatório, as ligações somam seis minutos e 57 segundos.
“Embora não sendo possível afirmar que as ligações havidas em 25/4/2017 tenham relação com o requerimento protocolado nesta mesma data pelo advogado do senador Aécio Neves, e deferido neste mesmo dia pelo ministro Gilmar Mendes, é de se destacar a coincidência desses contatos”, informa a PF.
No laudo referente a outro telefone do tucano, a PF mostra registros de chamadas entre Aécio e Gilmar entre 18 de fevereiro e 4 de abril de 2017.
São oito ligações, das quais eles conversaram em seis.
Em nota, a defesa de Aécio diz que “mantém relações formais com o ministro Gilmar Mendes e, como presidente nacional do PSDB, manteve contados com o ministro, presidente do TSE, para tratar de questões relativas à reforma política.
Ressalte-se que pouco mais da metade das ligações citadas foram completadas, conforme consta do relatório da PF. Ocorreram também reuniões públicas para tratar do tema, com a presença do presidente da Câmara e presidentes de outros partidos. O senador Aécio é autor de uma das propostas aprovadas no âmbito da reforma política.”
Também em nota, Gilmar informou que “manteve contato constante, desde o início de sua gestão, com todos os presidentes de partidos políticos para tratar da reforma política”.
Essa não foi a primeira vez que a PF identificou ligações entre Aécio e Gilmar.
Um telefonema grampeado registrou conversa em 26 de abril, sobre o projeto de abuso de autoridade no Senado.
COMENTÁRIOS:
Jorge Henrique=Acorde mineirada, nada de votar em Aécio Neve$$$, Zezé Perrela e Ana$$sta$$ia, pelo amor de Deus. Saíram da categoria dos três mosqueteiros e oficializaram os Irmãos Metralha…aqueles que sempre queriam roubar o dinheiro do Tio Patinhas.
Eduardo Tavares=Cadê o General Mourão que disse que se o Judiciário não fizesse o seu papel o Exército o faria?
Helio Cazelli=Namoro ou amizade?
José Carlos Patriota=Judiciário, Legislativos, executivos e banqueiros são irmãos siameses, se protegem e roubam juntos bilhões. São destemidos porque sabem que o povo brasileiro é pacato e analfabeto.
Wilton Grego=Pra que falar mais, José Carlos Patriota, resumiu tudo em poucas palavras. Parabéns.
FGS=O pior é que os caras se sentem deuses e sabem que coisa alguma vai atingi-los. Para um Aécio já não dá NADA, imagine para um ministro do Supremo?
Fernando Fulgêncio=Está cada vez mais escancarado o grande acordo nacional, com o STF, com tudo, para estancar essa sangria e delimitar a Lava Jato onde está. E onde estão os paneleiros? Fazendo coisas mais importantes, como patrulhar museu?
Marcos Zambalde=Infelizmente o País acabou e não acreditamos mais nos Poderes constituídos. Somente os militares podem salvar o Brasil. Precisamos de Justiça, Ordem, Progresso e uma reforma política com o fim da reeleição, e outras reformas como fim de mordomias para agentes públicos, fim de supersalários. Mude Brasil! Mude Eleitor!
Carlos Alberto=Decepção de MG e do avô Tancredo Neves. Sobre estas 46 ligações alguém ainda tem dúvidas que Política no Brasil hoje está mais baixa que frequentar as Zonas da Rua Guaicurus ou Rua São Paulo de Belo Horizonte/MG. Ou vamos no popular mesmo, está pior que Zona…
Marco A=Parabéns povo de Minas. Se você votou nele a culpa é totalmente sua.
Altaciro Gonçalves Silva=Até quando o povo de MG vai suportar esse Aécio sociopata bandido?
Eduardo Tavares=O mais triste é que ele será reeleito nas próximas eleições, aguarde e confira… Brasileiro tem os políticos e juízes que merecem.