Foto: Leo Fontes

Circuito Gastronômico de Favelas é exemplo de ação em Gastronomia Social para gerar emprego e renda
Projeto que vai difundir sabores peculiares e estimular o empreendedorismo acontece em seis comunidades de Belo Horizonte, Contagem e Betim, com apoio do Servas
As favelas também oferecem sabores que dão vida à cozinha de Minas Gerais. Nas comunidades, seja na porta de uma casa ou em muitas de suas esquinas, exala o cheiro bom dos temperos peculiares, que bailam nas panelas e nos pratos ricos em criatividade e histórias de gente que empreende e surpreende, como a Cristina Barbosa e o esposo, José Marcio Duarte.
Proprietários do restaurante “O Fundo do Bar”, no Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, o casal deu início à trajetória comercial servindo tira-gosto nos fundos do bar do pai da Cristina, o “seu” Crescêncio. “Daí o nome do restaurante, criado depois de dois anos trabalhando com petiscos e ouvindo o pedido dos clientes para servir outras refeições”, recorda Cristina.
O prato do dia é referência para quem almoça em bares e restaurantes nas comunidades, entre eles estão sabores bem conhecidos pelos mineiros, como o feijão tropeiro e a feijoada, mas o prato inscrito pelo casal no Circuito Gastronômico de Favelas foi a mistura saborosa da costelinha de porco com ora-pro-nóbis e angu.
Com apoio do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), o Circuito Gastronômico de Favelas foi criado para consolidar e difundir a identidade gastronômica como patrimônio imaterial das comunidades.
O projeto, idealizado pela ‘Casulo Cultura’, entidade que atua na área de projetos culturais e eventos, reforça o potencial para a geração de renda, por meio da valorização e do intercâmbio de conhecimentos das comunidades, e contribui para o desenvolvimento econômico dessas comunidades, além de dar publicidade aos sabores ali produzidos.
A proposta nasceu no bairro onde moram a Cristina e o José Márcio, quando em meio às atividades que desenvolvia, a diretora executiva da ‘Casulo Cultura’, Danusa Carvalho, passou a fazer suas refeições na própria comunidade.
“Não foram só os pratos que chamaram atenção, a vontade das pessoas em trabalhar, em dar mais qualidade aos produtos e garantir a continuidade das atividades comerciais inspirou nossa proposta para uma atividade que desse reconhecimento à produção gastronômica das favelas”, afirma Danusa.