Peixes ornamentais movimentam mais de R$ 10 milhões por ano em Minas Gerais

Cadeia produtiva ainda não tem regulamentação própria, mas o polo produtor, na Zona da Mata, tem se organizado juntamente com o Governo do Estado para mudar essa situação

GOV. MG.

“Hoje tudo o que eu tenho é graças à piscicultura”. Este é o depoimento de Cristiano Cunha de Paula, de 45 anos, da cidade de Patrocínio do Muriaé, na Zona da Mata mineira, mas é uma frase recorrente ao ouvir os produtores da região. Poucos sabem, mas Minas Gerais é responsável por 70% da produção nacional de peixes ornamentais, mais especificamente a região de Muriaé, um conjunto de oito municípios compõem o polo produtor desses animais.

Cerca de 400 famílias vivem da renda da produção de peixes ornamentais, o que caracteriza agricultura familiar. Essa cadeia produtiva movimenta mais de R$ 10 milhões ao ano e é uma cultura que tem características peculiares, bem diferentes das produções tradicionais da pecuária e agricultura, como o café e o gado de corte.

Para se ter uma ideia, com 1.000 m² já é possível ter uma produção dos peixes, um espaço ínfimo se comparado à produção de uma lavoura de café, por exemplo. O manejo dessa cultura também requer menos esforço do que a manutenção de um plantel de bovinos de leite, mas o maior atrativo para os produtores de peixes ornamentais é o baixo investimento para um alto retorno financeiro.

A história de Márcia Gomes do Nascimento, de 29 anos, comprova o fato. Segundo a produtora da zona rural de Patrocínio do Muriaé, “a criação de peixes ornamentais, além de ter uma boa rentabilidade, é uma terapia. É muito tranquilo”, conta.

A família de Márcia descobriu os peixes ornamentais quando se mudou de Divino, onde a produção de café é destaque, para Patrocínio do Muriaé com seus pais, um autônomo e uma bordadeira. Ao chegar ao novo destino, a família sentiu a necessidade de produzir mais renda. Seguindo os passos de sua vizinha, a mãe de Márcia decidiu iniciar sua própria produção.

A atividade começou de forma modesta, quando a menina tinha apenas nove anos. Construíram um poço de bambu e, juntas, conseguiram produzir seus primeiros peixes. Já na primeira produção, as vendas animaram a família, que com a renda, compraram lona para construir mais poços para produzirem mais. Vendo o quão promissor era a atividade, o pai de Márcia também se juntou a elas. Depois disso, a produção só cresceu.

Seguindo o caminho tradicional, Márcia chegou a iniciar a graduação em Engenharia de Produção, mas após o primeiro período, desistiu do curso sob protestos de uma das professoras porque sentia saudade “da roça”. “Não me sinto inferior às pessoas que estudam, pelo contrário, as parabenizo, mas me sinto muito realizada criando peixes. Hoje, com oito anos de casada, tenho coisas que meus pais, na minha idade, não tinham. Vivo confortavelmente e na roça. Minha casa é boa, toda em cerâmica, tenho carro, uma moto e até uma bicicleta. Tenho tudo isso por causa dos peixes”, celebra a produtora rural.

Em Patrocínio do Muriaé, Márcia conheceu Danilo Novaes de Paula, hoje com 31 anos, os dois se apaixonaram e estão casados há oito anos. Desde 2015 os dois mantêm sua própria piscicultura numa propriedade cedida pelos pais do rapaz. Quando iniciaram a produção, eles tinham apenas um barracão, mas aos poucos foram construindo, o que se transformou em uma bela casa de três quartos, sala, dois banheiros, um lavabo, garagem e cozinha integrada com área de lazer com churrasqueira.

Já Danilo conta que o casal trabalha de domingo a domingo, porém, na parte da manhã por causa do calor da estufa. No domingo, os dois se levantam às duas horas da madrugada para embalar os peixes que seguirão para diversos estados brasileiros e até para fora do Brasil. A folga vem apenas ao meio dia.

Danilo e Márcia trabalham cerca de seis horas por dia. Os números, o casal não revela, mas o lucro é de cerca de 60%.

A produção de peixes ornamentais é tão vantajosa, que fez Marcelo da Silva Gouveia Filho, de 29 anos, natural de Patrocínio do Muriaé, deixar o cargo público que tinha como funcionário da Transpetro, empresa pública de transporte e logística de combustíveis. Hoje, ele é formado em Administração de Empresas e cursa uma pós-graduação, mas dedica seus esforços na criação de peixes ornamentais.

Marcelo é produtor rural há cerca de um ano e conta que é possível iniciar a produção com baixo investimento, mas optou por investir um pouco mais, com a construção de estufas de alvenaria e lonas de melhor qualidade. Sua criação foi estabelecida na propriedade de Íria e José de Paula, seus sogros, que também criam peixes ornamentais. Os pais da esposa de Marcelo produzem peixes betta há 20 anos e criaram sua filha com a renda dessa criação.

“Quando pequena, minha filha sempre quis estudar, era um sonho que eu queria que ela realizasse porque eu só tenho o quarto ano primário”, conta Íria Fátima de Oliveira, de 54 anos. Hoje, a filha da produtora é formada e atua como advogada na cidade de Patrocínio do Muriaé, a 10 quilômetros da propriedade da mãe, onde o marido cria seus peixes.

A cidade de Patrocínio do Muriaé é conhecida como a capital nacional do peixe betta, espécie conhecida por ser um peixe de briga, devido à sua agressividade contra outros peixes. A criação dessa espécie é feita, atualmente, em garrafas pet, que permitem que um animal não esteja em contato com o outro.

Apesar de a cidade ser conhecida por esse tipo de peixe, há criação de outras espécies. A propriedade de Cristiano Cunha de Paula é um exemplo. Lá, Cristiano produz, além do betta, espécies como o acará, guppy e colisa. O produtor vende para todo o Brasil, com destaque para São Paulo e a região Sul do país.

Cristiano começou a atividade em 2001, quando trabalhava como profissional de serviços gerais em Patrocínio do Muriaé. No início, ele era atravessador da produção de um amigo e, percebendo a oportunidade, montou sua primeira estufa. Sua produção era pequena e ele se dividia entre as duas atividades. Nos fins de semana, ao invés de se divertir, Cristiano trabalhava com os peixes. Com o crescimento da produção, ele precisou da ajuda dos seus pais. Em pouco tempo, percebeu que poderia viver da piscicultura e pediu demissão do emprego. A própria produção o permitiu melhorar sua estrutura. Hoje, ele tem estufas altamente tecnificadas, com material de ponta, muito mais resistente.

O que se percebe na produção dos peixes ornamentais é a facilidade de manejo e a presença da agricultura familiar. Ainda que muitas das propriedades tenham uma grande estrutura, as pessoas de uma mesma família trabalham juntamente com outros funcionários. Além disso, a atividade é um legado cultural na região, que se tornou tão próspera graças a Paulo Braz, advogado que levou a novidade para a região na década de 80.

Números que impressionam

O polo produtor de peixes ornamentais é compreendido pelos municípios de Patrocínio do Muriaé, Vieiras, Eugenópolis, Miradouro, Barão do Monte Alto, Muriaé, Rosário da Limeira e São Francisco do Glória. O último estudo, desenvolvido pelo Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais, campus Muriaé, identificou 225 propriedades com cultivo de peixes ornamentais em sete municípios pesquisados.

O estudo comprovou que o maior número de produtores de peixes ornamentais do polo está concentrado na cidade de Patrocínio do Muriaé, seguido das cidades de Vieiras e São Francisco do Glória. Além disso, 85% dos produtores entrevistados têm de 30 a 49 anos e 68% da mão de obra empregada na produção da região é composta pelos próprios familiares.

De acordo com as informações obtidas pela pesquisa, no ano de 2021, a região produziu quase 8 milhões de exemplares de peixes ornamentais, gerando uma receita bruta de mais de R$ 10 milhões. Essa produção é distribuída nos estados de Minas Gerais, seguido dos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo os dados dessa pesquisa, somente no ano de 2021, a rentabilidade mensal foi de quase R$ 9 mil por hectare. O estudo também aponta que o potencial de produção é ainda maior, pois a atividade ainda é carente de assistência técnica especializada e faltam políticas públicas voltadas para o setor.

Percebendo a necessidade de apoio aos produtores e entendendo a importância da atividade na região, o Governo de Minas tem se mobilizado para instituir uma legislação própria para a cadeia produtiva dos peixes ornamentais que hoje tem que seguir as normas da produção dos peixes de corte. A iniciativa, que partiu da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) em conjunto com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculados à Seapa, teve início com uma visita técnica à região no ano de 2023.

Como a produção é antiga na região, IMA e Epamig já desenvolvem um trabalho conjunto: o IMA cuidando das questões de sanidade e a Epamig com pesquisas diversas de manejo, reprodução e qualidade da água, em sua fazenda experimental, na cidade de Leopoldina. “A parceria IMA e Epamig traz apoio ao produtor e melhoramento da produção”, conta Alexmiliano de Oliveira, pesquisador em piscicultura da Epamig.

Legislação própria

O grupo de municípios produtores de peixes ornamentais se juntou a órgãos do Governo de Minas para definir uma legislação própria e estudar melhores práticas para esta cultura. Maria José Firmo, coordenadora regional do IMA em Viçosa, é uma representante do poder público no grupo e entusiasta da cadeia produtiva dos peixes ornamentais.

“Atualmente todo produtor de peixe ornamental deve ser registrado no IMA e seguir a legislação vigente, mas é urgente termos uma legislação própria para este fim. Já temos uma comissão formada por nossos técnicos e especialistas da área para formular uma portaria que regule esta produção tão importante para nossa região”, diz a médica veterinária.

No início de março deste ano, a coordenadora do IMA organizou uma reunião com mais de dez distribuidores de peixes ornamentais da região que, segundo eles próprios, são responsáveis por 95% da distribuição da produção comercializada no país. “Queremos preservar a produção e a história envolvida na atividade, agregando valor à região, que tem famílias que dependem desse ramo”, revela Maria José.

Ainda segundo a fiscal agropecuário, é importante que um órgão fiscalizador, como o IMA, esteja próximo do produtor para entender melhor a produção e a distribuição dos peixes e, assim, identificar pontos de risco sanitário e preservar a atividade. Ela ainda conta que a cadeia produtiva recebe muito bem a iniciativa do órgão, apesar de saber que há penalidades, caso a legislação não seja cumprida.

Maria José ressalta a diferença entre o peixe de corte, aquele que é destinado ao consumo, e os peixes ornamentais, que apenas embelezam os ambientes. “A nova legislação vai proporcionar aos produtores um prazo para adequação de suas atividades, antes da aplicação das questões legais”, garante a coordenadora.

Ainda em março deste ano, o IMA lançará consulta pública sobre a nova portaria, uma oportunidade de a sociedade conhecer o que está sendo proposto pelo governo e opinar a respeito. A expectativa é que a nova legislação seja publicada ainda no primeiro semestre de 2024.

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Prefeitura informa sobre funcionamento dos serviços públicos nesta após liminar

Secom- PMU
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A Prefeitura de Uberlândia informa que, apesar da liminar judicial que suspendeu o movimento de greve considerado ilegal, apenas 6% das escolas municipais retomaram as atividades plenamente nesta sexta-feira (15). Nos demais setores, as atividades seguem normalmente.
A Prefeitura de Uberlândia reforça que acompanha o grave cenário econômico nacional e realiza estudos de recomposição salarial do funcionalismo público de forma responsável e transparente, como sempre fez, considerando a realidade atual e as projeções financeiras do Município para este ano.
Reitera, ainda, a responsabilidade e os esforços da gestão municipal para garantir os serviços prestados à população, apesar deste quadro de forte queda de arrecadação, especialmente decorrente das mudanças das regras do ICMS educação e da não inclusão do IPI no VAF pelo Estado.
A administração municipal ratifica o compromisso e respeito com os servidores públicos, que já foram prejudicados no passado recente com atraso e parcelamento de salários e falta de repasses nos empréstimos consignados, além da perda de recursos no Ipremu.Por fim, esclarece que as informações acerca da proposta foram dadas aos representantes dos sindicatos, inclusive quanto ao prazo máximo de envio à Câmara Municipal.

Equipe da Prefeitura disputa 1º Regional Triângulo de Natação a partir desta sexta (15)

Futel será representada por 33 crianças e adolescentes em categorias que vão de Pré-Mirim a Junior

Divulgação/Futel

A equipe de competição da Prefeitura de Uberlândia, que treina por meio da Fundação Uberlandense do Turismo, Esporte e Lazer (Futel), disputa, nesta sexta-feira (15) e neste sábado (16), o 1º Regional Triângulo de Natação. A competição acontece no Praia Clube, com a participação de mais de 170 atletas de todo o Triângulo Mineiro. A Futel será representada por 33 crianças e adolescentes em categorias que vão de Pré-Mirim a Junior.

“Essa será nossa primeira competição do ano e a expectativa é de alcançar bons resultados, pois a equipe está muito bem preparada e foi um dos principais destaques na região na modalidade em 2023”, disse um dos treinadores da modalidade, o profissional de educação física da Futel, Gino Degane.

A Prefeitura de Uberlândia, por meio da Futel, encerrou 2023 com 2.430 alunos na natação (1.442 na iniciação esportiva, 40 nas equipes de competição, 847 na natação adulto e 101 na natação paralímpica), com aulas e treinamentos no Parque do Sabiá, UTC, Sesi Gravatás (espaço que integra o Sistema Fiemg e que está sob responsabilidade da Futel), Núcleo Viva Mansour, Poliesportivo Roosevelt e Parque Aquático “Deputado João Bittar Júnior”.

Ao longo do ano passado, as equipes de competição obtiveram resultados expressivos em todas as competições que disputaram, com destaque para as 264 medalhas conquistadas nas etapas regionais da Copa MG, sendo 99 de ouro, 91 de prata e 74 de bronze.

 

Em Barbacena, Trilhas de Futuro forma 124 novos técnicos, que já estão com vagas encaminhadas para o mercado de trabalho

Cidade conta com mais de 3,7 mil alunos matriculados no programa estadual; preparação profissional gratuita representa mudança de vida para os mineiros

Gov. MG.

O governador Romeu Zema e o vice-governador Professor Mateus participaram, nesta quinta-feira (14/3), em Barbacena, da formatura de mais 124 estudantes do programa Trilhas de Futuro. A solenidade também reuniu secretários do Governo de Minas, familiares e autoridades da região.

Os novos profissionais concluíram os cursos técnicos em Edificações, Eletroeletrônica, Eletromecânica, Eletrotécnica e Mecânica. As aulas da preparação profissionalizante gratuita oferecida pelo Governo do Estado foram realizadas na estrutura do Centro de Formação Profissional Olavo Machado, da unidade Senai no município, que é umas das instituições parceiras do programa.

“Um dos pontos que vocês já venceram é esta demonstração de ter vontade de aprender. Vocês já saem na frente de muitos”, destacou o governador Romeu Zema, em seu pronunciamento aos formandos. Segundo ele, o empenho e dedicação para se aprofundar nos estudos é fundamental para o sucesso profissional. “Na vida, nada vem fácil. A postura de aprender faz toda a diferença. E lembro a vocês que o aprendizado não termina aqui, com a formatura: aprendemos durante toda a vida – e temos que seguir nos atualizando, nos desenvolvendo”, completou.

Em Barbacena, são mais de 3,7 mil jovens sendo qualificados pelo Trilhas de Futuro neste momento, em 32 cursos técnicos oferecidos em sete instituições credenciadas. Desse total, cerca de 1,3 mil já se formaram e se preparam para o mercado de trabalho, e quase 2,5 mil estão matriculados na cidade.

Ao abrir a solenidade de formatura, o vice-governador Professor Mateus destacou a importância do programa Trilhas de Futuro para a geração de emprego no estado.

“Há cinco anos, quando esta gestão começou, foi dada uma tarefa para a Secretaria de Estado de Educação: ampliar a oferta de cursos técnicos em Minas Gerais, pois tínhamos a preocupação de dar empregabilidade, condições para as pessoas trabalharem. E, hoje, para vocês terem ideia, com iniciativas como o Trilhas de Futuro, o estado tem a menor taxa de desemprego da história desde que se mede índice nacional de desemprego”, ressaltou.

Mercado de trabalho

O encaminhamento dos jovens para uma vaga no mercado de trabalho, assim que eles se formam, é um dos aspectos que tornam o Trilhas de Futuro – realizado por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) – ainda mais efetivo na empregabilidade no estado.

Para ampliar a disponibilidade de cursos e, principalmente, direcionar a oferta de atividades conforme a realidade e a necessidade de cada região, o Estado, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), também realiza um mapeamento das demandas locais.

A partir desse levantamento, feito pela diretoria de Políticas de Atração de Investimentos e Diversificação Econômica, é possível identificar e compreender quais são as principais demandas por mão de obra qualificada e os números de vagas que podem ser disponibilizados em cada cidade mineira.

A oportunidade de conseguir um emprego qualificado e que pagasse bem foi o que fez o aluno Matheus Matos escolher o curso técnico em Mecânica Industrial. Após ingressar no programa, ele foi contratado por uma empresa de sua cidade, onde trabalha na área de prensagem de mangueira hidráulica.

“É uma oportunidade incrível que nós estamos tendo, de fazer um curso técnico gratuito e da qualidade que o Senai tem. Ainda durante o curso, consegui um emprego na minha área em Barroso, onde vivo com meus pais”, contou.

Realização de sonhos

A conclusão do curso técnico do Trilhas de Futuro representa a mudança de vida e profissional para a maioria dos estudantes. Com o diploma, os formandos conseguem um emprego qualificado e oportunidades inéditas.

É o caso do aluno Marcus Vinicius da Conceição que, aos 21 anos, está concluindo o curso técnico em Eletrotécnica. Com o aprendizado adquirido no curso, ele já conseguiu uma vaga de trainee industrial no Senai de Barbacena.

Além do emprego, ele também foi selecionado para participar da edição deste ano da WordSkills, a maior competição voltada ao segmento educacional para formação profissional do mundo. Em setembro, Marcus Vinicius representará Minas Gerais em Lyon, na França, e terá a oportunidade de mostrar para o mundo o que ele aprendeu até aqui.

“O Trilha de Futuro mudou minha vida. Graças ao programam consegui um emprego e fui indicado para participar da WordSkills, que é uma competição de habilidades internacionais. Fui selecionado para representar o Brasil na modalidade de instalações hidráulicas. Esta oportunidade representa uma conquista que nunca imaginei alcançar”, revelou o estudante.

A chance de fazer um curso técnico de qualidade – e de forma gratuita – atrai estudantes de todas as idades. O aluno Donizete Anastácio da Silva, de 60 anos, por exemplo, considera o Trilhas de Futuro uma oportunidade de aumento de renda.

“Foi muito importante para mim concluir mais um curso. Este é o meu terceiro diploma técnico e a qualificação contribuiu para o aumento da minha renda mensal. O programa vem abrindo portas para mim no mercado”, comemorou Donizete, um dos 124 novos profissionais apresentados na cerimônia de formatura.

Destaque nacional

O programa estadual, coordenado pela SEE/MG, está em sua quarta edição e representa a maior iniciativa do Governo de Minas para oferecer cursos técnicos profissionalizantes gratuitos em instituições públicas ou privadas.

Em Barbacena, o secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, enfatizou que o Trilhas de Futuro é o maior programa profissionalizante do Brasil.

“É fato que a formação técnica ajuda no crescimento da cidade e é isso que estamos trazendo para Barbacena. Quero dizer que, em Minas, temos mais de 100 mil estudantes que fazem parte do programa – e somos, no país, o estado que mais oferece vagas de cursos profissionalizantes. O dobro do estado que está em segundo lugar”, destacou.

Também presente na solenidade, o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, complementou com menção ao poder transformador do Trilhas de Futuro.

“Ele (o programa) muda a vida das pessoas e escuta as demandas locais, oferecendo os cursos profissionalizantes as localidades onde há carência de mão de obra. É um programa assertivo que contempla as duas pontas do mercado de trabalho”, disse Passalio.

Trilhas de Futuro

O programa estadual é direcionado a alunos que cursaram o ensino médio na rede estadual. Atualmente, mais de 150 mil estudantes estão matriculados, distribuídos em 94 cursos.

Até o momento, mais de 40 mil mineiros, que não imaginavam retomar os estudos ou ter acesso a um curso técnico, se formaram pelo Trilhas de Futuro em mais de 70 cursos em diferentes áreas de atuação.

Desde o lançamento, em 2021, o Governo de Minas já ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão investidos no programa que está transformando a vida de milhares de famílias. Somente em 2023, foram aplicados cerca de R$ 710 milhões.

Para apoiar os estudos e garantir a permanência, o estudante recebe uma ajuda de custo para alimentação e transporte no valor de R$ 20 por dia/aula frequentada.

Reforma em escola

Mais cedo, também em Barbacena, o vice-governador Professor Mateus vistoriou a Escola Estadual Professor Soares Ferreira. Na unidade, ele anunciou o investimento de mais de R$ 1,7 milhão para obras de reforma em geral.

Os recursos serão utilizados para realizar intervenções como melhorias na fachada, pisos, pinturas, esquadrias metálicas e impermeabilização de lajes do prédio escolar. A unidade de ensino atende mais de mil estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental, médio regular e médio em tempo integral.

A escola já recebeu, desde 2019, quase R$ 1,6 milhão, investimento que foi destinado por meio da SEE/MG para aquisição de novos mobiliários e equipamentos, conjuntos de carteiras para alunos e professores, renovação do parque tecnológico, obras de manutenção e custeio, além da instalação de wi-fi, rede de acesso à internet, democratizando a acessibilidade à rede virtual.

 

Fim da espera: Governo de Minas realiza sonho de 70 famílias de Barbacena com entrega de títulos de propriedade definitiva

Ação beneficia moradores de dois conjuntos habitacionais na cidade e encerra espera de mais de 15 anos

Secom/PMU

Na segunda entrega de títulos do dia (14/3), desta vez em Barbacena, o Governo de Minas beneficiou 70 famílias por meio da entrega de documentos de propriedade definitiva. Os residentes dos conjuntos habitacionais Evangelina Boa Vista e Valentim Prenassi I e II receberam, na presença do vice-governador Professor Mateus, os títulos dos imóveis financiados por meio da Cohab Minas, companhia vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).

Durante a solenidade, o vice-governador destacou o trabalho que a Cohab Minas realiza nesta gestão, corrigindo problemas que a companhia tinha em governos anteriores. Além disso, Professor Mateus explicou a importância de se ter o título regularizado, especialmente para estas famílias que aguardavam pelo documento definitivo de propriedade da casa própria há mais de 15 anos.

“Há pessoas que passam mais de 40 anos morando no lugar e não têm a certeza, no final do pagamento das parcelas, se os filhos poderão receber a herança daquele imóvel, ou mesmo se vão conseguir também realizar um financiamento para fazer uma reforma na propriedade. Até para vender as pessoas têm muita dificuldade, pois, sem a regularização, o imóvel fica muito mais barato. Hoje, essa angústia acabou para essas famílias”, disse.

A entrega reforça o compromisso da atual gestão estadual em promover o direito à moradia, como também enfatizou o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

“Hoje, essas famílias estão efetivamente podendo dizer que são donas de suas propriedades. Poderão dizer que são oficialmente proprietários, podendo ter acesso a crédito, ter acesso a uma venda mais digna, ter segurança jurídica se quiserem vender um imóvel – e a valorização também do imóvel se encaixa com os títulos. Então, tudo isso contribui para um processo de impacto não apenas social, mas também econômico. Isso ajuda, atrai investimento e movimenta a economia”, destacou Passalio.

Na cidade, foram os três conjuntos habitacionais construídos na década de 1980, totalizando 327 moradias. Eles foram edificados com recursos do extinto Banco Nacional de Habitação.

“O governador Romeu Zema e o vice-governador Professor Mateus, determinaram à Cohab que nós resolvêssemos os problemas do passado. Muita gente já quitou a sua casa, mas ainda não tinham tudo regularizado. Por isso, estamos trabalhando para dar mais dignidade para aqueles que esperam por tanto tempo pelas titulações”, salientou o diretor-presidente da Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais, Ricardo Gontijo.

O prefeito de Barbacena, Carlos Dú, já morou em um dos conjuntos e elogiou o trabalho e o compromisso do Estado com a regularização dos títulos das pessoas que precisavam e não podiam mais esperar.

“Há muito tempo, nós, moradores de Barbacena, não nos sentíamos vistos pelo Governo de Minas. Mas, agora, nesta gestão, o Executivo está muito próximo da população do interior”, pontuou.

Mutirão das Escrituras

A entrega é resultado do projeto Mutirão das Escrituras, realizado no final de outubro de 2023, em Barbacena. Na ocasião, uma equipe de técnicos da Cohab Minas esteve durante uma semana no município para orientar cada morador sobre as principais pendências (documentação) para regularização do imóvel.