Ivan Santos*

O presidente Jair Bolsonaro não é um político inexperiente. Ele se elegeu com o voto dos brasileiros desiludidos com o PT e com as mensagens de políticos que se identificaram no País como da esquerda. Bolsonaro não é liberal, não é socialista, não é da esquerda, da direita nem do centro. Bolsonaro é um oportunista que se aproveita da desilusão de muitos com as promessas de políticos e engambela a massa com a “nova política”. Esta, de nova nada tem. É tão velha como o “queremismo” que consagrou Getúlio Vargas como o líder dos “trabalhadores do Brasil” e o “Pai dos Pobres”.
Para embolar o jogo político, o pseudoliberal Bolsonaro nomeou um ministro da Educação com a missão de afastar todos os esquerdistas que o orientador do governo, astrólogo Olavo de Carvalho considera comunistas, de cargos de decisões nas Universidades. Corre em cochichos nos becos políticos em Brasília que em breve o ministro da educação poderá anunciar o fim das eleições para reitores nas Universidades Federais. Os futuros reitores seriam escolhidos de Listas de três nomes organizadas pelo Conselho Universitário de da instituição de ensino superior federal. Antes os estrategistas do Planalto, os conselhos universitários serão compostos por pessoas conservadoras, de direita e tementes a Deus. Por enquanto, só boato, mas onde aparece fumaça há fogo.
Ainda com a mesma intenção de anular os esquerdistas, o chefe do Governo poderá impor nova política nas relações exteriores para acabar com a diplomacia tradicional e criar nova, com a cara da direita bolsonarista. Com o mesmo propósito o Capitão-Mito poderá nomear novo secretário de Cultura em 2020. A nomeação de um negro racista para “endireitar” a Fundação Zumbi dos Palmares com a missão de desmantelar ninhos de comunistas que o capitão acredita que existem lá.
Bolso é político com 28 anos de experiência como deputado federal, sucessivamente reeleito. Não dá ponto sem nó. Ele não esconde que pretende anular a esquerda para “endireitar” o Brasil e implantar o liberalismo econômico no sistema nacional de produção e circulação de bens econômicos e serviços. O Capitão-Mito ainda tem, pelo menos, um terço do eleitoral (33%) nacional, que o apoia incondicionalmente para o que der e vier. Assim o Mito vai  “endireitando” o Brasil”.

*Jornalista