Ivan Santos*

Em 1966 vi nasce o “Jornal da Tarde” que apareceu em São Paulo como o mais moderno jornal do Brasil. A primeira redação, comandada pelo jornalista Mino Carta, foi de jovens idealistas bem preparados intelectualmente. Fizeram uma revolução com notícias simples, claras, redigidas na voz ativa, sem gerúndios, sem locuções verbais e sem adjetivos para não elogiar ou desqualificar nada nem alguém. Era uma redação de gênios, candidatos a um Premio Nobel. O Jornal da Tarde ressuscitou a técnica da reportagem, depois esquecida nas redações e nas escolas de jornalismo. Certa vez recebi, perplexo, a notícia do falecimento do JT. Mataram-no a tecnologia de informática e a conjuntura econômica adversa que sacode o mundo e chega sutilmente ao Brasil. Os leitores de jornais de papel migram para outros sítios. A editora do conceituado “Jornal da Tarde” e do “Estado de São Paulo” decidiu ficar só com o centenário jornalão paulista com a intenção de introduzi-lo na moderna tecnologia de comunicação via Internet. Neste momento os esforços são grandes para conquistar assinantes de o “O Estado de São Paulo Online”. No Brasil, os leitores de jornais migram rapidamente do formato de papel para o online e contentam-se com informações resumidas na tela de um computador, na de uma tabuleta ou com resumos informativos num telemóvel.

Os mais jovens se satisfazem com informações resumidas em 120 caracteres. Nos Estados Unidos, a tradicional e mundialmente conhecida revista Newsweek anunciou o próprio fim e passou a oferecer aos leitores o modelo online. Os leitores de veículos impressos, em todo o mundo, migram para os tablets, celulares e outras formas de comunicação pela Internet. É mudança irreversível.

*Jornalista