Não é fácil a um mortal humano comum entender a estratégia do presidente da República Democrática do Brasil, capitão Jair Messias Bolsonaro, que insiste em governar sem formar uma base de apoio político no Congresso.
Neste momento está visível a desvantagem do poder Executivo chefiado pelo capitão, no relacionamento com a Câmara Federal.
Nos quatro primeiros meses os deputados já anularam um decreto do Executivo que versava sobre documentos sigilosos, e promulgou uma Emenda Constitucional que criou uma imposição orçamentária que limita os poderes do presidente numa questão administrativa importante: a administração dos recursos orçamentários. No Senado, na semana passada, um dos assuntos em tele foi a aprovação de uma Emenda Parlamentar para limitar o direito do presidente da República para emitir Medidas Provisórias com força de lei. Uma tal medida seria um ato para engessar mais ainda a administração da Nova Política comandada pelo Capitão reformado do Exército Brasileiro. Na campanha eleitoral, Jair Bolsonaro criticou severamente o “presidencialismo de coalização” que, no entender dele, fora responsável pele corrupção combatida pela Operação Lava Jacto. Declarou-se defensor de uma “Nova Política” contra a “velha Política” simbolizada pelos acordos entre o Executivo e o Legislativo para governar. Hoje, passados quase quatros meses na chefia do Governo, o presidente Bolsonaro ainda não mostrou aos brasileiros quais são os objetivos e rumos da “Nova Política” que, enfaticamente, defende contra a “Velha Política”.
No dia a dia do processo legislativo o que aparece na tela do Planalto é uma legião de parlamentares da “Nova Política” a circular na Câmara Federal, sem experiência e até votam a favor de projetos que não interessam ao governo. No mesmo cenário, os experientes parlamentares da velha política, dão as cartas e jogam de mão. E o presidente, aparentemente, segue olimpicamente indiferente à Ópera Bufa e se encanta com a própria popularidade que ainda brilha nas redes sociais. O processo político nacional, neste momento, parece atacado por forte esquizofrenia difícil de ser diagnosticada.
*Jornalista
Como você mesmo disse em seu texto, parece que até agora o legislativo apenas atuou para engessar a administração do presidente, inclusive limitando o direito do presidente para emitir Medidas Provisórias, coisa que nunca aconteceu nesta terra. E, se não me engano, vão votar nos próximos dias o orçamento impositivo, que favorece bastante a eles mesmos. Não entendo muito de política, mas o que o legislativo quer mais? Conversar, ser bajulado, cargos no governo? Acho que o país não pode mais ficar neste birrinha infantil. Há muito para se fazer…Temos duas importantes medidas para serem votadas: oPacote Anti-crime e a Reforma da Previdência… É hora de agir, com interesses voltados para o Brasil. A eleição acabou, situação e oposição deveriam trabalhar por interesses maiores do que partidos e ideologias.
Ao se eleger remando contra a maré, o senhor Bolsonaro adquiriu o poder que emana das massas. Mas até agora ainda não se encontrou com a realidade. As trapalhadas diárias minam o poder recebido e, desta forma, terá que se dobrar ao esquema que combateu. Acorda presidente! A festa acabou.
” Terá que se dobrar ao esquema que combateu”…Se não me engano o esquema queBolsonaro combateu em campanha era o esquema da corrupção, do toma lá dá cá, dos malfeitos dos governos anteriores…Será que terá que se dobrar a isto?Não há esperança para nós brasileiros de ver destruida, algum dia, esta política maquiavélica que destroi a nação e constroi o conforto e a riqueza para alguns privilegiados? Eu pensei que a festa iria acabar, a festa dos corruptos, dos usurpadores, dos que não aceitam a mudança do “status quo” para não perderem suas vantagens, usuifruidas durante longos anos.
Caro Ivan,
primeiramente obrigada pela bela explanação. Nunca tive a pretensão de achar que um presidente tem poder absoluto para governar e mandar e cada vez mais estou certa disto. Se quem manda no Orçamento é o poder legislativo, que fiscaliza as contas do governo através doTribunal de Contas, órgão de assessoramento de deputados e senadores, passaram em brancas nuvens ou também se locupletaram em governos passados. A proposta agora é mexer no parco espaço que o Presidente tem para exercer sua governança e só agora descobriram que o orçamento autorizativo e as medidas provisórias, sem o toma lá, dá cá, conferem ao presidente poder imperial. Penso que o meu sonho é o normal de todo cidadão brasileiro: que haja honestidade, lisura e transparência por parte dos políticos, seja no parlamentarismo ou no presidencialismo. Que les cumpram sua missão de servir à Pátria e não servir-se dela. Vou continuar sonhando. Não posso viver na triste expectativa de que o Brasil nunca vai conseguir sair da difícil situção em quese encontra. Muito obrigada, Ivan. Você é um mestre em política.
Cara Professora, a festa continua a todo vapor. O centrão já está dando as cartas, tudo conforme a lei de São Francisco. Parece que serão quarenta milhões em verbas, para nossos dedicados deputados aprovarem 65 anos, com 40 anos de contribuição para os proletários se aposentarem. O presidente tinha autoridade moral para passar por cima disto, mas esta autoridade está sendo minada, todos os dias, a cada trapalhada.
Sabe o que me dá muita tristeza? Estes deputados cobrarem o pagamento das emendas para aprovarem as reformas. Parece que quem está sem autoridade perante a opinião pública é o Congresso nacional, se valendo destes meios espúrios para obter o que lhes interessa. Infelizmente nós os pusemos lá…