Ivan Santos*

O povo brasileiro é, realmente, apressado e acredita e confia em milagre. Muita gente, aborrecida com os governos do PT (Lula e Dilma), votou no candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, com a esperança de vê-lo melhorar a vida de todos no Brasil em pouco tempo. Pelo menos é esta a realidade apresentada ontem por uma pesquisa do Ibope divulgada pelo jornal Estado de São Paulo online. A pesquisa revelou que “entre fevereiro e março deste ano, a parcela da população que considera o governo de Jair Bolsonaro ótimo o bom caiu de 39% para 34%. Quando o presidente foi eleito tinha uma aprovação pública perto de 70% e, quando assumiu o mandado, segundo o Ibope, estava com 49%. A queda rápida e expressiva.

    O governo do presidente Bolsonaro ainda não tem uma meta de ação prioritária definida, além da reforma da Previdência. Para aprovar essa reforma, o chefe do Governo precisa esquecer o discurso da campanha eleitoral e quebrar a intenção de governar com políticos. Bolsonaro precisa se aproximar dos dirigentes de partidos para com eles negociar a constituição de uma base de apoio no Congresso. Negociar com partidos políticos é natural em qualquer democracia do mundo. Para isto não é preciso usar o modelo “toma lá, dá cá”, mas isto só será possível se o comandante-em-chefe tiver um projeto definido para apresentar aos políticos. Sem projeto definido só, haverá apoio com base na máxima de São Francisco: “É dando que o governo recebe apoio”. Sem apoio o governo do presidente Bolsonaro não conseguirá aprovar reforma nenhuma nem governará com segurança.

    O povão não quer saber de articulações políticas. Os 12 milhões de desempregados querem trabalho remunerado, já; os que trabalham na informalidade ou recebem baixos salários querem melhorar a própria vida. Discussão sobre costumes não mata a fome dessa gente e se a massa começar a se movimentar nas ruas, a avaliação do governo poderá despencar mais ainda.

    Com avaliação negativa, o governo não terá apoio no Congresso para aprovar reformas. Assim, o bicho poderá pegar já no fim deste ano. Hoje, no Brasil, quem gostar ou não do modelo político comandado pelo o estrago deixado pelo lulopetismo. Como está o País não pode continuar.

*Jornalista