Ivan Santos

O governador eleito de Minas Gerais, antes da diplomação e da posse no cargo já percebeu que muitas promessas que fez na campanha eleitoral são inviáveis na prática da administração pública. Por exemplo: a limitação do número de Secretarias que hoje são 21 para apenas novo é inviável. Nesta semana, um porta-voz da Equipe de Transição falou em 11 secretarias que poderão ser 12 ou mais. Então, na prática, a teoria é outra. Assim começa a se concretizar a máxima do saudoso Tancredo Neves, segundo a qual, “um político em campanha faz as promessas que o povo quer ouvir e o eleito, na hora das decisões, faz como for possível”. Assim, quando o governador eleito Romeu Zema ouvir a segurança organizada para garantir os movimentos do chefe do Estado Mineiro, perceberá que a mudança da residência dele do Palácio das Mangabeiras para um imóvel particular vai gerar mais despesas do que na atual residência oficial. O discurso do candidato é um e a prática administrativa com racionalidade, outra muito diferente. Nesta semana correram informações em Belo Horizonte, segundo as quais, Romeu Zema pretende reinstalar o gabinete de despachos do governador no Palácio Tiradentes. Quando Pimentel, por questões políticas para criticar e desgastar o ex-governador Aécio Neves e os tucanos decidiu mudar o gabinete de despachos do governador do Palácio Tiradentes para o Palácio da Liberdade no Centro da capital, foi obrigado a mudar também o Gabinete Militar, o Cerimonial, a Assessoria de Imprensa, a Secretaria de Governo e a Casa Civil. Para isto alugou um edifício no centro da cidade e produziu duas despesas: uma para manter o gabinete no Palácio Tiradentes desativado e outra, muito maior, para manter órgão ligados aos despachos do governador perto do Palácio da Liberdade. Foi um ato político que custou e ainda custa muito caro aos mineiros. Quando Pimentel fez a mudança anunciou que faria uma economia de mais de R$5 milhões por ano. Na prática ocorreu exatamente o contrário e as despesas com a manutenção de um palácio desativado e com outro em funcionamento em um prédio histórico foram maiores. Toda mudança gera consequências que precisam ser medidas e calculadas racionalmente antes da mudança.

*Jornalista