Ivan Santos*

Na próxima legislatura, em consequência do resultado destas eleições, Uberlândia, a segunda maior cidade de Minas Gerais, não terá representante direto no Congresso Nacional. O único deputado eleito por esta cidade, Weliton Prado, do PROS, hoje mora em Contagem e vem a Uberlândia apenas para garimpar votos que o ajudem a se reeleger. Os candidatos que se apresentaram nestas eleições pela cidade não se elegeram. Na eleição passada Uberlândia elegeu o Tenente Lúcio (PR) e Odelmo Leão (PP). O Tenente não se reelegeu neste no e Odelmo Leão hoje é o prefeito da cidade. No ano que vem Uberlândia ficará sem representante na Câmara Federal. Outro fenômeno que surge das eleições deste ano é a pulverização de partidos na Câmara, a casa do Povo. Houve uma onda forte que varreu tradicionais caciques da política brasileira. Principalmente na eleição para o Senado e para os governos estaduais. Essa onda vai deixar muitas cabeças coroadas sem foro privilegiado e produzirá uma reconfiguração partidária. O PMDB que após 2014 foi o maior partido com representação na Câmara Baixa do Parlamento, na próxima legislatura será apenas o quarto partido com 33 deputados eleitos. O PT, que em 2014 elegeu 70 deputados será a maior bancada em 2019 com 57 deputado e, surpreendentemente, a segunda bancada, com 51 parlamentares, será a do PSL. Este parido em 2014 elegeu apenas um deputado e nas acomodações partidárias ficou com 8 representantes; cresceu neste ano surfando na onda Bolsonaro. O PSDB também ficou menor, com apenas 29 deputado e será superado na Câmara na próxima legislatura por PR, PSD e PSB. Esse quadro parlamentar indica que o futuro chefe do Poder executivo vai ter muito mais trabalho para formar uma Base de Apoio no Congresso para aprovar projetos simples e de quórum qualificado, especialmente Emendas Parlamentares necessárias para promver reformas estruturais e administrativas.

*Jornalista