Ivan Santos*

A TV Bandeirantes programou para amanhã o primeiro debate entre candidatos a governador de São Paulo e de outros estados onde a emissora tem retransmissora, entre estes, Minas Gerais. No modelo do debate da Band não há limitação de temas. Em Minas deverão comparecer seis candidatos que serão submetidos a perguntas diversas. Este modelo não atrai mais telespectadores muito menos os pouco interessados em ouvir promessas e justificativas de candidatos. O modelo privilegia discutir temas relacionados à vida dos candidatos, principalmente os defeitos e erros de cada um deles; não serve para os eleitores avaliarem as propostas administrativas de candidatos. Esse tipo de debate hoje interessa a muito poucos, entre estes defensores deste ou daquele candidato ou partido. À massa popular que vai decidir na eleição, pouco importa. A disputa eleitoral para governador em Minas Gerais está polarizada entre o candidato dos tucanos Antônio Anastasia e o do PT, Fernando Pimentel. A última pesquisa do Instituto Data-Tempo, divulgada hoje, dá ao senador Antônio Anastasia 24% das intenções de votos e ao governador Fernando Pimentel, candidato à reeleição, 16,9% com margem de erro de 2,3%. O ex-prefeito de Belo Horizonte, cuja candidatura foi barrada pelo partido dele, o PSB, aparece na pesquisa com 9,1%. Se a Justiça confirmar a decisão do PSB esses votos prometidos a Lacerda serão distribuídos entre os outros candidatos. Só a próxima pesquisa poderá sinalizar um quadro mais realista das intenções dos eleitores mineiros. Outro fator que ainda poderá influir na reta final é a indecisão dos eleitores. Hoje 27,4% deles pretendem anular o voto e 16,7 ainda não sabem em que votar ou como votar. Este contingente representa quase 45% do eleitorado que pode ficar indiferente no dia da eleição. E programas de debate na TV como o da Band não servem para ajudar eleitores indecisos ou indiferentes. O velho modelo de debates de candidatos na TV também precisa ser reformulado para despertar interesse púbico hoje em dia.

*Jornalista