Fazer o Que?

Gustavo Hoffay/Agente Social
Sete Lagoas-MG
Se um amigo ou parente lhe disser ou se você tomar conhecimento pela imprensa de que o crime organizado está, aos poucos, infiltrando-se na política tupiniquim, por favor não acredite de jeito nenhum. Sim, não dê crédito a essa informação pois, certamente, ela é absolutamente falsa. Descarte imediatamente essa bisonhice popular e, por amor a você e à sua família, passe a crer que de fato (e desde longa data) a criminalidade e todos as seus tentáculos e respectivas ventosas já estão há tempos oficialmente presentes – de crachá, terno, e gravata – em nosso cotidiano. Os barões do crime e toda a sua hoste, conforme a própria imprensa divulga diária e massivamente, já dominam considerável parcela de comunidades diversas em muitas das principais cidades brasileiras há um bocado de tempo e seja por meio da lavagem de dinheiro, nos acordos de máfias que operam concessões diversas e geridas por órgãos governamentais espúrios, em licitações fraudulentas que sangram os cofres públicos, em parcerias ilícitas envolvendo agentes do governo, na contenção violenta a legítimos movimentos sociais, na grana derramada para eleger candidatos/parceiros de organizações criminosas, etc…etc…etc…! Felizmente e mesmo considerando todos os danos em relação à população ( vítima diária de toda a insegurança pública vigente) ainda não está tudo dominado mas, no ritmo atual, a escória da sociedade não irá demorar a abarcar, degustar, ingurgitar e então comprazer-se de alguns consideráveis nacos dos Três Poderes e aí, como diria a minha saudosa mãezinha, a vaca já terá ido para o brejo, para o beleléu e sequer as Forças Armadas, com todos os seus tanques, navios e caças a jato, generais, almirantes e brigadeiros – com todas as suas estrelas e demais insígnias – conseguirão resgatar o Estado seqüestrado por poderosas milícias, infiltradas inclusive em salas e gabinetes ocupados por pessoas acima de qualquer suspeita. Se até a pouco tempo alguém pensava que o nosso país iria ajoelhar-se diante de uma teocracia enganou-se…mas foi por pouco; hoje a nossa pátria amada já se curva frente a uma narcocracia apadrinhada por uma democracia sacaneada e embalada por quem se enxerga acima da lei. E isso não é novidade, visto ser de conhecimento geral e graças ao que somos constantemente informados por meio da imprensa! Fazer o que? Liberar as drogas e secar a fonte de lucros bilionários advindos do tráfico? Deixar como está e acostumarmo-nos a sobreviver em meio a tiros, bombas, seqüestros, mortes e ameaças? Fingirmos que está tudo bem e que toda essa desgraça é o preço a ser pago pela nossa própria displicência, por não cobrarmos de quem elegemos para legislar por nós? Francamente….. Tá tudo dominado, ulalalá, rebola, rebola, levantando o dedinho….Cadê o grito da galera? Socooooorro!

Gastança liberada em Sorocaba!

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Enquanto o Mercado Financeiro, parte do Congresso e os aliados bolsonaristas repetem o mantra do corte de gastos para o governo federal, existem cidades administradas por bolsonaristas que andam na contramão desse mantra. Faça o que eu digo, não faça o que eu faço.
A Câmara de Sorocaba aprovou no dia 03 de janeiro, em sessão extraordinária, o projeto de lei de autoria do Executivo, que reorganiza a estrutura administrativa municipal, mediante alterações na Lei nº 12.473, de 23 de dezembro de 2021.
Entre as mudanças propostas está a criação de cinco secretarias: do Turismo, da Mulher, da Inclusão e Transtorno do Espectro Autista, Parcerias, e do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. O projeto foi aprovado com 17 votos favoráveis e 8 contra. Foram apresentadas emendas por alguns parlamentares para a criação apenas dos cargos de secretários e para barrar 75 novos cargos comissionados, que não passaram. Portanto, foram mantidos todos os cargos.
A farra do boi bumbá na Manchester Paulista, como sempre foi conhecida a cidade de Sorocaba, a 100 kms da Capital paulistana, é estranha, na medida em que o mandatário governou os primeiros quatro anos sem que houvesse a necessidade destas nova secretarias.
Não consta que a população tenha implorado pela criação destas e dos setenta e cinco novos cargos que com certeza serão destinados aos partidos que apoiam o prefeito.
Além dos gastos com as novas secretarias, que devem ficar na casa de R$ 80 milhões em quatro anos, o governo municipal pediu a Câmara um empréstimo de U$ 150 milhões de dólares, equivalente a R$ 930 milhões de reais pelo câmbio de 02/01/2025.
A cifra de quase um bilhão de reais foi justificada pelo prefeito, segundo ele, o município registrou um rápido crescimento populacional e econômico, resultando em forte pressão sobre os serviços urbanos, especialmente transporte, drenagem, saúde e acessibilidade. Desta forma, o recurso seria utilizado para a construção do Hospital Municipal; restauro e construção do novo Paço; obras estruturantes e pavimentação de vias, num valor estimado em R$ 409,2 milhões.
Já na área de drenagem e saneamento, com o mesmo orçamento, estão previstas obras de mitigação de enchentes, regularização da infraestrutura, proteção de áreas vulneráveis e adequação de sistema de drenagem pluvial. O restante do montante, de aproximadamente R$ 62 milhões, seria investido em políticas públicas sustentáveis, enquanto R$ 49,6 milhões na área de inovação e tecnologia com o objetivo de modernizar a gestão administrativa e os serviços públicos.
Já na área de mudanças climáticas e meio ambiente, visando ao “aumento da resiliência urbana e à promoção de políticas públicas sustentáveis”, estão previstos investimentos de 10 milhões de dólares, enquanto na área de inovação e tecnologia, que compreende a modernização da gestão administrativa e dos serviços públicos, serão empregados 8 milhões de dólares.
O grande problema destes empréstimos vultosos é que acabam caindo no esquecimento da população, ninguém vai conferir nos próximos anos a realização ou a correta aplicação do empréstimo nos itens citados pelo prefeito. Muito menos os vereadores que deveriam por obrigação, fiscalizar diuturnamente os gastos da prefeitura.

A democracia ruborizou-se…

Marília Alves Cunha – Educadora – Uberlândia – MG

Não pretendo comentar os festejos comemorativos preparados
pelo Governo federal para lembrar o 08/01 ou a
“democracia”. Eu, como a maior parte do povo brasileiro,
não estou disposta a enganos de qualquer natureza…Somos
suficientes para conhecer a verdade dos fatos e só nos
cabe lastimar profundamente o rumo dos acontecimentos que
tomaram aquele fatídico dia, em 2023.

Mas não posso me dar ao luxo de não comentar um fato que
mostra claramente uma maneira tosca e grosseira de um
presidente que, rejeitando a história, quer reescrevê-la
de seu jeito, um jeito tosco, volto a repetir. Há muitas
pessoas neste nosso Brasil de pouco estudo. Mas mesmo o
sendo, guardam em si sensibilidade, sabedoria, bom senso e
não torcem os fatos na ânsia de transformá-los em
narrativas.

No dia 08/01/2025, em meio à variadas atividades, o
presidente Lula, acompanhado da 1ª. Dama, do Ministro Rui
Costa, vários assessores e seguranças, visitou uma galeria
dos estragos feitos por baderneiros há um ano,
transformados depois em atentado à democracia. Engraçado,
já assistimos vários episódios bem sérios de quebra-quebra
na praça dos Três Poderes, mas nunca nada foi exposto em
galeria, nunca houve posteriormente nenhuma alusão a estes
fatos. Bem, deixa pra lá… a democracia relativa é também
seletiva. Após, a comitiva visitou a galeria dos ex-
presidentes e o presidente fez várias observações (numa
constatação que às vezes o silêncio é de ouro…).

Observando os retratos ali expostos, Lula fez algumas
observações nada pertinentes, sugerindo mudanças nos
contextos: de acordo com ele deveria conter em cada
presidente retratado o período em que governou, número de
votos recebidos, como a autoridade foi eleita. “O que eu
quero é que a galeria conte a história. Dilma foi reeleita
e depois sofreu impeachment, por um golpe. Depois esse
aqui (Temer) não foi eleito, tomou posse em função do
impeachment da Dilma e depois esse aqui (Bolsonaro) foi
eleito em função de mentiras. É isto que tem que colocar. A
única coisa que eu quero é que as pessoas, ao olhar as
fotos dos presidentes saibam o que aconteceu com cada um.
Tem presidente aqui que ficou só um dia na presidência.”

Senhor Presidente, peço licença para lembrar algumas coisas
ao senhor que não foram nem serão esquecidas:
*Dilma, apesar de ter um primeiro mandato muito ruim, nada
a ver com a “gerente” indicada com estardalhaço, foi
reeleita. Colaborou e muito neste processo o esforço dos
marqueteiros Duda Mendonça e João Santana que, a troco de
muito, muito dinheiro fizeram milagres. Criaram imagens
muito tocantes e mentirosas de uma realidade que nunca
existiu e recriaram um passado nada bonito. E Dilma,
senhor presidente, não foi vítima de golpe e sim de sua
incompetência ao dirigir o país. Seu impeachment foi,
inclusive, ratificado pelo STF, na pessoa do sr.
Lewandowski que, num ato de grande amizade e bondade,
ferindo a CF, fatiou um artigo e deixou-a elegível.
*Carlos Luz foi presidente de 8/11/1955 a 8/11/1955 –
portanto 3 dias. Mas foi presidente e deve ocupar, sim, um
lugar na galeria dos ex-presidentes.
*O Sr. Michel Temer ocupou o lugar de Dilma Roussef
(impedida) como manda a nossa CF que, lembro aqui, deve ser
respeitada. Foi eleito sim, pelo seu partido, como vice-
presidente. Não houve golpe e sim obediência às regras da
lei em vigor. Fez algum bem ao Brasil, salvou alguma coisa,
já que parecia tudo perdido.
*Jair Messias Bolsonaro – eleito democraticamente pelo povo
brasileiro, para ser presidente da república de 2018 a
2022. Em “função de mentiras” é uma criação dentre as
muitas inventadas pelos que querem ocupar definitivamente o
poder e não suportam qualquer ameaça que lhes tire a
importância. Em meio a uma bonita campanha, apoiada pelo
povo, foi alvo de uma tentativa de assassinato até hoje não
desvendada…

*O senhor passou pela sua foto e não falou de seu governo,
de como deveria ser o contexto abaixo do retrato, de como
foram os seus 2 primeiros mandatos. Sr. Lula, se a história
fosse ser contada numa galeria de ex-presidentes como ela é
e não através de narrativas, penso que a sua seria
bastante longa, mas não bonita. Seriam necessárias muitas
linhas, um grande espaço para conter os desvios de
finalidades em que seus governos se embaralharam. A
história verdadeira, não as narrativas, trazem resultados
nada elogiáveis, nada que possamos dizer como honrosos e
meritórios a sua pessoa. E queira Deus, que o 3º. Mandato
não redunde em um grande fracasso e o povo brasileiro não
pague, mais uma vez, pelos desajustes de uma gestão
perdulária e marcada por um profundo desencontro com o
Brasil que queremos.

1996 – Uma eleição histórica

Dr. Hugo Amaral – Advogado – Uberlândia – MG

O pleito municipal de 1996 colocou pela primeira vez, frente a frente, duas figuras históricas da política uberlandense.

De um lado o lendário Virgílio Galassi, que à época já ostentava três passagens pelo cargo máximo do Executivo local e o Dr. Zaire Rezende, prefeito entre os anos de 1983 e 1988.

Nas duas eleições anteriores as duas lideranças estiveram envolvidas na disputa. Virgílio ganhara de Luiz Alberto Rodrigues o pleito de 1988 e conseguiu fazer seu sucessor, o falecido Paulo Ferolla, em 1992, ao derrotar Geraldo Rezende.

Zaire, cujos candidatos apoiados não tiveram sucesso nos pleitos de 1988 e 1992, buscava em 96 o retorno ao poder, tendo pela frente um verdadeiro titã da política uberlandense.

A eleição de 1996 foi histórica e marcante em diversos aspectos.

Era a primeira vez que seriam adotadas as urnas eletrônicas, hoje alvo de tantas polêmicas. Em 96 a abolição do voto impresso assegurou uma apuração de rapidez impressionante, sendo o prefeito eleito conhecido logo no começo da noite.

Mas até mesmo o ineditismo das urnas eletrônicas foi ofuscado pela acirradíssima disputa que os números oriundos da apuração evidenciaram no segundo turno do pleito.

Virgílio Galassi obtivera 110.795 votos e seu opositor, Zaire Rezende, alcançou 110.070 votos. Em termos percentuais, a diferença fora de apenas 0,33%. Uma diferença de pouco mais de 700 votos num universo de quase 221 mil votos válidos.

Virgílio e Zaire foram dois expoentes da política uberlandense nas últimas décadas do século passado e esta eleição histórica seguramente foi marcante na vida destes líderes locais.

Em 2000 não tivemos uma revanche desta disputa pois, embora já fosse constitucionalmente permitida a reeleição, o prefeito Virgílio Galassi, à época com 77 anos, optou por não participar do pleito. Naquele ano Zaire Rezende disputou a prefeitura com Luiz Humberto Carneiro, vencendo em segundo turno a eleição.

FIM DA FARRA (?)

Gustavo Hoffay – Agente Social – Uberlândia – MG
De repente tornou-se mais presente, disgestiva, colorida, saborosa e mesmo surpreendente para a grande maioria dos brasileiros, a atuação do meritíssimo e digníssimo juiz do Supremo Tribunal Federal dr. Flávio Dino, se considerando as suas recentes e salutares decisões quanto a retenção de parte bilionárias emendas que, certamente, beneficiariam e facilitariam sobremaneira a vida política de congressistas frente aqueles a quem tratam por aliados e afilhados: os prefeitos e seus asseclas que, por sua vez, nutrem ong’s diversas e por todo o país em troca de favorecimentos políticos futuros. Retenção, aquela, recheada até à tampa por objeções que se fazem imprescindíveis e pertinentes para que se exerça uma justa e honrosa distribuição de verbas a todos os destinatários de direito, dando fim ou ao menos evitando abusos e sinistros a partir de políticos medíocres; aliás como foi o caso que originou o infeliz e famigerado escândalo dos “Anões do Orçamento” (1.993), que tornou-se no mais clássico caso de corrupção a partir de emendas destinadas às bases eleitorais de políticos então envolvidos e que, segundo apurou-se, desvios de verbas eram acertados por emendas via Comissão Mista do Orçamento e da qual fizeram parte alguns ilustres deputados federais, posteriormente julgados e cassados.Apurou-se também casos de deputados federais que cobravam propina para a liberação de emendas que beneficiavam poderosos grupos empresariais. A partir de agora as tais emendas passam a ser monitoradas e coordenadas com o rigor necessário para torná-las moralmente estruturadas, dinâmicas e de grande importância para os municípios a que se destinam, de modo a lograr-se êxito a partir de uma necessária transparência e baseada na força e no trabalho atinentes à vida em sociedade. Entendo que a política no Brasil e dada à diversidade e quantidade de problemas a serem resolvidos, não é fácil de ser praticada e de maneira a atingir fielmente a finalidade positiva a que se destina mas, francamente, sabemos, sem disciplina não se chega a lugar nenhum . E a retenção de emendas do orçamento a partir da decisão do ministro Flavio Dino, servirá também para casos futuros e no sentido de diminuir ( e muito) a sanha de políticos que, antes de fazerem promessas aos seus redutos eleitorais, esforcem-se por reconhecer e viver cada vez mais a genuína política, pois a sua ignorância em relação ao seu trabalho nas assembléias do povo poderá fazer do seu mandato algo muito abaixo da média daquilo que dele se espera. Politizar com dinheiro em caixa é muito bom e fácil, mas fazer política com dinheiro rastreado e restrito é para poucos; há que ter-se inteligência acima da média e prudência transbordante, confronto de idéias e diálogos constantes em prol da justiça social e de um desenvolvimento pautado pela moralidade e sem qualquer evidencia de beneficiamento a qualquer pessoa…..física ou jurídica! E essa sabedoria, sabemos, é um estado de consciência raso ou em falta entre a maioria dos políticos brasileiros.

“STF” e Estadão

Tania Tavares – Professora – SP

O Estadão e o STF que se mostra ao povo. Vossa Excelência ministro Luís Roberto Barroso, que me desculpe, mas o que o sr. cita no artigo (A4 13/01) faz parte do trabalho de V.Exas e do que a Constituição manda. Não sabemos de tudo que V.Exas tem que fazer, mas as que assistimos nos julgamentos e decisões sobre políticos, nós o povo, só vemos decisões monocráticas e duvidosas, principalmente sobre os envolvidos na Lava Jato, que aí sim, sabíamos do que V.Exas estavam falando e estas deviam ser reuniões com todos os ministros do STF. Decisões que foram anuladas mesmo os réus tendo confessado é incompreencível,um tapa na cara dos brasileiros. Penso que as matérias publicadas em um Jornal que completou150 anos, são aquelas mais críveis e de interesse de seus assinantes.