PODER DA TOGA

Tania Tavares – Professora – SP – taniatma@hotmail.com

Se toda vez que alguma demanda do governo não for atendida pelos Congressistas que foram eleitos pelo povo, e o governo Lula apelar para o STF, que não são eleitos pelo povo, e este mudar seu entendimento, e onde a maioria foi escolhida por Lula, que nome daremos a isto?* *Ditadura da Toga pró Lula.

SOMOS O ENIGMA!

Marília Alves Cunha – Educadora e escritora – Uberlândia – MG

De acordo com um antigo mito grego, na entrada da cidade de Tebas havia uma esfinge que observava atentamente cada viajante que por ali passava e apresentava a ele um ultimato: “Decifra-me ou te devoro”. Àquele que se deparava com a esfinge, restava tentar decifrar o enigma ou pagar com a própria vida. Quem poderia derrotar tal esfinge, que a tantos molestava e tantas vidas tirava? E da qual todos tinham medo?

Um dia chega à cidade um tal de Édipo. Soube que a cidade estava à mercê da esfinge, pois o rei havia morrido e a esfinge continuava a ser o monstro que devorava a todos que não resolvessem seu enigma. Édipo enfrentou o monstro, respondeu corretamente a duas questões propostas e assim a derrotou: resolvido o quesito do enigma, consequentemente, a questão do monstro devorador.

Mas estamos no Brasil, esta terra maravilha que Deus entregou-nos para que fizéssemos dela bom uso. Para que usássemos nossa inteligência, racionalidade e bom gosto e a fizéssemos um paraíso maior ainda que o que nos fora dado. Para que fossemos possuidores zelosos de um dos lugares mais bonitos e ricos do planeta e vivêssemos aqui, felizes para sempre. E estamos nós, brasileiros, nascendo, procriando e vivendo nesta terra há longos 524 anos. Bastante tempo. E errando muito. Vamos perdoar um pouquinho os nossos erros, afinal tivemos uma colonização nada edificadora… Mas paremos de chorar pitangas a vida inteira, sempre culpando os outros pelo nosso fracasso.

Temos, há algum tempo, uma esfinge a nossa frente, querendo nos devorar. Diferentemente da de Tebas ela não nos questiona. Ela apresenta problemas e soluções e espera um gesto nosso: um acenar sim ou não, um pequeno gesto de aprovação ou o furor da desaprovação, observando nossas reações para dar passos à frente. O gesto não vem, as vozes se calam, o medo instala-se. E esta inação, esta falta de gestos, esta voz calada, impele a esfinge a devorar-nos gulosamente, cada vez mais, como está fazendo.

Poderíamos ter uma representação de Édipo a nos proteger, a falar por nós, a dizer não muitas e repetidas vezes à esfinge que nos devora. Infelizmente não temos este herói. A esfinge está sendo mais forte e poderosa, devorando também os Édipos…

Vivemos sob tensão. Nossa vida transformou-se em cartas de baralho mexidas repetidas vezes, quanto mais embaralhadas melhor. Um governo, que nos foi imposto, a cada dia nos surpreende com mudanças que poderão produzir impactos profundos na nossa vida, não para amenizar nossos tormentos, sim para tornar mais forte e poderoso o Estado e maior o poder central. Um governo que acredita que poderás reorientar os rumos da economia quase em colapso, apostando apenas no bolso do povo e na sua resiliência em suportar os embates da vida. Um governo que, apostando no lado fracassado da humanidade, joga contra este país e desperdiça todas as suas enormes potencialidades e põe fora, como um trapo velho a nossa individualidade, as nossas liberdades, a nossa democracia.

E a justiça, Deus, por onde andará, quem apelará por ela? Como ficar calado diante do caso do Débora Rodrigues dos Santos, mãe de 2 crianças, presa no 8 de janeiro por pichar, numa escultura da Praça dos Poderes, “perdeu mané”? Detida desde março de 2023, é acusada de crimes gravíssimos, usando potente arma: um batom. Lembramos aqui a Convenção dos Direitos da Criança, adotada pela ONU em 1990 e estabelecida no Brasil pelo Decreto 99.710: “O estado tem o dever de zelar para que a criança não seja separada dos pais e deve garantir que todas as ações dos tribunais e autoridades considerem o interesse maior da criança.” Em tempo: Adriana Anselmo, cúmplice de Sérgio Cabral e Deolane Bezerra, agora conhecida e “famosa” no Brasil inteiro, foram beneficiadas por este instrumento legal que, para os filhos traumatizados de Débora, virou letra morta.

O que dizer do caso do político Daniel Silveira, preso há muito tempo, cuja mudança de regime é propositadamente adiada, para atender a excessos da justiça? O livro “O processo” de Kafka, ajuda a entender o caso… E as falas do presidente, em defesa de ditaduras e terroristas, que nos representam (mal) no mundo inteiro? E as decisões do STF que também correm mundo e causam preocupação, principalmente em países onde liberdade é um direito inalienável?

Diante de tudo isto e muito mais, a que temos assistido inertes e calados, tenho a ligeira impressão que as nossas esfinges se entreolham e perguntam entre si: quem é este povo, porque se comporta assim?

Eu respondo: O ENIGMA SOMOS NÓS!

Macho!

Tania Tavares Professora – SP – taniatma@hotmail.com

“Mulher inteligente é aquela que não vota em machões travestidos de coach!”

Anseio global: apagar as chamas

*Cesar Vanucci

“Deixem o mato crescer em paz. Não quero fogo, quero água” (Tom Jobim, numa de suas belas canções)

Deixem o mato crescer em paz. Seja silenciado o rangido azucrinante da motocerra clandestina responsável pelo pranto condoído da floresta. Seja enfrentada, com disposição resoluta, a baita enrascada climática que nos coloca em estado de sufoco. Seja contido o desmazelo no manejo da terra. Sejam refreadas as apropriações e descaracterizações criminosas de áreas pertencentes ao patrimônio coletivo. Sejam igualmente sofreados quaisquer outros insanos delitos flagrados na lida humana com o meio ambiente.
A hora pede reflexão, meditação, união e pronta ação e, se não for pedir demais, muita oração mesmo. As amostras já trazidas nesta antecipação de agora dos efeitos extremos do aquecimento global são muitíssimo impactantes. Mas, é bom não nos esquecermos das previsões científicas, bastante confiáveis, segundo as quais poderemos nos ver compelidos a confrontar situações ainda mais dramáticas.
Alerta da ONU fala da ameaça próxima de uma elevação de meio metro das águas do mar. Em suma, uma tragédia de conotação diluviana para várias regiões de nosso maltratado planeta. Trechos praieiros habitados na rota das ondas bravias serão fatalmente atingidos. Reforçando o alerta chegam ao conhecimento dos especialistas relatos preocupantes dos degelos no Ártico e na Antártida. Tudo isso advém do aquecimento global, das ondas de calor, do efeito estufa, ou que outra denominação comporte essa associação fatídica de fogo e água em demasia.
A questão climática visto está é de interesse global, todos os países do mundo precisam se conscientizar dos riscos cataclísmicos que nos espreitam.
Reportando-nos às circunstâncias brasileiras neste enredo desassossegante, cabe assinalar que, mesmo com certo atraso, passível de crítica, as autoridades competentes já anunciaram uma sequência de medidas para o enfrentamento dos desafios da hora. A criação de uma estrutura de serviços encabeçada por “Autoridade Climática”, para acudir com presteza e eficiência as emergências ditadas pelo “ novo normal climático”, foi recebida com simpatia pela opinião pública. A proposta de enrijecimento da legislação que estipula penalidades pra crimes ambientais, a ser apreciada pelo Congresso, precisa tornar-se poderoso fator de dissuasão das solertes manobras perpetradas por indivíduos inescrupulosos para os quais pouco importa a integridade de nossos biomas florestais.
Outra coia a mais: ao fim e ao cabo das investigações pertinentes aos incêndios por ventura provocados com inequívoco propósito criminoso, a lista dos malfeitores (e de eventuais mandantes) deverá ser “afixada”, com máximo destaque, em veículos de comunicação de maneira a dizer, alto e bom som, que a tolerância da sociedade para ato desse gênero é zero.

Jornalista (cantonius1@yahoo.com.br)

lixo da história

Iria Dodde – Professora – RJ

Vi uma entrevista de Carmem Lucia, “ministra” do STF a importante mídia. Nutria por ela uma simpatia. Me representava como mulher. Sua célebre frase ” cala a boca já morreu ” foi o ápice de sua carreira. Hoje depois de seus sucessivos comportamentos dúbios quem morreu foi ela. Decepciona a cada fala e voto. Sua entrevista não soma nada. Caiu na vala de seus colegas togados, cada um pior que o outro. Antes anticorrupção e hoje aliada e defensora dos corruptos. Não me representa mais como mulher. Grande decepção. Tomara que seu mandato acabe o mais rápido possível. Entrará , com certeza, para o lixo da história.