Ivan Santos*

Os tucanos mineiros, há algum tempo, perceberam que o principal líder do Partido até pouco tempo, o senador Aécio Neves, depois de ter sido baleado de um lado por delação do empresário Joesley Batista e do outro por denúncia do procurador Rodrigo Janot que resultou no afastamento dele do exercício do mandato no Senado, não tem hoje competitividade para disputar a eleição de governador de Minas na próxima eleição. O Tucanato Estadual, pilotado pelo deputado federal Domingos Sávio, começou a se preocupar com as atividades do governador Fernando Pimentel (PT) que procura acelerar os contatos dele no interior do Estado para firmar compromissos com prefeitos e líderes políticos municipais. A ação política de Pimentel é para fortalecer-se como candidato à reeleição. Também o ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSD) já percorre o Estado em busca de apoio para firmar a candidatura dele ao Governo do Estado. Os tucanos, neste momento, enfrentam um problema ainda sem solução: na falta de Aécio, o candidato natural do Tucanato a governador seria o senador Antônio Anastasia que tem se recusado a deixar o Senado. Sem Anastasia na disputa, os tucanos mineiros, pelo menos neste momento, não contam com um nome competitivo para tentar retornar ao comando do Governo e à liderança política nas Gerais em 2018. Voando como moscas tontas, as lideranças do PSDB-MG conversam com o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Dinis Pinheiro (PP), com Márcio Lacerda (PSB) e com o deputado Rodrigo Pacheco, do PMDB. No silêncio das madrugadas os tucanos mineiros preparam um movimento com a intenção de mobilizar correligionários do Partido, espalhados por todos os rincões do Estado para apelar ao senador Anastasia para ele aceite ser o candidato do Partido a governador. Anastasia é mineiro da gema que em política assemelha-se a bicho de concha que nunca fala o que pensa fora da hora decisiva. Nesta condição, o ex-governador tucano, se decidir mudar de ideia a aceitar pedir votos aos mineiros para novamente governar Minas, só o fará se tiver indicativos seguros de que poderá sair vitorioso. E a decisão de disputar a eleição só será anunciada no último minuto, da última hora da data final para colocar o nome dele na disputa. O jogo sucessório está apenas no começo em Minas e os líderes dos partidos movimentam pacientemente agora apenas alguns peões no tabuleiro do xadrez político. Sem Aécio e sem Anastasia os tucanos não têm num pássaro no ninho em condição de alçar voo seguro rumo ao Palácio Tiradentes em 2018.

*Jornalista