Gustavo Hoffay – Agente Social – Uberlândia-MG

Não é incomum assistirmos pessoas “descendo a lenha” em políticos diversos e sejam eles de esquerda, centro ou direita, cafuzos, brancos, mamelucos ou pretos, ricos, pobres ou nem pouco e nem muito. Ora, analisando friamente essa questão e sob a ótica da lógica, se muito daquilo que esperar-se de uma atuação honrosa de parlamentares torna-se frustração e acaba terminando em pizza e com sobremesa de marmelada, haveremos de convir que a raiz dos males de origem política em nosso patropi está, logicamente , na incapacidade de grande parte dos eleitores no decisivo momento da escolha de quem deverá representá-los nas assembléias oficiais do povo, justo naquele crucial instante quando frente à urna e enquanto dentro de uma cabine eleitoral. Lembro de quando o maior de todos os jogadores de futebol do mundo e de todos os tempos afirmou que o povo brasileiro não sabe votar, ele, Pelé, quase foi levado ao calvário e pregado na cruz por alguns dos representantes da elite tupiniquim, justamente aqueles que defendem (e porque deles dependem) os votos dos analfabetos políticos (“O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo..”-Bertolt Brecht). Se em todo o mundo o povo brasileiro é visto por muitos como hospitaleiro, alegre, caridoso e tolerante, por outro lado ele é tido também na qualidade de ingênuo e facilmente manipulável por não poucos daqueles que sabem, como ninguém, usar da astúcia e de oportunidades diversas para angariar a simpatia e a conseqüente confiança de eleitores diversos. Se não é o povo que elege os políticos inertes, corruptos e indisciplinados, a quem caberá a culpa de tudo o que contraria a sua vontade a partir das câmaras e assembléias legislativas? Francamente…a nós mesmos, claramente, os únicos responsáveis pela eleição de quem deve interpretar, ajustar e legislar as nossas demandas naquela arte de manipular estratégias a favor do pleno desenvolvimento e da ordem. E não tenho nenhuma dúvida de que são milhares de óculos, botinas, tijolos e dentaduras os responsáveis indiretos pela eleição de não poucos dos nossos legisladores em alguns rincões tupiniquins e o que, diga-se de passagem, é absolutamente proibido ( art.41-A, § 3ºda Lei 9.504/97. Logo o lado ruim da política brasileira nem sempre é o legislador eleito, mas em quem desconhece a importância e o poder do seu voto. Por sua vez, comprovado o não cumprimento ou a traição de eleitos aos compromissos parlamentares, abrir-se-ia um processo contra esses traidores da confiança pública e deles seria retirada a sua representação parlamentar, sob o risco de uma grande pressão popular sobre os legisladores encarregados de abrirem uma investigação e posterior julgamento de quem faz do seu mandato um mero porém privilegiado prestígio pessoal. Política é algo sério, muito sério! Grande parte do dos nossos conterrâneos precisa deixar para trás a sua fama de apatia política ou mesmo de politicamente manipulado. Nesses tempos de grande poder e influencia da mídia, mal não seria se os eleitores soubessem encontrar na maquiagem de alguns candidatos, um disfarce das deficiências de conduta social e política dos mesmos, de maneira que fossem evitados aborrecimentos e constrangimentos populares diversos no decorrer de mais um período legislativo. Há que prevalecer sempre as virtudes de quem comparece às urnas eleitorais, entre elas eu destaco a prudência, pois essa determina o que e quem é necessário escolher e o que e quem é necessário evitar.