O resultado das eleições municipais em Uberlândia no presente ano, será o fruto de uma complexa e laboriosa operação de engenharia política/operacional e considerando que, ao contrário de vezes anteriores, não teremos candidatos a prefeito da envergadura e tradição política de Virgilio Galassi, Zaire Resende e Odelmo Leão, por exemplo. A previsão é de que sairão candidatos algumas figurinhas conhecidas, porém sem um currículo político adequado ao perfil que exige-se de um chefe do Poder Executivo que, sabemos, terá que assumir uma missão tão gloriosa e ao mesmo tempo extremamente desafiadora e, portanto, não identificadas com o anseio da ampla maioria dos eleitores. Alguns assemelhados políticos, enxutos e quase secos em termos de experiência política, irão envidar hercúleos esforços rumo ao pináculo político uberlandense e, para tanto, usarão de táticas e movimentos mirabolantes que ao menos os credenciem a apoiar algum candidato que disputará o Segundo Turno, com vistas a uma indicação para compor o futuro secretariado municipal. E torna-se oportuno salientar que,mais uma vez, será imprescindível aos candidatos saberem angariar, controlar e aplicar recursos financeiros e humanos para levarem adiante as suas respectivas campanhas, além de contarem com uma equipe de retaguarda com grande capacidade organizacional e visionária para saberem lidar com velhas práticas , atalhos e espinhos de campanha. Dinheiro para fomentar a propaganda das principais estrelas desse próximo pleito não deverá faltar e devido, sobretudo, a algumas invejadas estratégias a serem engendradas pelos partidos e de maneira a driblarem algumas leis que regulam doações para as suas respectivas e colossais campanhas e tudo, claro, para o bem de uma nova e reluzente Uberlândia…é claro! E não é por acaso que uma das primeiras providências dos candidatos eleitos, quando já entronados e de posse do cetro governamental,é usar da sua recém conquistada influencia para facilitar alguma forma de recompensar quem contribuiu decisivamente e, portanto, facilitou a sua vitória nas urnas. A simbiose entre o poder político e o poder econômico , também sabemos, é histórica e extraordinária no sentido de degustarem de uma substancial engrenagem e o que encorpa um menu variado de interesses realizações e felicidade completa ao longo dos próximos anos. Aos trombeteiros de campanha, muitíssimos competentes, irão juntar-se fontes intestinas no auxilio aos seus respectivos candidatos e saídas, principalmente, de setores do próprio estado e considerando-se denuncismos para que sejam erguidos autênticos altares de indignação popular. E a tudo isso somam-se antigos desafetos políticos que, como a verdadeiro milagre, congregam-se em uma e outra campanha política para, tal e qual Moisés, prometerem uma travessia rumo à Terra Prometida e festejarem a liberdade. E cada nova campanha eleitoral surge um novo jogo de impressões, onde a moeda corrente é a conveniência. Dá até para imaginarmos alguns antigos vereadores, presos ou afastados durante as operações “Guardião” e “Má Impressão” da Polícia Civil ( 2.019) apoiando publicamente alguns dos candidatos a prefeito e ainda colocarem uma pedra sobre o passado, na tentativa de redesenharem-se na qualidade de probos homens públicos. E como não já temos mais alguns daqueles antigos e o atual prefeito na condição de candidatos ao trono municipal, seremos forçados a reconhecer que a nossa missão nas próximas eleições será abundante em hesitações e desconfiança no momento de encontrarmo-nos frente à urna eletrônica; uma charada em termos políticos.

Gustavo Hoffay
Agente Social
Uberlândia-MG