Ivan Santos – Jornalista

O Capitão Mito Bolsonaro, ex-presidente da República do Brasil participou domingo passado de um comício fora de tempo, convocado por ele, pra pedir anistia aos desordeiros que no dia 8 de janeiro do ano passado invadiram prédios públicos em Brasília e praticaram vandalismo ao pedirem a anulação do resultado das eleições e manter o Mito na presidência da República.
Compareceram milhares de fieis ao Capitão. Uns dizem que foram 600 mil que foram louvar o ídolo da direita; outros viram na Avenida mais de 800 mil. Muita gente compareceu. Pra quê? Pra nada. Hoje, segunda-feira, o Mito continua como estava – alvo da Polícia Federal que apura denúncias de malfeitos supostamente praticados por ele.
O ato serviu para que todos os observadores da política nacional pudessem constatar que o Capitão Mito tem no Brasil milhões de apoiadores incondicionais. Esse apoio emocional revela, num sentimento inconsciente, que parte da população brasileira não aceita as mudanças prometidas pela esquerda. As pessoas que foram apoiar pessoalmente o Mito revelaram que não querem mudanças no processo político e detestam as propostas da esquerda. Temem um imaginário comunismo que não sabem o que é. Muitos acreditaram que o Espírito Santo atua hoje no Brasil e orienta o Capitão Mito a lutar contra os comunistas que, na visão da massa da direita, estão nos partidos de esquerda influenciados por Luiz Inácio da Silva.
Demostrando ignorância política o Mito defendeu o povo de Israel que no entender dele são cristãos. Na verdade, a maioria do povo de Israel é de judeus. E quem é judeu não é cristão. É judeu.
O capitão Bolsonaro mostrou ao Brasil que tem apoio popular expressivo, mas neste momento ele não pode se candidatar a nenhum cargo político. Por decisão da Justiça ele está inelegível e vai continuar assim até 2030. A Polícia Federal continua a investigar denuncias de malfeitos que teriam sido praticados pelo Mito e ele continua ameaçado de ser preso a qualquer hora. O vibrante comício de domingo passado serviu pra nada. Política não é para aventureiros nem deslumbrados. Política é a arte que leva ao poder ou afasta dele o personagem. É jogo pra profissionais realistas.