Sem jamais escornar, deixar de lado, enfim desprezar algumas polêmicas declarações em seus mais recentes encontros com líderes políticos do Hemisfério Norte e, ainda, um dia, ousando lançar-se na qualidade de mediador na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Lula, muito mais que qualquer conciliador em todo o mundo, merece uma condecoração das autoridades do setor turístico de países que tem visitado em seus périplos internacionais e levados a efeito durante o rigoroso inverno no Velho Mundo. Tudo sob a bandeira da ética e graças à higienização política (tsc) promovida pelo partido que atualmente comanda o nosso Poder Executivo – acredite quem quiser. Os gerentes dos hotéis de luxo onde ele, a Primeira- Dama Janja e a sua numerosa comitiva se hospedam agradecem enfatuados, visto o rigoroso inverno ser uma época muito ingrata no balanço das contas de todas as empresas que exploram aquele ramo de atividade por aquelas bandas; sim, lá são pouquíssimos os turistas que afrontam o frio intenso. Não há dúvidas: estrangeiro que vai à Europa no inverno é, na grande maioria das vezes, originário de algum país tropical, sim! E somente nós, brasileiros, conseguimos explicar o seguinte fenômeno: para Lula, a nossa grande estrela internacional, não há ambiente melhor entre os seus patrícios do que quando fora da pátria. Quando ultrapassamos nossas duzentas milhas marítimas, atravessamos o Atlântico e encontramos compatriotas por lá, a alegria é geral! No caso específico de parlamentares oriundos de partidos políticos diversos e membros do Poder Executivo tupiniquim, pode também ocorrer que nesses encontros o primeiro impulso seja parar, saudar efusivamente, acender o cachimbo da paz e bater um papo, quando então antigos e enraizados sentimentos de mágoa, ira, repugnância e revolta de origem política/partidária são imediatamente esquecidos, afinal o Brasil e as suas misérias estão a milhas e milhas de distância. Antagonistas políticos hospedados no mesmo e luxuoso hotel em alguma famosa capital européia, terminam constituindo uma grande e animada família, em meio a pomposos banquets, cocktails, teas e satisfazendo famosos comensais às nossas custas…evidentemente; mas o que vale isso daqui a cinqüenta anos ou mais, não é mesmo? E tudo começa pelas esposas daqueles políticos a trabalho (tsc), em refinados e faustos lunches e dinners , a partir da troca de idéias, impressões e conversas que não sejam, claro, sobre o que os seus respectivos maridos foram fazer ali pois, afinal, elas sequer saberiam dizê-lo com certeza e mesmo porque não estão nem um pouco interessadas em saber. O assunto entre elas, imagina-se, logo passa a girar em torno de compras em algumas das principais “stores” de reconhecidas e caríssimas grifes de lojas chiquerésimas. E logo no dia seguinte iniciam-se longos e adoráveis passeios da Primeira-Dama e o seu séquito de recentes amigas tupiniquins por lugares exóticos e famosos museus, a bordo de limusines e cercadas por seguranças brutamontes; tendo à frente batedores empinados em suas tradicionais Harley Davidson, equipadas com luzes multicores e sirenes escandalosas que garantem a sua segurança. No terceiro dia os seus amores, nossas autoridades constituídas, finalmente bandeiam para o seu lado e passam a acompanhá-las após dois exaustivos dias de encontros em salões oficiais, com algumas das mais altas autoridades do país visitado e onde foram tratados assuntos “urgentes e confidenciais”; sim, afinal ninguém é de ferro! No retorno ao Brasil a comitiva oficial desembarca com as suas malas abarrotadas sabe-se lá de que e, sabe-se lá como, livram-se todos de possíveis embaraços alfandegários, logo após apearem do novíssimo Aerolula Number One. E nas festivas recepções vindouras no Palácio da Alvorada, certamente lá estarão todos eles sentados à uma fausta mesa enquanto cochichos não faltarão: -“Mas a Janja, hein? Aquela ali teve um tremendo mal gosto nas compras que fez…..”! E a gastança do poder continua lindo, graças a nós….eleitores! O que resta é continuarmos contentando com presidentes bem ao estilo de cada época: Semana Santa (fingindo-se religiosos), Carnaval (quando tiram as suas respectivas máscaras cotidianas e passam a revelar-se por quatro dias como realmente são), Rock in Rio e Samba ( quando encontram oportunidades para extrapolar a sua animação política e fazerem novas e interessantes amizades em salões que não sejam oficiais) e dramas novelescos ( quando adoram passar-se por vítimas) ….E eles, com seus olhares risonhos porém indecifráveis, sequer pensam em calçar as sandálias franciscanas da humildade; preferem os sapatos cujo lustre dói até nos olhos de quem os vê pelas fotografias dos principais jornais dessa imensa gleba tupiniquim. Humildemente sugiro que a grande massa de eleitores trate de despertar enquanto há tempo, ao contrário de preferir continuar assistindo Ratinho, Hulk, Angélica e outros ainda menos cotados para auxiliá-los na sua necessária formação social e política; caso queiram, é claro!

Gustavo Hoffay
Agente Social
Uberlândia-MG