Gustavo Hoffay/ Agente Social/ Uberlândia-MG
O que considerável parcela da população brasileira comumente observa pela TV nos horários vespertino e matutino, é uma incompreensível e oficial licenciosidade das autoridades competentes, para permitir a exibição de uma escancarada e explícita violência, indiretamente financiada pelos próprios telespectadores e unicamente em função da grande audiência que conferem a determinados programas e que atraem, evidentemente, poderosos e não poucos patrocinadores. E essa é apenas mais uma face da cólera que toma conta do nosso país, considerando que diariamente tomamos conhecimento de que considerável parcela daqueles a quem confiamos os nossos votos para – também – promover a segurança, o bem-estar e o desenvolvimento social de todos é, sabidamente, composta por usurpadores, pilantras, laranjas, cínicos e vivaldinos que, ademais, fornecem lubrificantes para a engrenagem de variados esquemas de corrupção e o que, desgraçadamente, já tornou-se em uma vergonhosa e indomável instituição em terras pindoramas, conforme é amplamente sabido porém totalmente incompreendido. Ou os homens públicos imbuídos do seu dever de legislar, de promoverem a justiça e a ordem passam a agir com maior rigor e desenvoltura ou, funestamente, corremos o sério risco de ver aterrar, cada vez mais, o perseguido ideal de democracia em nosso país. Considero impossível que algum conterrâneo ainda não tenha conscientizado-se da suma importância e do urgente combate a forças que, diariamente, dedicam-se a desenvolver estratégias para rapinar os cofres públicos e das mais diversas maneiras. Há que ter-se, sempre que necessário, uma pressão popular para desbancar esse tipo de punguistas e muito mais que simplesmente contentarmo-nos com a aplicação de ingênuas punições. Faz-se urgente que os sentimentos de justiça popular se irmane aos poderes normativos! Trata-se de larápios de gravata e paletó com livre trânsito na Esplanada dos Ministérios e adjacências que, tal a tumores, precisam ser rapidamente extirpados e de maneira a não provocarem metástases. Por diversas vezes, nos últimos anos, pessoas influentes formando quadrilhas poderosas multiplicavam-se em subgrupos e redes que nadavam em cardumes de bagrinhos levados por grandes tubarões que, infelizmente, sob o ponto de vista popular, nunca foram punidos à altura das suas graves transgressões. Num país com leis retrogradas e muitas delas já sem fundamento lógico diante da barbárie que a tempos impera em seu imenso território, tem-se a nítida impressão de que marginais “solo” ou em bandos disputam um acirrado campeonato entre si e contra a polícia e a população, acuadas e assustadas. E a “coisa” não pára por aí, uma vez que já ficou provado em não poucas ocasiões que a corrupção também imanta perfis em algumas personagens do sistema judiciário, de maneira a levantar-se suspeitas a partir de decisões que favorecem grandes criminosos, além de enigmáticas atenuações de penas. Enfim, em nosso patropi o sistema institucional dá a impressão de estar formando uma densa camada de insensibilidade popular e o que vem causando o surgimento de grandes manchas em antigos e sadios padrões morais e éticos. O atual Código Penal causa descrença geral em nossa indignada sociedade e inflama a chama da intolerância coletiva. E somente começaremos a promover uma eficiente mudança nessa atual e abominável situação, quando transformarmo-nos em ativos agentes da nossa própria história e darmos gigantescos passos rumo à uma plena cidadania.