Marília Alves Cunha – Educadora e escritora – Uberlândia – MG

Estamos em tempos natalinos e um Ano Novo se aproxima. A paz e a esperança deveriam ser marcas fortes em nossas vidas e um clima de tranquilidade nos tomar por inteiro. Impossível, temos guerras no mundo, guerras cruentas onde vidas se perdem e países tornam-se piores, tomados de violência, intolerância e ódio. Temos incompreensão no mundo, varrido pela vaidade, egoísmo e incapacidade total de fazer da paz um mote e uma luta incessante para vivermos melhor.

Ficamos todos abalados com as notícias de guerras que nos chegam diariamente através dos meios de comunicação. Não há como abstrair-se da violência entre Rússia e Ucrânia, onde povos lutam entre si, dos conflitos que inundam de morte e mutilação Israel, Palestina e outros tantos países, onde a vida passou a não representar um bem natural, um valor a ser resguardado, mas um acontecimento banal, sugada que está sendo pelo ódio, incompreensão, ânsia desmedida de poder e falsas crenças.

No nosso Brasil amado travam-se também batalhas mortais, que acontecem em várias frentes. Não há como negar a triste realidade, não sendo necessárias estatísticas, análise mais complexa e nem uma apurada atenção para perceber que uma guerra cruel, sem bandeira branca, sem sinal de trégua, sem sinal de vitória, instalou-se permanentemente no nosso país.

A violência no trânsito, por exemplo, é algo de estarrecer. As estradas brasileiras são palcos de guerra que deixam em cena milhares de vítimas. A prática da impunidade, a fraqueza e a morosidade dos métodos repressivos e ausência dos preventivos contribuem para que as pessoas percam o medo do castigo. As normas de trânsito, aos poucos, parecem cair no esquecimento. O desrespeito dos governos para com os cidadãos é também de se “apreciar” nas estradas brasileiras: buracos, ausência de placas de sinalização, falta de acostamentos ou os mesmos em péssimo estado, tudo contribuindo para que viajar, hoje em dia, seja comparável a alistar-se para um duro combate nas estradas.

Outra frente de guerra que prescinde de comentários é a violência urbana. Estamos cada vez mais entrincheirados nas nossas casas, detrás de muros, cercados de eletricidade, vídeos, portões eletrônicos, que nos dão uma falsa sensação de segurança e que nos tiram toda a sensação de liberdade, de paz e de repouso necessário, a que todo cidadão tem direito. Tempos de guerra, tempos de medo, tempos de insegurança…

E o que fazem os governos, o que fazem os políticos, o que fazem as autoridades, o que fazemos nós para mudar este quadro de miséria e violência que, infelizmente, faz parte do nosso cotidiano? Diante desta questão (irrespondível) lembrei-me de uma historinha engraçadinha que vale a pena recordar: Um menininho foi a um Pet Shop e comprou um peixe. No começo estava gostando de ter um peixe, mas passado alguns dias ele ficou com raiva do peixe e depois de muitas tentativas de assassinato do pobre, voltou à loja, chamou o vendedor e disse: “Este peixe é imortal!” O dono da loja, espantado com aquela informação, perguntou: “Como chegou a esta conclusão?” O menininho respondeu: “Tentei matá-lo várias vezes e nada, o peixinho continua vivo.”- “E como tentou matá-lo?” – perguntou o dono da loja?” – “Afogando!” – respondeu o guri. Bem, para quem sabe ler… Talvez estejam tentando nos destruir, nos “afogando” no nosso próprio ambiente…

Acredito que há maneiras de restabelecer uma ordem nacional e mundial e que seja possível, com a ajuda de Deus, com a nossa vontade, solidariedade, esforço e consciência viver mais tranquilos e felizes, num clima no qual as pessoas se amem mais e se respeitem mais. Se isto não puder ser, eu vou dizer como muitos outros já disseram antes de mim: “PAREM O MUNDO QUE EU QUERO DESCER”.

Feliz Ano Novo para todos os leitores deste blog. Que sejamos todos mais felizes e que saibamos como manter a respiração, mesmo quando tentam nos afogar…