MARÍLIA ALVES CUNHA – Educadora e escritoria – Uberlânda – MG

Parece que o maior problema do Brasil hoje, a grande discussão é saber se Bolsonaro importunou uma baleia jubarte em São Sebastião, litoral paulista. Na investigação de tão importante fato, além da Policia Federal, o MPF de São Paulo decidiu também acompanhar o caso.

Por que abriram o inquérito? Com base em vídeo que mostra um homem pilotando um jet-ski e se aproximando do grande cetáceo. Não que as baleias possam ser maltratadas ou importunadas, de maneira nenhuma. São protegidos por leis estes mamíferos maravilhosos e com muita razão. O problema é que imediatamente reverberaram a noticia, sem saber ao certo quem pilotava a máquina e ligaram, de pronto e espalhafatosamente, o caso ao ex-presidente Bolsonaro. Foi noticia manchete em muitos jornais, coisa digna de mêmes, piadas e risadas. A saga continua…

Criam ou se apressam em noticiar coisas como cortina de fumaça, para desviar a atenção, por exemplo, da visita da “dama do tráfico” aos Ministérios da Segurança Pública e dos Direitos Humanos. Bem, o atual governo parece não se importar muito com visitas como esta, guiadas gentilmente pelo Boulos, que serviu de cicerone à prestigiada dama. O difícil mesmo para o contribuinte é saber que está pagando a conta destes desatinos, sem ter nada a ver ou lucrar com a mixórdia… Haja Deus!

Outra questão que chamou a atenção dos brasileiros foram as provas do vestibular. Dei uma olhada nas questões que levantaram polêmicas e, realmente, são de uma impropriedade e de um dirigismo ideológico de clamar aos céus. Questões mal elaboradas, sem clareza, feitas para induzir e confundir. A gente aprende com grandes autores e jornalistas de escol a importância da clareza e precisão quando se quer transmitir alguma coisa a alguém. No livro de Ivan Santos “Texto, Contexto e Entrelinhas” (ótimo livro), o primeiro texto refere-se à arte de escrever. Interessantes e úteis as lições de Graciliano Ramos e Armando Nogueira, respectivamente: “A palavra não foi feita para enfeitar, a palavra foi feita para dizer” e “Escrever bem é cortar palavras”. Lições que deveriam ser aprendidas por professores que elaboram textos e provas.

Provas mal elaboradas e com um viés ideológico mais que descortinado foram feitas por milhões de jovens e adultos. O que interessa saber é o seguinte: será respeitada a resposta do vestibulando que, mesmo não tendo as mesmas ideias do professor, expressas na pergunta, formulou sua resposta com lógica, com argumentos claros e relevantes? Terão aceitação por parte da banca que corrige? A democracia aponta que deve ser assim, a democracia alerta que deva ser assim…

Não é papel do professor fazer da sala de aula um comitê partidário, uma prisão ideológica. A sala de aula é um lugar de aprendizagem genuína, com espaço para muitas e amplas vertentes de pensamento.