Gustavo Hoffay – – Agente Social – Uberlândia-MG
Confesso ter o costume de ler, em média, dois livros a cada mês e já cheguei a pensar que os mesmos constituem um pequeno obstáculo em minhas relações sociais e familiares, dada a forma que dedico-me à apreciação dos mesmos e ao ponto, até, de causarem um certo grau de momentâneos ciúmes em pessoas do meus círculo familiar. Tenho especial simpatia por folhosos que tratam da nossa história; sim, a história do Brasil e de autoria de reconhecidos pesquisadores tupiniquins. E ao longo do tempo venho percebendo que alguns dos seus insignes personagens e as suas respectivas características tornaram-se símbolos de identidade e proximidade conosco, cidadãos comuns: o sorriso de JK, os discursos castiços de Janio, os charutos de Churchill, as barbas do Fidel…..enfim adornos definitivamente incrustados à figura de cada um deles. Aos poucos, devagar, devagarzinho, aqueles grandes líderes que marcaram em definitivo os seus respectivos nomes nos calhamaços da história política mundial, foram cedendo lugar a outros cujos nomes terminaram antecedidos pela palavra “era” (período, fase…): Era Vargas, Era JK, Era Peron, Era Tito, Era Kennedy …..Mas algo mudou e atualmente o mundo passou a sentir uma inversão de valores, quando passou a produzir “mitos” totalmente dependentes das táticas muito eficazes de uma internet que também produz “heróis” e “heroínas” como nunca se viu em toda a história da humanidade e, claro, por qualquer outro meio ! Enfim, desembarcamos na era do “político fugaz”, aquele que filia-se a um determinado partido e que, sem reflexões ,sem conhecimento de causa, sem cultura, sem-sem nada, mas de um imediatismo e oportunismo à toda prova torna-se então um político instantâneo, self-service, fast food, frio, sem sabor, intragável….Mas e os autênticos líderes políticos, onde estão? Não refiro-me, certamente, àqueles que somente se promovem em épocas de eleições ou a outros que fazem um estardalhaço publicitário quando têm aprovado algum Projeto-de-Lei, fruto de seus prescritos deveres parlamentares. Onde políticos da estirpe de Tancredo Neves, Milton Campos, Itamar Franco, Benedito Valadares, Gustavo Capanema…..? E creio, com a mais absoluta certeza, que nenhum destes aceitaria ter a sua respectiva campanha política realizada nos atuais moldes eletrônicos, em que os sinceros propósitos de candidatos são deixados ao leu, diante da sua sede por tecnologias e o que termina transformando-os em mero objetos de votos, tal e qual a alguma marca de sabonete, desodorante ou sabão em pó.
Gustavo,
gostei muito de seu texto. Realmente, já tivemos grandes políticos. Dia desses li um discurso do Milton Campos e encantei-me. Palavras eternas, ideal de todos os tempos. Infelizmente não temos mais os grandes oradores e não só isto, as grandes personalidades que realmente lutavam pelo Brasil. Já tivemos um Rui Barbosa Ministro da Fazenda, Ministro da Justiça, senador, deputado. E hoje, o que temos? Somente num ponto divergimos: atualmente, no ritmo da modernidade, torna-se impossível fazer política sem apelar para a internet, as redes sociais. Os inteligentes e criativos saberão aproveitar estes importantes meios de comunicação para dar seu recado…