Gustavo Hoffay – Agente Social – Uberlândia-MG

Por cinco vezes tive a oportunidade de visitar o país dos meus ancestrais e lá, nos Estados Unidos da América, ser cumprimentado com um “hi” (“oi”) seguido por um sorriso de Gioconda (Mona Lisa), enquanto as pessoas a quem era apresentado imaginando “- Ah! Brasileiro….” , analisando-me dos pés à cabeça e insinuando uma possível parceria da minha parte na corrupção política/empresarial viçosa e vigente em nossas plagas e a qual, notadamente, já ganhou um selo de qualidade digital com certificação internacional emitida pela O.N.C (Organização das Nações Corruptas). Naquelas estorvantes ocasiões eu tentava, um tanto embaraçadamente, remendar alguma resposta àquelas (sinceras) induções malévolas e não conseguia dizer outra coisa senão um “pois é” (“so it is”); baixava a cabeça embaraçosamente e logo saía de soslaio, sorrindo…. enigmaticamente! A impressão que eu sentia era a de que eles, os amigos dos meus parentes, tratavam-me como a um suposto membro de alguma organização devassa e com um pezinho na “Cosa Nostra” ou no “PCC”, este último já asseverado na condição de “Quarto Poder” ou “Poder Paralelo” no país dos tupiniquins. Francamente….A comunicação de massas é, de fato, prodigiosa! Por mais que procurasse ser uma pessoa simpática, “tragável” – na melhor das hipóteses, eu sentia não ser exitoso em desmembrar minha imagem daquela que eles, norte-americanos, faziam de brasileiros e da forma que nós, brasílicos, somos representados em suas mentes e por culpa, também, de muito que alguns dos nossos conterrâneos falam e fazem de maneira inapropriada na terra do Tio Sam. Somos um povo ainda marcado, internacionalmente, pela fama de Pelé e Carmen Miranda mas desde algum tempo ganhamos mais alguns rótulos, principalmente devido a inquietantes questões relacionadas à corrupção política, criminalidade, insegurança pública e descuidos na preservação do meio-ambiente, incluindo-se aí, notadamente, o tratamento que nossos governos vêm dando ao silvícolas. Na opinião de não poucos “gringos” do hemisfério superior, continuamos a ter governos inabilitados, acuados, suspeitos, cravados de denuncias de toda ordem, enquanto nossas instituições federais e os seus respectivos representantes sorriem em maquiada e angélica ignorância; em termos de ecologia, então, teríamos, segundo eles, a total responsabilidade pelo fato de estar faltando ar puro para o mundo respirar e em função dos constantes incêndios na floresta amazônica; o sarcasmo do grande norte incomoda-me, embora alguns dos seus representantes e aqui residentes dizem estar brincando. Mas se, de fato, persistem observações internacionais de que somos um país pontuado de corrupção e outros crimes, onde o desemprego é causa de mil e uma privações , de que compomos uma nação de deseducados, famélicos e constantemente sujeita a epidemias e outros indícios que descambam para o prenuncio de um espetacular naufrágio desta nossa querida e idolatrada nave-mãe – de maneira a darmos razão a sinistros comentários, então resta-me apontar os únicos culpados pela imagem brasileira disseminada mundo a fora e onde, ainda, conseguimos salvar a nossa imagem de sol, mar, mulatas, carnaval….e, claro, a canção “Garota de Ipanema”: uma considerável parcela de nossos políticos, sim; o flagelo que a atuação de não poucos deles ( e fartamente já demonstrada ao público em geral, por meio de noticiários diversos), aos poucos e sempre mais, vem ameaçando modificar o destino deste país de dimensões continentais e, claro, levando com ele o seu povo enquanto rumo a um flagelo provocado por uma ideologia política míope e superada, mantida às custas de idéias populistas retrógadas. Mas sinto que, aos poucos, surgem jovens congressistas (sóbrios e ágeis) dispostos a desviar o nosso país de uma rota suicida, suplantando hesitações e tibiezas, recuperando o crédito do Congresso Nacional junto ao seu próprio povo e a nossa imagem lá fora, já tão enleada por péssimas atuações de quem deveria zelar da mesma e com extrema e natural devoção.