Ivan Santos – Jornalista

O governo do Brasil continua sem dinheiro para melhorar a infraestrutura, custear como devia os serviços de saúde, a educação, ações de segurança ou oferecer três refeições diárias a todos os pobres do País. Não adianta pressionar o governo porque os governantes não podem obrar milagres. Essa dura realidade já foi revelada há anos passados pelo Banco Central num relatório que divulgou informações sobre as contas públicas do País. E continua como era. O governo contabilizou nesse período, uma soma fantástica que deixou saldo sempre negativo.
Os técnicos em contas públicas denominam esse tipo de saldo de “superávit primário” ou resultado positivo da diferença entre as receitas e despesas do País, exceto o que o governo pagou de juros no conjunto formado pela União, Estados e Municípios mais o movimento das empresas estatais. Para produzir esse resultado foi grande o esforço dos cidadãos do país que contribuíram com a mais pesada carga tributária da história do Brasil: 36% do PIB (Produto Interno Bruto) anual. Mas todo esse esforço não foi suficiente para pagar os juros da dívida pública de mais R$ 1 trilhão no ano passado. Com os constantes aumentos de juros, os serviços da dívida aumentam de um ano para o outro. Após o governo contabilizar as receitas e as obrigações a pagar o rombo nas contas públicas ou déficit nominal ficou um rombo monumental! Estas informações estão no site do Banco Central e foram divulgadas nos principais jornais nacionais na semana passada. No acumulado dos 12 meses passados o superávit primário do setor público foi positivo: o governo planejou alcançar 4,25 de do PIB em superávit e atingiu 4,84%. Para realizar esse número, os brasileiros realizaram esforço maiúsculo, as estradas permanecem esburacadas, a violência cresce em todo o País, aumentaram o desemprego, o achatamento salarial e o trabalho informal. O medo continua a ocupar o lugar da esperança.