Marília Alves Cunha – Educadora e escritora – Uberlândia – MG

Além da tentativa de matar o candidato em 2018, antes que ele arrebatasse o trono dos petistas dispostos a ficar no poder por décadas, fizeram o “escambal” para demonizar o presidente eleito e jogá-lo nas profundas… De óleo nas praias, à matança de elefantes e girafas na Amazônia, aos drogaditos parentes da Michele, à “fortuna” acumulada pela família. E coisas bem mais pesadas como as ameaças veladas ou não, contidas em desenhos, palavrórios, esculturas mal feitas e outras aberrações. Os contrários a Bolsonaro não pararam por aí. Continua a sanha perversa, mesmo que o seu candidato, à custa de milagreiros, esteja hoje no poder, como queriam. Agora, sem mais nem porquê, cogitam e agem no sentido de tornar Bolsonaro inelegível.

Tivemos, num passado recente e não nos esqueçamos deste triste episódio, o impeachement da Dona Dilma Roussef. Por decisão do Senado e com a intervenção do STF, através do ministro Lewandowski, a ilustre senhora perdeu seu lugar no trono. Perfeito! De acordo com a CF (coitada, tão abusada ultimamente) a perda do mandato inclui também a retirada dos direitos políticos da pessoa julgada. Num desrespeito à CF, televisionado e assistido por milhares, inventaram o fatiamento de uma regra constitucional, para beneficiar a ilustre dama. Dona Dilma não perdeu os direitos políticos. Lembro este caso porque estamos falando em parcialidade exposta. E este é um dos casos mais retumbantes da história do nosso país. E não pode ser esquecido, nem por aqueles que padecem de memória fraca.

Outros casos, conhecidos de todos, também nos mostram a parcialidade com que se tratam várias situações neste Brasil. E como a cumplicidade vergonhosa que se estabeleceu entre as instituições, conspira contra a lei, a ordem e o estado democrático de direito. Tenho gravado na memória, várias situações que não brilham pela imparcialidade e servem como mostra.

Para uns flores, para outros chicote. Infelizmente, assim nossa sociedade está sendo tratada e políticos, jornalistas, influenciadores digitais e até pessoas comuns têm sentido o cheiro de flores ou o peso do chicote. Relembremos dois casos:
O ministro Barroso, ilustre membro do STF, perguntado sobre a indicação de Cristiano Zanin, amigo e advogado pessoal de Lula a uma vaga no STF, respondeu que não via conflito ético ou moral na indicação. As concepções mudaram: quando o presidente Bolsonaro indicou Alexandre Ramagem para ocupar o cargo de diretor da Policia Federal, o ilustre ministro Alexandre de Moraes viu indícios de desvio de finalidade na escolha do delegado, pois o considerava próximo à família Bolsonaro.

Bem, voltando ao Zanin e sua indicação. Os ministros do STF nada tem a ver com isto… Os que aceitaram a indicação e o colocaram no posto são os senadores. Como sempre, um Senado fraco, mal gerido e quase dispensável, numa sabatina rápida e que nada mostrou do sabatinado deu a benção final e o advogado do Lula, seu amigo pessoal, tornou-se supremo …
Para quem assiste estas sabatinas ficam as perguntas: onde está o saber notório, onde estão os requisitos éticos, onde está a imparcialidade? Aliás, é exigir demais que este Senado, estes senadores (desculpem-me as raras exceções) cumpram com independência seus mandatos e sejam capazes, intelectualmente, de diferenciar alhos de bugalhos.

E a inegibilidade de Jair Messias Bolsonaro, caso aconteça, será, indubitavelmente, o mais forte agravo que se faz contra a democracia, nestes tempos ofuscados pelo revanchismo e por razões mais fortes que se alevantam… E também, uma mostra irrefutável da parcialidade que reina neste país, ao retirar da vida pública um homem que nada deve à justiça e que governou dentro dos princípios democráticos. Seu erro, talvez, tenha sido o de questionar, o de indagar, o de duvidar, num país onde parece que isto está sendo, pouco a pouco, proibitivo ao cidadão brasileiro.

É só! Vou fazer como Ibrahim Sued nos áureos tempos do Rio de Janeiro como centro da República: “ E agora que vocês estão bem informados, durmam bem e ademã, de leve, que eu vou em frente.”