Quando uma pessoa torna-se autoridade , não poucos imaginam que ela goze de um status muitas vezes momentâneo e que lhe foi conferido em função da sua capacidade intelectual e de grande responsabilidade sobre o cargo/função que exerce; seria como se ela ganhasse um distintivo perante uma maioria que lhe deve especial consideração e respeito, visto ela ser a imagem da própria ordem e da sabedoria, uma pessoa absolutamente ilibada, iluminada, investida de competência superior naquilo que escolheu ser e para o que esforçou-se de maneira primorosa; um diretor, um professor, um oficial, um representante popular de reconhecida e respeitada índole e imbuído de predicados que o qualificam como a um ser diferenciado pelas suas honrosas habilidades. Portanto, chegar a ser uma “autoridade” não é para qualquer um que apenas almeje ser reconhecido como tal; há que ter, acima de tudo, um caráter e uma personalidade ímpares, ser um(a) cidadão(ã) respeitado(a) e ao mesmo tempo zeloso(a) da sua própria imagem perante a sua família e a opinião pública …..! Mas há ainda a autoridade natural de quem nunca fez ou faz qualquer esforço (ou sequer se interessa) no sentido de ser reconhecido como tal, mas que de maneira natural ilumina ambientes, auxilia, esclarece, é amigo, está presente, orienta, educa……Autoridade não se impõe, se adquire e é exercida em momentos adequados! No Brasil, em determinados lugares e especialmente em prédios onde funcionam empresas públicas, “otoridade” é o que mais existe e coitado daquele que negar-se a tratar alguma delas de outra forma que não aquela e quanto mais duvidar da sua competência autoritária. Esse é um assunto que atrevo-me a abordar nesta oportunidade e, claro, com todo o respeito àqueles que julgam-se na condição de autoridades ou mesmo insistem ser tratados como tal. Parecem, sob o meu ponto de vista, homens e mulheres que não precisam apenas de bens de que vivam mas, também, de uma finalidade ou de um objetivo por que e para que vivem em sociedade. As pessoas comuns, aquelas que têm uma vida baseada na família e no trabalho, que esforçam-se disciplinada e necessariamente em busca de uma honrosa subsistência, diferenciam-se de algumas outras que parecem existir unicamente em função da posição profissional e/ou social alcançada(s), o que polariza as suas energias e contribui, decisivamente, para ilusoriamente sentirem-se realizadas como seres-humanos superiores, membros de uma casta sumamente privilegiada, ao contrário de procurarem realçar e mesmo descobrirem em si valores latentes que mobilizem-nas a realizar-se plena e modestamente. São pessoas empossadas em cargos que as fazem sentir-se poderosas e portanto de grande influência em seu meio social, profissional e para os quais -muitas vezes- não estão sequer minimamente qualificadas; apóiam-se em seus honrosos sobrenomes e apresentam-se à sociedade enquanto embaladas em rótulos aparentemente nobres para que, persuasivamente, alcancem o respeito que imaginam merecer.Comumente e sempre mais vejo pessoas que engalanam-se por possuir um título de “doutor” ou por serem portadores de alguma credencial que, infelizmente, usam para tentar sobressair-se em sociedade enquanto menosprezam cidadãos comuns e chegam mesmo a tratá-los por infantis e irrisórios elementos de uma sociedade inferior, indignos de sentarem-se à mesma mesa que aqueles e cuja roupagem e crachá parecem dar-lhes um sentimento de superioridade; são pessoas que associam-se a determinados ritos e por isso terminam reforçando o seu caráter medíocre, imaginando-se semi-deuses, uma instituição intocável, inalcançável por qualquer outro ser humano social, cultural e economicamente inferior.São mortais que imaginam-se inatingíveis por outros dos seus irmãos mas que existem sem viver; não sabem para que se levantam de uma cama e sequer por onde e porque hão de recomeçar a sua vida a cada novo amanhecer…! E, confesso, durante quase toda a minha vida me senti quase que forçado a viver em meio a algumas pessoas que achavam-se superiores a mim e em quase todos os sentidos, pois imaginavam-se magnificamente cunhadas pelo título de presidente, “doutor” ou “doutora”, “diretor” ou “diretora”. E caminhar por entre esse tipo de pessoas que, ilusoriamente, sentem-se eminentes criaturas, inegavelmente é uma tarefa sacrificantemente robusta, que exige uma férrea determinação e uma dose cavalar de resignação. São pessoas, aquelas, que possuidoras de algum título ou de alguma momentânea porém proeminente posição social, sentem-se ofendidas quando não tratadas na condição de “otoridade” e daí deixarem de obter um gozo imediato que exalte a sua fraqueza de caráter, a sua peremptória recusa de lidar com pessoas que julgam ser infra-humanos. E onde está o ser humano que deveria sobressair e posicionar-se acima do saldo da sua conta bancária e investimentos diversos? Hoje em dia novas concepções de vida social inquietam os humildes de coração e procuram validar-se por meio de pessoas que almejam ofuscar a existência de quem não teve ou não pôde aproveitar as suas mesmas e boas oportunidades de vida, talvez (até) por não terem a mesma e infeliz vocação de engajar-se em um vida meramente superficial. Aquele deputado que foi ofendido com o apelido de “chupetinha”por um de seus colegas de parlamento que se auto intitula na condição de “apaixonado por Jesus”,creio estar mais investido de autoridade que muitos daqueles seus pares que sentem-se acovardados diante de circunstâncias diversas e enquanto posando de inocentes cordeiros em seus gabinetes oficiais ou em frente às câmeras e microfones da imprensa. A falsidade e a hipocrisia continuam à solta no meio político e terminam por afastar seus agentes daqueles que confiaram a eles os seus votos. Difícil será recuperar a confiança dos eleitores naquelas “otoridades”, cujas confortáveis e perseguidas poltronas são alvo, também, de um eminente personagem da mídia eletrônica e mais um candidato a tornar-se uma nova estrela na constelação de “otoridades” que paira sobre o mundo político em Brasília: o jovem influenciador Felipe Neto e quem, inclusive, já foi indicado pelo atual presidente da república federativa do Brasil para integrar um grupo de trabalho que visa combater o discurso de ódio ou fake news pelas redes sociais…..Banalizou geral!

Gustavo Hoffay
Agente Social
Uberlândia-MG