Marília Alves Cunha – Educadora e escritora – Uberlândia – MG

O senhor Bolsonaro no momento é ex, não é mais o Presidente da República. Não tem nenhum cargo no governo ou em alguma outra instituição política. É um mero cidadão tentando cuidar de sua vida, mesmo que ainda seja atormentado por fanáticos perseguidores que, não satisfeitos com sua estranha derrota, teimam ainda em lembrar-se dele com frequência. E o fazem com total empenho. Repetem velhos discursos de ódio que nada dizem de importante. E mostram uma vontade intensa de inocular, na vida pregressa do ex-presidente, alguma coisa errada, algum crime que o coloque ao nível de criminosos que hoje governam o país. Sem conseguir bulhufas, é claro e transparente.

Talvez isto se dê pelo fato de que é melhor situar-se no passado, chafurdando num mar de falsas e pesadas acusações. É melhor continuar tentando ser a pedra e não a vidraça. O presente não está propício a que se fale dele, o Brasil anda de mal a pior, desde que o novo governo se instalou.

País inchado de ministérios, secretarias, cargos comissionados e promessas aos acólitos sendo distribuídas a três por dois. Gastos inúteis, descomprometidos com a realidade do país e despesas altas, que o povo vai pagar sem dúvida. Nota zero em planos ou realizações inteligentes e proveitosas que possam tirar o Brasil do caos e da insegurança.

Bem, não podemos dizer que o atual governo nada faz:
Saiu-se pessimamente mal em todas as incursões a outros países, tornando o Brasil um pária internacional, motivo de críticas e piadas. Na Espanha, em discurso, quase pediu que não investissem no Brasil, quando confessou o fracasso da economia. E ainda assim pediu palmas. A sua fala sobre Rússia e Ucrânia, numa mistura embolada com EEUU e Europa, mostra o desconhecimento total da situação. Aquele Lula de antes, que trocava as mãos pelos pés e dava pitacos que faziam rir, hoje nos envergonha.
Com uma posição notoriamente revanchista, desmancha ou tenta desmanchar tudo de positivo que surgiu nos governos anteriores, de Temer e Bolsonaro. Conquistas vão ao chão, num retrocesso sem limites, atitudes que comprovam despreparo e incompetência. Estadistas, grandes governantes não se comportam de maneira tão infantil e inconsequente. Gestores competentes não brincam com o destino do país.
Promoção de bagunça generalizada nos acontecimentos de 08/01, provocando a abertura de uma CPMI que terá o trabalho de explicar, minuciosamente, o papel do governo neste imbróglio… Imbróglio que resultou em centenas de pessoas presas, tornadas rés, sem obediência ao devido processo legal, muitas vezes sem crime sequer a ser penalizado.
Coloca o povo brasileiro numa total insegurança, filhos órfãos de Pátria que não sabem mais em quem acreditar e em como agir, num país onde os poderes e as instituições não reconhecem mais seus deveres, não se respeitam entre sí e não têm do povo a melhor confiança. Brasileiros que não reconhecem mais o país em que vivem, tomado por mãos que acatam invasões, convivem com o mundo do crime, tentam obstruir e desqualificar empresas que seguram a economia, que empregam e produzem. País onde a Constituição é continuamente desrespeitada, tornando-se aos poucos letra morta, no meio de tantas coisas que se fazem em nome da defesa da sagrada democracia, por incrível que pareça.
Querem, a todo custo regular a internet e as redes sociais, hoje o único meio das pessoas conhecerem a realidade em que vivem e exporem suas opiniões. Acatam como modelo países onde a liberdade foi suprimida e nos quais tem de prevalecer o poderio de um partido único e um único modo de pensar. Cortar a liberdade de expressão de um povo e escravizá-lo às suas pretensões, esta é a meta. Meta ultrapassada, anciã e que não condiz com tempos atuais. Não toleram as críticas do povo, não assumem seus erros, abastecem sua vaidade com elogios e firulas dos que giram a sua volta.

A economia mergulha, cada vez mais, na escuridão, contando com a insegurança e incompetência de seus ministros. Nada entendo desta coisa, mas sei claramente, na vivência dos dias, que só posso endividar-me à medida que possa pagar. E que gastar mais do que ganho é uma péssima ideia… O atual governo não tem planos, nem projetos e o pouco que mostrou até o momento é um calabouço, total insensatez. O importante é gastar e ter alguém que pague a conta. Por enquanto o governo vem cumprindo a meta: empregar amigos, militantes, “cumpanhêros”, não se importando com a tecnicidade, com a relevância do cargo, com a competência de quem vai ocupá-lo. O essencial é abrigar todos aqueles que, de alguma maneira, contribuíram com o governo, fazendo um Estado, grande, gordo e inchado. E, é claro, importantíssimo na cabeça dos que almejam simplesmente o poder, continuar o “modus operandi” aparelhando as instituições e tornando cada vez mais fácil e confortável alcançar o objetivo final.

Continuem, pois, a falar mal de Bolsonaro, a impingir-lhe culpas que não são dele. Defeitos tem, claro. Mas nada que o impeça de, um dia, se quiser, voltar à vida pública, candidatando-se a presidente. A não ser que o espírito criativo e malicioso de alguns se meta a inventar algo. A colocar pedras no caminho, como tem feito até agora.

Não há como falar do atual governo sem fazer severas críticas. Difícil defender o indefensável. Quando não existe projeto de governo, mas apenas e precipuamente um projeto de poder, um país, o nosso país, estará seriamente prejudicado e a nação como um todo, imersa em insegurança, intranquilidade e aprisionada em uma escura trilha, onde a liberdade não terá presença.

Completando, deixo aqui saborosa opinião de Mario Sabino sobre o Pacifista de Garanhuns:
“Lula é um telefone de disco, uma TV de tubo, uma fila de banco, uma reprise de filme antigo e ruim. Ele envelheceu. A sua retórica não tem mais apelo e já não cola o método de dizer que não sabia de nada”.