Ivan Santos – Jornalista

Simplesmente patético foi o pedido do presidente Capitão Mito Bolsonaro, na semana passada, aos dirigentes de supermercados para que congelem os preços até o fim deste ano. Mais propriamente até as eleições. O pedido feito por um presidente liberal e referendado pelo ministro da Economia chega a ser patético ou foi brincadeira.
Diante de um processo inflacionário ascendente, os operadores de supermercados, que vendem alimentos da cesta básica, compram mercadorias no atacado ou nas fontes de produção, cada vez mais caras. Se congelarem os preços, com certeza, contabilizarão prejuízos. O Mito sabe disso. Logo o pedido foi feito, como outros, de outras vezes, para encantar a tigrada que apoia a mitologia que brota do governo todos os dias através de um líder que só pensa em reeleição.
Há quatro meses das eleições de outubro, o Mito que governa o Brasil não tem mais tempo nem apoio político para criar um projeto de controle dos preços dos bens de consumo no Brasil atual. A economia nacional está indexada aos preços internacionais através do dólar e será contagiada pela inflação internacional. Se conseguir, através do Banco Central, impedir o aumento da inflação, o Mito fará alguma coisa, mas nem isso devemos esperar.
A decisão de controlar a cobrança de ICMS sobre os preços dos derivados de petróleo vai prejudicar a economia dos Estados e Municípios, mas não impedirá aumentos dos preços na gasolina, diesel e gás de cozinha se os preços internacionais do petróleo continuarem a subir. Não há milagre. O pedido do Mito aos supermercadistas foi apenas um engodo político igual a palavras lançadas ao vento. Não tem pé ne cabeça. Foi brincadeirinha para encantar ingênuos.