Ivan Santos – Jornalista

A discussão atual sobre educação fundamental em casa ministrada por pais aos filhos ou com a contratação de um preceptor para ensinar os filhos, está na ordem do dia no Brasil e já tem lei aprovada por conservadores no Congresso. Quem não tem conhecimento de didática como este escriba acompanha o que dizem especialistas e observa de longe para ver o rumo do projeto.
Muitos evangélicos defendem a educação familiar, apresentada pelos inglesófilos como “homeshooling). Esta é defendida por famílias que temem má formação dos filhos educados por professores esquerdistas ou comunistas que, supostamente, ensinam ideologia de gênero e outras modernidades recusadas por conservadores moralistas.
Particularmente acompanho as discussões e, através de reflexões simples, levanto uma questão: uma criança educada em casa, longe de outras diferentes, no futuro vai viver aonde? Num mundo de iguais a ela ou num ambiente por onde circulam pessoas boas e más, cristãos e de outras religiões? Como será o desempenho do individuo criado e educado num mundo dominado por uma ideologia quando chegar à diversidade do mundo real? Terá facilidade para se adaptar ou tentará viver separado num gueto? São questões que precisam ser discutidas.
A escola pública não é só um ambiente dedicado ao ensino. É também um ambiente de socialização onde o educando convive com as diferenças existentes na sociedade. A criança aprende na escola a conviver com pessoas que pensam diferente dela e, nesse ambiente também aprendem a respeitar as diferenças para serem respeitadas. Não é possível fazer isto em casa só com os familiares ou com um instrutor contratado. Pensem nisso senhoras e senhores defensores do ensino domiciliar.