Autor: Rafael Moia Filho*

“Comunista é o pseudônimo que os conservadores,
os conformistas e os saudosistas do fascismo inventaram
para designar simplesmente todo sujeito
que clama por justiça social” Érico Verissimo

No chamado meio empresarial, em especial aqueles que apoiam políticos, financiam campanhas eleitorais e tem o poder de interferir nas pautas dos projetos e ações do governo, habitam aqueles que vivem das benesses dos governos, sonegam impostos, porém, culpam a esquerda por tudo que acontece no país.
Por que? Simples, sempre ao analisarmos os motivos perceberemos que a insatisfação nasce aonde eles não tinham ou não levavam vantagens em relação aos seus desejos empresariais.
Os preços dos combustíveis que estavam num patamar razoável entre 1995 e 2015, começaram a subir e estão até hoje recebendo reajustes abusivos, obscenos, sem que os empresários reclamem. Por isso, toda cadeia produtiva, incluindo atravessadores, empresas que fornecem e distribuem e até os donos de postos de combustíveis estão em silêncio. Ou mentem sobre os reais motivos dos preços estarem elevado. Ex.: Usar entressafra para justificar aumentos abusivos do Etanol.
A alta excessiva do dólar, embora prejudique parcela da mesma cadeia produtiva, principalmente aqueles que são obrigados a importar bens e produtos, não é questionada pela maioria do empresariado, que lucra muito com a ciranda financeira, com a aplicação em contas em paraísos fiscais através de Offshores.
Como isso não era concedido nos governos FHC e do PT, eles reclamavam e os chamavam de comunistas, algo que nunca foram. Na verdade, a dolarização, a inflação e os preços elevados não os prejudicam, aliados ao fato de poderem manter os trabalhadores de suas empresas com baixos salários, sem benefícios extras, sem justiça trabalhista corrigindo seus excessos. Por isso odiavam Lula e a Dilma, e mantiveram apoio a Temer e ajudaram a eleger Bolsonaro.
A Reforma Trabalhista, que retirou direitos adquiridos há anos, não modernizou a CLT e ainda por cima facilitou as ações destes empresários com o cerceamento e a precarização da justiça trabalhista, algo com que sonhavam acordados e Michel Temer e o Centrão deram a eles de presente em 2018.
A Reforma Previdenciária foi a cereja do bolo empresarial, em especial para a turminha da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP). Pois esta acabou de sepultar os trabalhadores brasileiros, dificultando a aposentadoria e cerceando direitos de pensionistas. Um massacre que não tratou da enorme desigualdade existente entre os setores público e privado, nem tampouco reduziu e enorme dívida de empresários que sonegaram quase R$ 3 trilhões em pagamentos de FGTS. Uma reforma que manteve as vantagens para os militares, magistrados, políticos e marajás do serviço público federal.
Por isso, eles odeiam a esquerda. Aonde já se viu dar condições aos pobres de se alimentarem, de terem trabalho, dignidade e acesso à educação, shoppings e aeroportos? Eles odeiam isso, o ódio nasce do preconceito que essa escória nutre pelos mais pobres. Lembrar que nos governos anteriores foram realizados projetos como: FIES, Universalização do ensino superior, Bolsa família, Pronatec Prouni, Ciência sem Fronteiras, Mais Médicos, Farmácia Popular, Minha Casa, Minha Vida, Cisternas no sertão, Luz para Todos, Início das obras da Transposição do Rio São Francisco, Aumento do salário mínimo acima da inflação, Água para Todos, Pronaf, FAT, Programa Brasil Sem Miséria, Bolsa Atleta, Bolsa-escola, SAMU/UPAS, Saúde da Família, FGEDUC (Seguro do FIES), Aprendiz na Micro e Pequena Empresa, MEI Microempreendedores Individuais, Pagamento da Dívida Externa ao FMI, Retirada pela ONU do Brasil do Mapa da Fome, entre outras coisas causa dor, tristeza nessa gente que não tem argumentos suficientes e são obrigados a engolir um governo onde o presidente finge que exerce o poder e não trabalha nem por eles nem pelo povo muito menos pela pátria.
Enquanto isso, seguem pagando salários miseráveis, curtindo o preconceito aos pobres e agindo como “patriotas” da direita, apoiando quem está destruindo o futuro dos seus filhos e netos.

*Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.