Gustavo Hoffay*

Pegue-se todos os avanços e conquistas alcançados ao longo dos últimos anos no processo eleitoral, junte-os, embole-os e lance tudo na fogueira provocada pelos congressistas que ajudamos a eleger e veremos que, mais uma vez, fomos passados para trás, enganados, tratados como a meros observadores de sua soberba e com o único intuito de apoderarem-se de uma situação que os colocará, indefinidamente, no cume de onde se encontra o supremo e abastado salão da politicagem tupiniquim. O projeto de lei que altera toda – t.o.d.a – legislação eleitoral do nosso Brasil foi aprovado pela Câmara dos Deputados , seguirá para a votação do Senado e se aprovado será mais um acinte contra a honra e a inteligência de dezenas de milhões de eleitores, uma nova e cabal prova de que todo o magnânimo circo armado por políticos e outras autoridades federais – principalmente em se tratando de combate à corrupção nos último anos, serviu unicamente de instantâneo, provisório e curto deleite para os apreciadores de uma propalada e justa democracia . Sem sequer sermos consultados àquele respeito, os nossos digníssimos representantes, aqueles mesmos a quem demos os nossos preciosos votos e que, mais uma vez, elegeram-se à custa da confiança de quem ainda acredita em democracia plena neste país, aprovaram o texto que – se sancionado pelo presidente Bolsonaro até o primeiro dia do próximo mês de outubro, já entrará em vigor nas próximas eleições e decretará, de imediato e sem lenga-lenga, a nossa submissão a políticos inescrupulosos que, ainda, poderão usar milhões e milhões de reais do Fundo Partidário sem a necessidade de prestarem conta à toda uma sociedade que contribuiu para a sua formação. A satisfação incrustada na mente daqueles que dizem ser a voz oficial do anseio popular, parece estar em odiar o que deveria ser louvado e a favor de uma democracia plena e demoradamente conquistada. O que pensam e por que agem de forma tão vil os parlamentares que votaram a favor de tal projeto, completamente imoral em todos os sentidos? O menosprezo de novos e antigos representantes políticos no Congresso Nacional , em relação ao interesse do povo que conduziu cada um deles ao olimpo político tupiniquim, chegará a ser comprovadamente absurdo, grosseiro e imoral, baterá todos os recordes junto aos eleitores que continuam valorizando o seu precioso voto. O arroubo dos políticos na defesa dos mandatos que lhe foram conferidos, faz que o ódio diminua o ânimo e deprima a honra dos seus eleitores, mantendo apenas ao seu lado quem deles suga uma seiva que garanta-lhes a sobrevivência e como a sedentos parasitas. A decadência da política brasileira torna-se cada vez mais estampada e quanto mais se notarmos no desvirtuamento dos valores morais e éticos a partir de agentes a quem passamos uma “procuração” com quatro anos de validade. Faz-se necessário que a sociedade reaja de maneira veemente contra aquela nova afronta a partir do Congresso Nacional e que tornaria o nosso Título de Eleitor em mero instrumento de valorização do atrevimento, da imoral impetuosidade de quem, um dia, com um sorriso e um tapinha nas nossas costas, conquistou a munição que agora atira contra nós.

*Agente Social – Uberlândia-MG