Marília Alves Cunha*
Renan Calheiros, “paladino” da justiça, senhor das virtudes e da verdade, teve uma infeliz idéia, mais uma entre tantas: plantar 27 lápides no espelho d´água do Congresso, em homenagem aos mortos pelo Covid 19. Partindo a ideia de quem partiu, não nos espanta. Ele vai conseguir mostrar que apenas uma coisa ele fez com relação á pandemia, aliás uma coisa de péssimo gosto e de total morbidez. O dito senhor teve a coragem de dizer em alta voz em uma sessão da CPI que o tempo de sua presidência no Senado Federal foi o de maior transparência e honestidade que já houve no Brasil. A sua folha corrida não nos convida a acreditar nisto…
Pior que o Sr. Renan são os senadores que aprovaram esta ideia infeliz, mostrando que o Senado precisa mudar, não pode continuar com estes representantes que não fazem o que é necessário, como a sabatina de um indicado para ocupar vaga no STF ou se manifestar a respeito dos absurdos que estão sendo praticados na CPI. Um Senado que a cada dia se apequena e se torna servil diante de outra instituição. Dizer sim a esta ideia mórbida, faz parte da coleção de mal feitos.
Vivemos uma pandemia! Muitos morreram, não só no Brasil. O mundo inteiro está se ressentindo e sofrendo os efeitos desta tragédia que ainda nos ameaça. Perdi muitas pessoas queridas, parentes próximos, gente que eu amava. Mas, sinceramente, tenho a certeza que eles, se pudessem ver o que acontece aqui no planeta, se pudessem reagir, sua memória sendo de maneira tão infeliz lembrada, fariam uma solicitação ao Sr. Renan e seus nobres pares pedindo que desistissem do projeto.
*Educadora e escritora – Uberlândia – MG