Ivan Santos – Jornalista
Na economia brasileira não há o que comemorar no dia 7 de setembro deste ano. Nesta semana o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto disse que a política monetária fica mais complexa com as incertezas no campo político porque dificultam o planejamento da produção de bens econômicos. Ao jornal “O Estado de São Paulo”, Campos Neto disse que “a gente tem todos os choques externos, choques internos, a crise hídrica, mais um ruído eleitoral, de fato isso dificulta”.
Após analisar a conjuntura política nacional, o presidente do Banco Central disse: “O BC tem de pensar que a nossa missão é atingir a meta, entregar a meta de inflação, isso é o elemento mais importante para garantir a estabilidade com crescimento sustentável de curto, médio e longo prazo.”
Não é difícil perceber que há problemas que precisam ser resolvidos para que a economia nacional possa recomeçar proativamente ainda neste ano. O governo do Brasil precisa definir uma forma de reduzir o custo Brasil para que as empresas nacionais possam competir nos mercados internacionais e criar condições para que os 15 milhões de desempregados do País possam ter trabalho e renda. Só assim aumentará o consumo e, por via de consequência, a produção. Sozinhos, a indústria e o comércio nacionais não sairão do marasmo e a pobreza no País aumentará.
Tecnicamente disse o presidente do Banco Central: “O grande exercício agora é saber qual é a passagem dessa inflação que veio do produtor para o consumidor”. “Existe um movimento de reprecificação de inflações para a frente, com as inflações mundiais subindo e algumas que estavam encontrando uma estabilidade voltando a subir recentemente, como Alemanha e Inglaterra”.
Temos grandes problemas a enfrentar para reativar a produção econômica e melhorar a vida no Brasil, mas e isto não ocorrerá só com movimentos políticos a favor ou contra o governo. Precisamos enfrentar a pandemia para salvar vidas e recomeçar a produzir bens e serviços. Não é possível privilegiar o debate antecipado das eleições do ano que vem que ainda estão distantes. Nesta hora o governo precisa assumir o lime e ditar o rumo da navegação.