Ivan Santos – Jornalista

O General de Exército reformado, Walter Braga Netto ministro da Defesa, mandou um recado curto e grosso ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira e advertiu que no ano que vem, se não houver voto impresso auditável não haverá eleições.
O general posicionou-se politicamente com a sensibilidade de um elefante solto numa loja de louças. Afinal, eleição não é atribuição de um ministro da Defesa. É assunto político que deve ser tratado por políticos. O general pisou feio na bola.
Quem acompanha o processo político nacional entendeu que o posicionamento do general uniu os políticos e os principais partidos. O resultado não será outro senão a derrubada na Câmara da proposta de voto impresso cuja aprovação é desejada pelo Presidente. Este assunto poderá ser decidido na primeira semana de agosto quando o Congresso voltar a se reunir.
Na Comissão Especial que analisa o voto impresso tinha antes do recesso parlamentar 18 votos, número suficiente para liquidar a proposição. Depois do pronunciamento do general Braga Neto as intenções de liquidar o assunto já conta com 22 votos. Vai ser um teste para saber se o Capitão Mito tem apoio nas Forças Armadas para decretar um golpe e fechar o Congresso.
O mandato do Mito termina no dia 31 de dezembro de 2022. Ele só continuará presidente se for reeleito pelo povo em outubro de 2022. Se não se reeleger terá que entregar o mandado ao eleito no dia 1º de janeiro de 2023. Assim manda a Constituição. O contrário só ocorrerá se o Capitão botar tropar armadas nas ruas para rasgar a Constituição e decretar uma ditadura. Isto vai ser preciso conferir mais adiante.
Hoje o clima político no Brasil está esquizofrênico. No planalto já se pode ver um cenário de bu-bu-bu no bó-bó-bó.