Ivan Santos – Jornalista
Os defensores do impeachment do presidente Bolsonaro jogam hoje para a plateia despolitizada. Pedir impedimento de um presidente da República a um ano e meio do fim do mandato dele é iniciativa política pouco inteligente. Os políticos experientes que militam na Situação e na Oposição não defendem impeachment nesta altura do campeonato sucessório presidencial.
O time do Centrão, que neste momento tira proveito do fraco e confuso governo do Capitão Mito, não quer trocar o presidente da República agora. Os realistas da oposição também não querem porque temem entregar o poder ao vice general.
O vice-presidente não é insensível como o Mito. Este deseja governar soberanamente com poder absoluto, mas não tem apoio das Forças Armadas para dar um golpe. O vice, general de Exército, com prestígio nas Forças Armadas é, para muitos, uma incógnita.
Depois da reação pública dos comandantes das Forças Armadas contra o senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid, o receio de um golpe apoiado por militares está no ar. Logo, a maioria consciente do Congresso não deve apoiar o impedimento do Mito para colocar um general no poder.
A declaração do Capitão, de que se não for aprovado o voto impresso não haverá eleição, é balela. No Brasil quem fixa o tempo de mandato de um presidente e determina novas eleições é a Constituição, não o presidente de plantão. No cenário atual e com a queda crescente do apoio popular, o Capitão Mito poderá nem tentar a reeleição. Não me surpreenderei se o ilustre capitão reformado e comandante em chefe das Forças Armadas do Brasil se licenciar da Presidência da República para se candidatar a senador pelo Rio de Janeiro. Seria uma tentativa para continuar na cena política e conquistar Foro Privilegiado por mais oito anos a partir de 2023. Político pensa uma coisa, fala outra diferente do que pensa e na hora da decisão faz como for possível.