José Carlos Nunes Barreto*

“Faça as coisas o mais simples que você puder, porém não as mais simples” Albert Einstein

Desconforto. Indignação. Revolta. Clamor público por justiça.
Falta de misericórdia. Crime de lesa humanidade. É preciso dizer algo sobre os sanguessugas (chefiados na época por um ministro da saúde, e atual senador petista-hoje na CPI do Coronavírus) que não seja lugar comum. Mas como? E acontecer isso logo na saúde tão combalida deste País!
Face ao fiasco da referida CPI da Covid,, enquanto pesquisador, me lembro de um dos projetos que coordenei na academia, que parou por falta de recursos: ”Saúde Pública em cidades do Interior”. Pesquisa que abrangeu 120 cidades, num raio de até 400 Km de uberlândia, durante os anos 2000 à 2003. Através de perguntas básicas, levadas por meus alunos dos cursos de Saúde de um centro universitário da região, às secretarias de saúde de suas cidades de origem, com o objetivo de caracterizar IDHM-ïndice de desenvolvimento Humano no Município. Onde se indagava pelo número de leitos de hospital, qualidade e quantidade de profissionais de saúde contratados, número e tipos de aparelhos públicos de lazer existentes, número de mortos por causas externas(violência),por doenças infecciosas, cardio-respiratórias entre outras. Perguntávamos também sobre a expectativa de vida ao nascer, percentual de desempregados e salário médio(renda) da população.
Como subproduto desta pesquisa, percebi o despreparo das secretarias, em responder estas questões. Principalmente por colocar apaniguados políticos, sem nenhum conhecimento de Saúde nos cargos. Também obtive outro importante subproduto: a posse e uso abusivo de ambulâncias, em locais onde faltavam leitos de hospital, equipamentos dos mais simples, e até médicos e enfermeiros. Estas ambulâncias com o nome do “benfeitor” estampado me incomodaram. Tinham como endereço certo a cidade de Uberlândia, que ficou de tempos para cá “inundada”, de doentes enviados por hospitais que não curam sequer unhas encravadas. Um modelo demolidor e perverso para o SUS, que ,agora sabemos, se repetiu em todos centros metropolitanos do País, incentivado pelas emendas parlamentares, só para ambulâncias!
Voltemos nosso olhar para o que acontecia no executivo, e no Congresso, naquela época, momentos antes da Polícia Federal fazer estourar esse escândalo do governo lulopetista. Havia um quadrado mágico do PMDB, tentando esconder da sociedade o que se descobriu. O Presidente do senado, Renan Calheiros, rechaçou o pedido do grande Gabeira, só o aceitando depois de muita pressão. O Líder do Senado, Ney Suassuna(recebeu comprovadamente 200 mil reais de propina) .No executivo o ministro Saraiva Felipe , operava o esquema, tendo contratado a funcionária ligada aos Vedoin – operadores privados do esquema criminoso… Aí vem o senador Welington Salgado, integrante da CPMI pelo PMDB, e diz que não vai assinar o documento final. Ulisses Guimarães devia estar se revolvendo em seu túmulo no mar. Que vergonha senhores parlamentares que ainda continuam neste congresso-aviltado e apequenado! E o seu Lula na presidência, fingindo que não era com ele. Não é lindo? E quer voltar!
Assim não dá. É preciso lutarmos por uma nova utopia: Construir o homem integral na política e na sociedade. Mente com visão humanista, e talento burilado pela educação. Coração com muita paixão pelo outro. Corpo com necessidades supridas( não roubar)- autodiscipina. E, por fim, construção do espírito através da consciência. Este é meu projeto de nação, sugerido aos candidatos a cargos eletivos, para os governos e Parlamentos do Brasil.
Tenho dito.

*Pós-doutor e Sócio da DEBATEF Consultoria