Rafael Moia Filho*
Diante do fato concreto que Bolsonaro usa de inverdades e fake news para justificar seus erros e omissões à frente da gestão da presidência da república, sempre precisamos analisar com muito cuidado e critério aquilo que é repassado em lives pelo presidente.
Uma destas questões que acaba chegando à população como verdade, apesar de não ser cem por cento correta é o repasse da saúde. Diante da falta de oxigênio em Manaus e da situação caótica do sistema de saúde pública do país, o presidente resolveu dizer que havia enviado verbas suficientes e que a culpa não era dele, mas sim de governadores e prefeitos.
A questão irritou a maior parte dos governadores e procede, embora eu ache que os governadores também têm parte de culpa dessa situação que estamos vivendo, porque nós vimos, assim que a pandemia estava eclodindo no ano passado, a construção de diversos hospitais de campanha. E o que se fez logo depois, numa rapidez até impressionante, foi se desfazer da maior parte dos hospitais de campanha Brasil afora, sem que se saiba exatamente o porquê de tanta agilidade.
“Nessa questão de transferência de recursos, o ministério faz repasses das diversas naturezas. No enfrentamento à Covid-19, nós vimos, de uma maneira geral, sobraram no ano passado cerca de R$ 80 bilhões entre o que foi autorizado no chamado Orçamento de Guerra e o que foi efetivamente gasto. De um total de R$ 604,7 bilhões, apenas R$ 524 bilhões foram efetivamente pagos”, explicou.
O maior problema no Brasil não está na falta de recursos, mas sim na questão da ausência de um Plano Federal para o combate unificado a pandemia da Covid-19. O negacionismo de Bolsonaro em relação à covid salta aos olhos do mundo: ele prega que não haja isolamento social, nem o uso de máscaras contrariando protocolos internacionais. Sem contar que não adquiriu e nem autorizou a compra de vacinas e imunizantes no decorrer do ano de 2020.
Dezenove governadores reagiram à fala do presidente e do seu ministro das comunicações afirmando que os valores apresentados pelo presidente são repasses obrigatórios previstos na Constituição e abastecem, por meio de impostos pagos pela população, os Fundos de Participação dos Estados e Municípios, Fundeb, SUS e royalties.
No total financeiro, os governadores afirmam ainda que foram incluídos valores utilizados para pagamento do auxílio emergencial, “iniciativa do Congresso Nacional”, e suspensões de pagamentos de dívida federal por decisão judicial antes da pandemia.
Ou seja, meias verdades que Bolsonaro tenta passar por verdadeiras com segundas intenções. Sua fixação por buscar atritos com tudo e com todos ao seu redor destrói o país. Sua incompetência para o cargo faz como que precise usar de mentiras e falácias, normalmente acusando quem diz a verdade sobre qualquer assunto no país.
*Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública