Ivan Santos*

A acomodação de políticos tradicionais à opinião pública é impressionante. O Capitão Mito Bolsonaro, que neste momento é o presidente da República do Brasil, há mais de um ano subestimou a pandemia do Coronavírus e se posicionou contra a vacina, principalmente a de origem chinesa. De uma hora para outra, sentiu o peso das críticas que o oposicionista Lula da Silva fez contra ele e o governo e mudou o discurso. Passou a defender a vacinação e declarou-se o campeão da vacinação no Brasil. Acredite quem quiser. Os fiéis seguidores do Mito creem cegamente em tudo o que ele diz e faz.
O Mito passou mais de dois anos no comando do governo do Brasil sem oposição. Perdeu precioso tempo para organizar uma base de apoio no Congresso e aprovar as reformas estruturais que prometeu na campanha eleitoral. Na prática só comemorou a Reforma da Previdência – uma meia reforma – porque contou com o apoio do então presidente da Câmara, Rodrigo Maia e de parlamentares do Centrão, representantes da Velha Política, interessados no assunto. As reformas Administrativa e Tributária, consideradas indispensáveis pelo Mercado, continuam nas tímidas intenções. Estão empacadas no meio do caminho entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.
Com Lula, um demagogo astuto e articulado no comando da oposição, o Capitão Mito, que tem como projeto prioritário a reeleição, não dará um passo firme para aprovar uma reforma Administrativa que coloque servidores privilegiados contra ele nem fará reforma tributária para reduzir a carga tributária. Nem se preocupará em reduzir o Custo Brasil para garantir competitividade às empresas nacionais. O Mito deverá deixar o País no ritmo da Velha Política aliado aos astutos políticos do Centrão. Nada mudou na Terra de Santa Cruz com a Nova Política precocemente envelhecida.

*Jornalista