Ivan Santos*

“Política é como nuvem que muda de formato de um instante para outro”. A nuvem política no Brasil que estava com o formato lindo no começo deste mês, mudou e começou a aparecer como um monstro assustador.
Esta clássica observação foi de um sábio político mineiro, o conservador liberal Magalhães Pinto, ex-governador do Estado.
Nesta semana, a nuvem política que cobre o céu da pátria começou a mudar com frequência. O presidente Capitão Mito Bolsonaro, que comanda a Republica o processo política na ala conservadora, marcou um gol ao contribuir para eleger o presidente da Câmara e o do Senado. Ambos políticos que o Capitão acredita que os pode convidar, quando quiser, para tomar tubaína no Palácio do Planalto e conversar coisas de política da Direita.
O Mito, animado com o resultado da eleição no Parlamento, apresentou um relatório com 35 prioridades para serem votadas no Congresso. Os políticos mais experientes dizem que quem apresenta uma lista de 35 prioridades, na realidade, não tem prioridade alguma. A relação é pra índio ver e para a massa popular aplaudir. Na prática, a aprovação é incerta e não sabida.
O presidente negociou com o Centrão velho de guerra, a eleição dos presidentes das duas Casas do Congresso e hoje depende desse grupo de políticos fisiológicos para aprovar qualquer matéria importante no Parlamento. O Centrão cobra caro o apoio político. Foi assim com Lula, Dilma e Temer. O sucesso de Bolsonaro foi dividir a Centro-Esquerda. Deixou o DEM e o PSDB divididos. Assim o Capitão bagunça o Centro Político e reforça a polarização entre ele e o PT. Todos os partidos da Esquerda no Brasil estão hoje enfraquecidos. Assim, o Mito, que conta com 30% das intenções de votos para se reeleger, navega confiante. As nuvens, entretanto, podem mudar até outubro de 2022. Até lá deverá haver muitas e fortes emoções.

*Jornalista