Ivan Santos*

O presidente Capitão Mito Bolsonaro compareceu pessoalmente à sessão de reabertura do ano legislativo no Congresso e ouviu de corpo presente o discurso do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um dos luzeiros do DEM, partido do Centrão. No discurso, Pacheco deixou bem claro ao presidente que colocará em votação as reformas idealizadas pelo Poder Executivo, mas que cada proposição será submetida ao crivo do Parlamento. Foi um recado direito ao chefe do Executivo. O Senado é uma estrutura formada por homens e mulheres representantes de partidos da Situação, da Oposição e Neutros e delibera por votos da maioria. Assim, o Palácio do Planalto terá que se empenhar politicamente para aprovar cada projeto que apresentar.
O presidente, Capitão Mito, apresentou uma pauta com 35 projetos prioritários para o Governo. Entre eles: Liberação do Porte de Armas; Revisão da Lei das Drogas; Alterar o Estatuto dos Índios; Permitir mineração em terras indígenas; Redução da menoridade penal; Modificar a cobrança de pedágios nas estradas; Registro, porte e comercialização de armas; Suavizar as nomas aplicáveis a militares em operações de GLO (Garantia da Lei e da Ordem); Aumentar as penas para crimes sexuais; Alterar o Licenciamento Ambiental; Regularização fundiária; Novo Licenciamento ambiental; Documento Único de Transporte; Transformar pedofilia em crime hediondo; Criar Escola em Casa; Escola sem partido e Reformas Administrativa e Tributária, entre outros.
O Capitão Mito já deixou claro que a preferência dele é pela pauta de costumes. Tantos projetos de uma vez, para serem aprovados em apenas dois anos, para vários parlamentares experientes, é utopia ou clara intenção de só aprovar a pauta de costumes que renda voos para a reeleição em 2022.
Para o Centrão, grupo da Velha Política, continua a valer a máxima de São Francisco: “É dando que a gente recebe”. O Centrão mantém viva a tradicional filosofia do Grupo: “É preciso levar vantagem em tudo”. Assim, o Governo terá que negociar com o Centrão e com parlamentares oportunistas, cada projeto que entrar na ordem do dia do Senado e da Câmara. Sem correr o “objeto misterioso”, nenhum projeto andará. Vai custar caro. Muito caro para o Trono negociar com o Centrão no comando do Cengresso.

*Jornalista