por José Amaral Neto, Turismólogo, pós-graduado em Educação no Ensino Superior, jornalista

2021 já nasceu em dezembro. Fim. Não existe muito que fazer a não ser juntar os cacos de 2020. A Câmara dos Deputados perdeu uma grande oportunidade de se apresentar como contraponto à politica nacional; seus membros eleitos pelo povo brasileiro se sentem a vontade em ignorar sua representação a bem de seus interesses pessoais.
O Senado da República está no mesmo balaio. Sem uma liderança, onde seus membros se articulam para se manterem vivos no ambiente que sustenta suas particularidades privadas; o país?!… Ora o país, é só um amontoado de eleitores que se satisfazem de 04 em 04 anos em troca de churrasco, cerveja, pagodeando um breganejo.
A oposição ainda luta entre si buscando uma identidade que fuja do genocídio que é a mutação virótica de decisões sem um líder que coadune ideias que cheguem ao povo que vota. Sim, porque até agora só atingiu o povo do celular em punho e discursos lacradores que não envolvem mais ninguém além deles mesmo e seus iguais.
Com o cenário nacional posto, algumas cidades brasileiras vão seguir o rito das muitas possibilidades que 2022 pode trazer – junto com JJBB. É fato que a continuar como está não há uma disputa que mude esse veredito político. Claro, olhando hoje, amanhã e mês que vem.
Para um exemplo, uma rápida análise utilizando Uberlândia: cidade mineira que não se definiu com clareza em qual papel segue com o Planalto; e de um grupo no poder que precisa se cacifar para pleitear continuidade em 2024. Um atual prefeito no ápice do seu melhor enquanto gestor, mas que não consegue imprimir sua marca para indicar um sucessor.
Tradicionalmente quando da ocorrência desses hiatos políticos, Uberlândia elege alguém ao congresso nacional que assume a prefeitura: assim aconteceu em 1996, 2000, 2004, 2012; e vai se repetir em 2024. Por isso a eleição de 2022 à Câmara Federal vai ser extremamente relevante – Quem estiver em Brasília é naturalmente forte candidato à eleição de Prefeita, ou Prefeito, de Uberlândia.
Não é prematuro falar deste tema, pois estamos a poucos meses das eleições gerais de 2022. Política é estratégia, e articulação, duas vias que exigem tempo e paciência para serem pavimentadas. Essa semana um tema que envolve membros do grupo que dirige o MDB da cidade de Uberlândia, ganhou destaque na imprensa e promete se desdobrar.
Um fogo-amigo emedebista que pode chamuscar a ida para Brasília de liderança do partido; o que pode deixa-lo de fora da briga em 2024 e, quiçá impingir derrota ano que vem, não somente à ele, mas também para o outro grupo do MDB que busca espaço e pode se perder nas brumas uberlandenses e uberlandinas que agita.
A nova Câmara de Vereadores das cidades brasileiras trouxeram muitas novidades individuais que se perderão no universo político com suas pautas importantes, por não possuírem a capilaridade política suficiente e necessária para avançarem em plenário. Isto, em função da ausência de participação nos grupos de comando político e seus interesses corporativos que não alcançam o povo.
A eleição do ano passado traz reflexão mostrando o que eleitoras e eleitores querem: que venha mudança, mas, para que tudo fique do jeito que está. Triste realidade de todas as cidades do Brasil. Para mudar isso é preciso coragem e uma liderança que queira liderar de fato. Alguém que consiga pensar para além da comodidade de cargos ou funções. Que tenha vaidade política sim, mas para além do simples poder. Que é passageiro. E quem não é…
Em Uberlândia a nova ordem edil mostra que dinheiro é importante em política desde que se saiba para quem oferecer. O numerário precisa se ligar ao título eleitoral por paixão ou via de regra em questão. O ato de votar continua sendo uma atitude de responsabilidade pessoal – os resultados mostram que há compromisso. No entanto, toda essa lealdade tem engessado a evolução necessária e urgente para um novo ambiente político, nas cidades, nos estados e no Brasil. #VamosConversando