Ivan Santos*

Não é preciso ser mestre ou doutor em Economia para perceber que dólar e os juros altos elevarão a inflação e que esse processo, que já conhecem os brasileiros mais velhos, prejudica, principalmente os pobres assalariados.
No fim do ano passado os leitores atentos de jornais tradicionais no Brasil perceberam, pelo noticiário diário, que o Real (moeda nacional) seguia numa tendência de depreciação. No entanto, antes do agravamento da Crise Sanitária do Covid, havia uma perspectiva positiva de crescimento mundial que, por via de consequências, beneficiaria o Brasil, país exportador de commodities. Também havia forte liquidez internacional. Mesmo com esse ambiente favorável, a moeda brasileira, por falta de definição de rumo do novo Governo, começou a enfraquecer. O futuro promissor para a economia brasileira começou a amarelar.
O Real continuou a perder valor, segundo vários analistas do mercado, por causa da indefinição fiscal diante dos gastos para enfrentar a Pandemia Virótica em 2020 e por indefinição do Governo diante das prometidas reformas estruturais. Sem Reforma Administrativa para reduzir despesas não haverá Reforma Tributária para reduzir o Custo Brasil e, como está, os agentes econômicos nacionais não poderão competir no mercado externo nem no interno com atores mais bem situados. O Governo que assumiu com promessas de reformas, segue disposto a manter programas populares assistencialistas para se reeleger em 2022.
Sem luz para alumiar o futuro, a moeda nacional se desvaloriza visivelmente de um mês para o outro e os agentes econômicos e investidores mantém seus projetos em gavetas trancadas. O poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes, recolheu-se em silencio. Hoje o comandante-em-chefe se preocupa com a eleição do presidente da Câmara e o do Senado para segurar CPIs contra ele e o Governo e para garantir a tramitação de uma Pauta de Costumes que lhe renda votos em 2022. O futuro hoje no Brasil a Deus pertence.

*Jornalista