Ivan Santos*

A maioria dos brasileiros que não se identificam com a oposição radical não pensa em impeachment do Capitão Mito Bolsonaro. Ele é o presidente da República, escolhido por brasileiros livres, embora ele próprio tenha dito que não confia no resultado da apuração da eleição majoritária nacional de 2018. Na opinião particular do Mito ele elegeu-se no primeiro turno e a Justiça Eleitoral não lhe reconheceu a vitória porque o Sistema Eletrônico de Votação em vigor no Brasil não é confiável. Isto na opinião do Mito que defende uma votação com cédulas impressas para facilitar conferência do resultado.
Para vários analistas do processo eleitoral brasileiro, o argumento do Mito contra a votação eletrônica nacional é uma justificativa antecipada para uma eventual derrota em 2022. Como Donald Trump, o Capitão Mito não aceita uma derrota eleitoral em 2022.
Voltando ao impeachment, somos contra esta iniciativa neste momento. Não há povo na rua gritando conscientemente: “Fora Bolsonaro!”. Só uns gatos pingados. A massa popular segue assustada com a Pandemia Virótica que ameaça a todos com a morte e já matou mais de 200 mil. As elites, principalmente, a dos empresários que ainda esperam que o Mito cumpra as promessas da campanha, espera por reformas estruturais depois da renovação das Mesas Diretoras do Senado e da Câmara.
O Capitão pode contribuir para colocar na Câmara e no Senado um presidente que paute os projetos de costumes que ele considera prioritárias: Liberação do Porte de Armas, Escola Sem Partido para afastar professores comunistas das salas de aulas, abrandamento de Código de Trânsito, com menos fiscalização e redução da Maioridade Penal. “O povo armado afugenta os bandidos”. O Mito pensa assim e muita gente que o apoia, também. O liberalismo prometido pelo Mito é uma ideia que precisa ser testada na prática. Por isto não apoiamos o impeachment contra ele. O povo brasileiro, por maioria, é que deve decidir em 2022 sobre o tipo de governo que quiser.

*Jornalista