Gustavo Hoffay*

Duas são as fontes que devem inspirar um eleitor consciente e compromissado com o desenvolvimento social e econômico do município onde habita: o reconhecimento da importância do seu voto na eleição de prefeito e vereadores e o conhecimento, ao menos básico, do histórico pessoal e profissional de alguns dos eminentes candidatos a algum daqueles cobiçados cargos eletivos. É isso o que justifica e valoriza o nosso voto, a nossa presença em filas de seções eleitorais se pretendemos, de fato, que o gabinete dos eleitos não seja um mero local de peregrinação mas, sim, de onde possa emanar ações sociais e ensaios constitutivos de boas propostas a serem apresentadas para a deliberação do plenário da Câmara Municipal, além de uma obrigatória e constante vigilância sobre os atos do poder Executivo. As nocivas conseqüências do voto irresponsável às vezes são encaradas como a erros ou incapacidade político/administrativa de quem elegemos mas , não raramente, esquecemos que a debilidade intelectual e a falta de pré-requisitos básicos devem, certamente, perfazer o perfil de um candidato a um cargo tão nobre e relevante. Por sua vez a dedicação absoluta e irrestrita de um político ao cargo para o qual foi eleito por sufrágio universal, deve ser de doação, lealdade e entrega incondicionais pois do contrário ele não estaria preenchendo o perfil exigido pelos seus eleitores, mas apenas cumprindo funções (administrativas-burocráticas) inerentes ao cargo , enquanto única e diariamente gozando de todas as benesses oferecidas por todos nós, seus eleitores. Quando tomo conhecimento de “rachadinhas” de salários dos assessores parlamentares e de malversação de dinheiro público, a partir daqueles a quem confiamos o nosso voto, logo imagino que as mesmas traíram não apenas a confiança dos seus respectivos eleitores, mas também o respeito pelas causas diversas a eles confiadas e na forma de oportunidade de doaram-se com responsabilidade a causas comunitárias.Políticos que depois de eleitos recusam a dedicar boa parte do seu tempo em prol das comunidades que contribuíram para a sua condução ao cargo de legislador ou que postergam indefinidamente alguma atividade que vise a melhoria das condições de vida daqueles a quem prometeu a sua especial atenção, com o tempo passam a agonizar-se na busca por soluções imediatas que satisfaçam os seus eleitores e, na maioria das vezes, já no apagar das luzes do seus respectivos mandatos e como a uma garantia de não serem esquecidos nas eleições seguintes, numa clara e inequívoca demonstração de marketing político. Depois da lambança protagonizada pelos vereadores que recentemente terminaram destituídos dos seus mandatos neste município, resta agora a árdua tarefa de reconstituir-se a imagem daquela Casa junto ao povo e sem negar às próximas gerações de eleitores absolutamente nada do que ali foi vergonhosamente praticado, sem piedade ou interpretações que facilitem a criação de fantasias para tentar-se amainar e consertar o mal ali praticado. Enfim, mais um infeliz episódio contendo condutas criminosas que adiantaram o fim da permanência na casa do povo de temporários representantes do povo, eleitos pelo povo e para servirem o povo. Fica a lição…!

Agente Social – Uberlândia(MG)